Força da agricultura e crise dão o tom à abertura da ExpoLondrina

03.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

Crise financeira mundial, força da agricultura e questão ambiental marcaram os discursos das autoridades durante a solenidade de abertura da 49ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, na quinta-feira (02/04), no Parque Governador Ney Braga.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Alexandre Lopes Kireeff, cobrou em seu discurso “aprimoramentos” da legislação ambiental. “Já passou da hora de discutirmos estas questões porque tanto a produção de alimentos quanto grande parte das ações de preservação acontecem no mesmo espaço, o que transforma em obrigação a participação dos produtores nesta discussão”, afirmou. Neste ano, o tema da ExpoLondrina é “Preservar é Produzir”.

Kireeff também colocou a SRP, realizadora da exposição, à disposição do governo para colaborar com uma reformulação da política agrícola. “Necessitamos de uma política agrícola contemporânea, lastreada por preços mínimos que garantam a renda do produtor, amparada por seguros contra perdas e catástrofes desvinculada de índices de produtividades”, disse em seu discurso.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que em eventos similares à ExpoLondrina por onde passou este ano constatou a “força da produção” como fator de proteção da economia nacional no atual cenário de crise. “Por isso tivemos o cuidado de manter os recursos principais projetos do Ministério da Agricultura. Cortamos apenas as emendas de parlamentares”, afirmou Bernardes. Tiveram recursos assegurados no orçamento a pesquisa agropecuária, a defesa sanitária e crédito para a comercialização da produção.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, também destacou em seu discurso o potencial da agropecuária brasileira para proteger a economia nacional da crise mundial. “Dos sete principais produtos que compõem o saldo positivo da balança comercial brasileira, seis são de origem agropecuária”, comentou o ministro. Stephanes salientou, no entanto, que apesar da importância da produção rural, o setor tem “muita pouca força nas decisões políticas” que o regulam.

Ele exemplificou com a questão da legislação ambiental. “Com toda a força que a agropecuária tem, quando é que o setor participou discussão da legislação ambiental em vigor?”, questionou, observando que o atual Código Florestal foi criado por Medida Provisória em 2001, e não passou pelo Congresso para ser aprovado. “Temos que repensar a ocupação do território”, afirmou.

“A crise deve ser encarada com inteligência”, disse o governador Roberto Requião, afirmando que o governo federal tomou uma atitude inteligente ao manter no orçamento os recursos para o setor agropecuário. No entanto, o governador cobrou uma ação mais efetiva do governo federal para elevar a oferta de crédito para o setor produtivo. “O governo deveria estatizar o controle dos empréstimos compulsórios dos bancos, que já foram flexibilizados, mas as instituições financeiras em vez de utilizarem esses recursos para aumentar a oferta de crédito, aplicaram os recursos em títulos para se proteger”, afirmou.

Participaram da abertura da 49ª ExpoLondrina também o prefeito de Londrina, José Roque Neto; o prefeito eleito de Londrina no último domingo, Homero Barbosa Neto; o prefeito de Cambé, João Pavinato; o representante do governo da República Argentina, Hector Gustavo Vivacqua; o vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti; o secretário de estado da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini; o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva, entre outras autoridades.

Guto Rocha

ALEA/MÁXIMA

(43) 33782035 // 3347.9858

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