Produtores licenciados contam experiências com a BRS Sinuelo CL
O governador do RS, Tarso Genro, se comprometeu nesta sexta-feira (6), a reforçar, junto ao governo federal, o pedido das principais federações empresariais gaúchas, que solicitam medidas anticíclicas para minimizar os efeitos da estiagem na economia.
Ele participou de reunião-almoço na Farsul, com representantes da entidade e da Fiergs, Fecomércio, FCDL, Federasul, Fecoagro, Federarroz e Fearroz. “Foram demonstradas de maneira precisa as dificuldades que setores terão para acessar os benefícios novos do Plano Safra.
"Vamos trabalhar em conjunto com as entidades para pedir equacionamento junto ao governo federal”, disse Tarso. “O produtor precisa ter oportunidade de readequação de seus compromissos e de acessar imediatamente o crédito para atender o rigor do calendário agrícola. Não estamos pedindo perdão, não estamos pedindo para não pagar, nem anistia”, afirmou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.
A fim de reduzir os impactos do problema nos diferentes setores da economia, as entidades defendem o parcelamento de custeio, somando cerca de R$ 1,9 bilhão, em 10 anos, a juros de 2,5% ao ano. Isso valeria para os produtores que perderam mais de 30% da produção devido à seca. Caso isso não ocorra, os agricultores terão de deslocar o pouco capital que têm para saldar as parcelas do crédito oficial, deixando descobertos fornecedores locais, como casas agropecuárias, indústrias de insumos e do setor metal-mecânico, cooperativas, cerealistas, profissionais liberais e outros prestadores de serviços. Além disso, é preciso que o Tesouro Nacional operacionalize o fundo garantidor de crédito, que permitiria aos bancos emprestar recursos extra-limite. Isso é necessário para que, mesmo com o parcelamento, o produtor continue com acesso ao crédito e invista nas próximas safras, reaquecendo a economia. A primeira medida necessária é uma reunião do Conselho Monetário Nacional adiando o vencimento do custeio, programado para o próximo dia 31 de julho. As entidades solicitam que o governador reforce esse pedido junto ao governo federal.
A proposta ainda prevê aporte de recursos, por parte do BNDES, também para pagamento em 10 anos e com juros de 5,5% ao ano, para que os produtores saldem suas dívidas junto a agropecuárias, cooperativas, tradings, cerealistas e outros financiadores privados. A estimativa é de que no Rio Grande do Sul esses débitos também atinjam R$ 1,9 bilhão. Já para os investimentos, as entidades defendem a rolagem dos vencimentos deste ano para um ano após o vencimento da última parcela.
De acordo com as federações que representam o setor produtivo gaúcho, a estiagem descapitalizou primeiramente os produtores rurais, mas as consequências já atingem comércio, indústria e serviços. Considerando todos os setores, o impacto negativo da quebra da safra de grãos no Produto Interno Bruto (PIB) de 2012 deve chegar a R$ 17 bilhões. Somente de soja, milho e arroz, mais de 8 milhões de toneladas foram perdidas. Não está descartada uma retração da economia gaúcha no ano por conta da queda na colheita, que chegou a 54% no milho e a 45% na soja.
Também foram reforçados os pedidos para que sejam resolvidos os problemas estruturais do arroz, causados especialmente pela alta carga tributária, que derruba a competitividade da produção gaúcha.
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