Fórum Internacional do Arroz discute logística e internacionalização do cereal

22.05.2014 | 20:59 (UTC -3)

A tarde do segundo dia da 18ª Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) foi marcada por palestras e debates sobre questões de logística e internacionalização do arroz. Foram realizados quatro painéis que abordaram variados aspectos sobre o tema. Entre os assuntos discutidos na última quarta-feira (21), estão as questões de logística e infraestrutura do Rio Grande do Sul, logística da exportação de arroz e a internacionalização do cereal. O Fórum foi organizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em parceria com a comissão organizadora da Fenarroz.

O primeiro painel abordou o marco regulatório de portos e ferrovias. Quem deu início às apresentações foi o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), Pedro Luzardo Gomes. Gomes falou sobre as obras que vêm sendo realizadas e os projetos de melhorias para as rodovias gaúchas, destacando que o RS é o Estado que mais aplicou recursos em rodovias no último ano, com mais de R$ 1 bilhão investidos. Na sequência, o superintendente da administração das Hidrovias do Sul (AHSul /DNIT), Elói Spohr, enfatizou o potencial hidroviário do Rio Grande do Sul e apresentou projetos técnicos e estudos de viabilidade de uma rede hidroviária, com uma série de portos e terminais, que ligue o Brasil ao Uruguai por meio das lagoas do estado.

Em seguida, teve início o painel “Questões da Logística do Estado do RS – Infraestrutura”, com mediação do secretário da Agricultura Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze. O secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão do RS, João Motta, falou sobre as estratégias de financiamento do Estado, ressaltando a recuperação da capacidade de financiamento, observada nos últimos anos. Motta ressaltou a importância dos investimentos nos acessos municipais e de um programa permanente de manutenção das estradas: “não adianta termos uma supersafra se não tivermos toda a infraestrutura necessária para escoá-la”. Foram debatedores do painel, o superintendende de Portos e Hidrovias, Coronel Arlindo Bonetti, que falou sobre o sistema hidroportuário gaúcho, o representante da empresa ALL Logística, Miguel Evangelista Jorge, que falou sobre os investimentos no sistema ferroviário. Participaram também como debatedores o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, o presidente do Sindarroz, Elton Doeler, falando sobre o bom momento das exportações e as dificuldades encontradas pelo setor.

O terceiro painel, mediado pelo presidente do Irga, Claudio Pereira, abordou a logística da exportação de arroz. As apresentações começaram com exposição do representante da empresa Business Consulting Group, Maurênio Stortti, que falou sobre as questões de logística e a importância de estruturas de armazenagem adequadas. Ele mostrou também uma série de projetos que estão sendo elaborados para aumentar a competitividade da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). O segundo painelista, o presidente da Cesa, Márcio Pilger, fez uma retrospectiva dos problemas históricos da companhia e destacou o novo papel da instituição: “a Cesa deixou de ser apenas um agente de armazenagem para se tornar um agente de logística”.

O superintendente do Porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, participou do painel chamando a atenção para o fato de que é preciso encarar a logística de maneira integrada, pensando na questão desde a produção. Falou também sobre os investimentos no Porto: “é importante termos no Porto estrutura e condições para que não haja entraves no escoamento do arroz”. Claudio Pereira ressaltou a importância do debate: “é essencial discutirmos o planejamento logístico do país, e do estado, em especial. Nos últimos anos, o país cresceu muito mais do que a sua infraestrutura logística, que não acompanhou esse ritmo de crescimento”. Debateram ainda no painel os representantes da Tergrasa, Guillermo Dawson, da Tranships, Fernando Fuscaldo, da Abiap, Marco Aurélio Amaral, e da Tecon, Vinícius Rufatto.

O último painel, mediado pelo coordenador da Câmara da Setorial do Arroz do RS e chefe de gabinete do Irga, César Marques, abordou a internacionalização do arroz brasileiro. Os painelistas foram o gerente do Projeto Brazilian Rice, André Anele, e a consultora do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Sabrina Bartz. Anele apresentou ao público o convênio firmado em 2012 entre a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio do Irga, que tem como objetivo a promoção internacional do arroz brasileiro e seus derivados, divulgando as empresas e produtos nacionais. Anele chamou a atenção para as atividades desenvolvidas pelo projeto, como a capacitação das indústrias, e para as ações futuras.

Em seguida, Bartz falou sobre segurança dos alimentos, destacando a importância de seguir boas práticas de controle da qualidade e de utilizar com cuidado os agrotóxicos. “A gente não vai conseguir exportar para mercados exigentes, como a Europa e os Estados Unidos, se não tiver um produto seguro”, enfatiza. César Marques encerrou o evento reafirmando a importância das discussões: “é uma oportunidade para os diferentes setores se encontrarem e conversarem, unindo-se para ver o arroz ganhar cada vez mais espaço no exterior e na prateleira dos brasileiros”.

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