HF são saudáveis, mas não têm presença certa no cardápio da população, aponta estudo da CNA

09.08.2011 | 20:59 (UTC -3)

O consumo de frutas e hortaliças é um hábito saudável e que previne doenças, mas esses itens não são presença constante na mesa dos brasileiros, que admitem estar insatisfeitos com a qualidade da sua alimentação. Essas conclusões estão em pesquisa inédita, realizada entre fevereiro e abril de 2011, a pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para avaliar os hábitos alimentares da população. São dois os principais benefícios relacionados pelos entrevistados ao consumo de frutas e hortaliças: 37% consideram esses alimentos saudáveis e 26% avaliam que eles previnem doenças. Do total de entrevistados, 17% admitem não estar contentes com a qualidade da própria alimentação e 32% reconhecem a necessidade de melhorar os hábitos alimentares, ingerindo maior quantidade de frutas, verduras e legumes. Foram ouvidas 1.420 pessoas responsáveis pela alimentação de suas famílias, com diferentes níveis de escolaridade, de todas as classes sociais e regiões do País.

O estudo mostra que o consumo de frutas no Brasil está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na véspera da pesquisa, 63% dos entrevistados informaram que não consumiram frutas. Somente 8% dos brasileiros comeram frutas no café da manhã, 16% consumiram esse item no período entre o café da manhã e o almoço; e 2% ingeriram frutas no almoço. O levantamento mostra, também, que apenas 34% das pessoas ouvidas comem frutas pelo menos seis vezes na semana. Apesar dos benefícios de uma alimentação saudável, apenas 18,2% dos brasileiros ingerem a quantidade de frutas recomendada pela OMS, de 400 gramas/dia, segundo o Ministério da Saúde. “O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, mas são poucos os que têm o hábito de consumi-las”, afirmou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. Segundo a pesquisa, o consumo de frutas é considerado, muitas vezes, “tapa buraco”, dificultando a constituição de um hábito regular.

Preço acessível, mudança de hábitos alimentares, maior facilidade de acesso ao ponto de venda e indicação de médicos e nutricionistas são condições apontadas pelos entrevistados para o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras. O levantamento aponta que os brasileiros gastam, em média, 6,2% de sua renda com a aquisição de frutas, legumes e verduras. Enquanto a classe D gasta 8% de sua renda com esses alimentos. A maior despesa com frutas e verduras ocorre na faixa etária de 60 a 79 anos, com gastos de 6,8% da renda, enquanto os brasileiros de 20 a 29 anos comprometem 6% de sua renda com frutas e verduras. Entre as hortaliças mais consumidas pelos entrevistados, estão cenoura (81%), alface (79%) e tomate (75%); no caso das frutas, as preferidas são banana (90%), maçã (74%) e laranja (73%).

A pesquisa da CNA identificou, ainda, que metade das pessoas ouvidas admitiu estar acima do peso ideal, ou seja, com problemas de sobrepeso (33,7%) ou algum grau de obesidade (16,3%). Em 11% das casas, o estudo constatou casos de hipertensão, e em 6%, de diabetes. Os dados do estudo e de outras pesquisas divulgados recentemente comprovam que a má alimentação é uma ameaça à saúde das pessoas. “Se o brasileiro consumir mais frutas, legumes e verduras, os gastos com saúde vão diminuir”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Carlos Prado. No Brasil, só as políticas de combate às carências nutricionais absorveram cerca de R$ 4 bilhões nos últimos 10 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Se o consumo aumentar, o presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA garante que os produtores terão condições de atender às novas demandas.

A exemplo do Brasil, outros países também enfrentam problemas de saúde da população em função da alimentação inadequada. “Os Estados Unidos, onde cerca de 30% das crianças e dos jovens são considerados obesos, deram início a uma campanha para estimular o consumo de alimentos saudáveis, bom exemplo que precisa ser seguido pelo Brasil”, afirmou Carlos Prado. A íntegra da pesquisa encomendada pela CNA pode ser acessada no site da CNA (

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Arquivo Grupo Cultivar

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