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O fungo endofítico Neurospora sitophila, isolado de folhas de Nectandra sp. na região amazônica do Peru, demonstrou potencial significativo como agente de biocontrole contra o fungo fitopatogênico Botrytis cinerea, causador do mofo-cinzento.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Nacional Toribio Rodríguez de Mendoza de Amazonas, investigou características morfológicas, fisiológicas e bioquímicas da cepa, revelando capacidades adaptativas e metabólicas promissoras para a agricultura sustentável.
O estudo avaliou o crescimento do fungo em cinco meios de cultivo (PDA, MEA, DG18, OA e CA) sob temperaturas de 5, 25 e 37 °C. Os melhores resultados ocorreram nos meios PDA e MEA. No PDA a 37 °C, o micélio cresceu a uma taxa de 6,09 ± 0,27 mm/h. A 25 °C, a taxa foi de 5,20 ± 0,13 mm/h no mesmo meio. O crescimento foi significativamente menor em temperaturas mais baixas ou em meios com menor disponibilidade hídrica, como o DG18.
A análise do perfil metabólico identificou 34 compostos voláteis, sendo 86,97% deles ésteres etílicos, grupo químico associado a aromas frutados. Entre os principais compostos estavam etil 4-octenoato (29,54%), etil heptanoato (14,80%) e etil butanoato (8,59%). O fungo emitiu aroma semelhante ao do abacaxi. Esses metabólitos secundários têm histórico de ação antimicrobiana e despertam interesse industrial.
O antagonismo entre N. sitophila e B. cinerea foi avaliado por meio de ensaios de cultura dual.
Mesmo quando o patógeno era inoculado com até três dias de antecedência, N. sitophila inibiu seu crescimento micelial em percentuais entre 35,8 ± 6,8% e 58,4 ± 6,2%. A inibição mais alta ocorreu quando ambos os fungos foram cultivados simultaneamente.
Os autores atribuem essa capacidade à velocidade de crescimento de N. sitophila, à produção de compostos antioxidantes e à emissão de metabólitos voláteis.
Testes bioquímicos apontaram aumento expressivo na atividade antioxidante e no teor de compostos fenólicos quando N. sitophila foi exposto a B. cinerea. A atividade antioxidante subiu de 16,90% para 77,49%. O conteúdo fenólico aumentou de 133,03 para 334,39 µg de ácido gálico equivalente por mg de extrato. Esses resultados indicam que o fungo ativa vias metabólicas de defesa sob estresse biótico.
A resposta bioquímica do fungo pode estar relacionada à planta hospedeira original, Nectandra sp., conhecida por produzir metabólitos com ação antifúngica. Estudos anteriores já demonstraram a capacidade de fungos endofíticos de replicar ou adquirir rotas biossintéticas semelhantes às de seus hospedeiros. A hipótese de transferência horizontal de metabólitos ainda exige confirmação experimental.
O conjunto dos dados revela que Neurospora sitophila possui atributos desejáveis para aplicação em sistemas agrícolas. Cresce bem em diferentes temperaturas, responde ao estresse com produção elevada de compostos bioativos, e inibe patógenos comuns em culturas comerciais.
Outras informações em doi.org/10.1016/j.napere.2025.100143
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