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Estudo conduzido por pesquisadores chineses identificou um possível aliado no combate ao fungo Alternaria alternata, que causa doença em tomateiros. Trata-se do fungo marinho Epicoccum nigrum, isolado de sedimentos do Mar de Bohai.
Em testes laboratoriais, o isolado Q8-1 de E. nigrum reduziu em 87,04% o crescimento do A. alternata. Nos ensaios com folhas destacadas, a incidência da doença caiu até 52% após aplicação do filtrado da fermentação do Q8-1. Em frutos tratados com extrato bruto de acetona, o tamanho das lesões diminuiu em até 71,43%. Já em mudas de tomate, o índice de doença caiu de 98,52% para 15,56%, dependendo da concentração do extrato.
A identificação morfológica do Q8-1 foi confirmada por sequenciamento de DNA da região ITS. O genoma do fungo, com 32,6 milhões de pares de base, revelou 43 agrupamentos gênicos ligados à produção de metabólitos secundários, incluindo compostos antifúngicos conhecidos: tolypyridone C, epipyrone A, scytalone e clavaric acid.
A ação antifúngica do Q8-1 não se deve à emissão de compostos voláteis. O efeito ocorre por meio da liberação de substâncias não voláteis solúveis em acetona. A concentração de 2 mg/mL foi suficiente para inibir quase totalmente o crescimento do patógeno em meio de cultura. O valor de EC50 foi de 0,78 mg/mL.
Microscopia eletrônica de varredura e transmissão mostrou que o extrato compromete a estrutura das hifas de A. alternata. As células apresentaram colapso, inchaço irregular, perda de organelas e desorganização da membrana celular.
Ensaios com iodeto de propídio revelaram aumento da permeabilidade da membrana, e a análise espectrofotométrica demonstrou liberação de ácidos nucleicos e queda de 59,22% na concentração de ergosterol.
O extrato também provocou acúmulo de espécies reativas de oxigênio (ROS), elevação nos níveis de peróxido de hidrogênio e malondialdeído, e redução significativa na atividade das enzimas antioxidantes catalase, peroxidase e superóxido dismutase. O estresse oxidativo contribuiu para a morte programada das células fúngicas.
Além disso, o extrato reduziu os níveis intracelulares de ATP de 29,9 para 3,1 µmol/g e a atividade de ATPase de 4,4 para 0,39 µmol/h/g. A interrupção da fosforilação oxidativa comprometeu o metabolismo energético do patógeno.
Ensaios de toxicidade realizados com Caenorhabditis elegans não detectaram efeitos adversos nos nematoides após exposição aos extratos nas concentrações testadas. Também não foram observados sintomas fitotóxicos em mudas de tomate tratadas com o extrato ou com o fermentado do Q8-1.
Segundo os cientistas, o efeito antifúngico de E. nigrum combina três frentes: destruição da membrana celular, indução de estresse oxidativo e colapso do metabolismo energético do patógeno. A multiplicidade de alvos reduz a probabilidade de surgimento de resistência, um problema comum com fungicidas químicos de ação específica.
Outras informações em doi.org/10.1016/j.pestbp.2025.106552
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