Irga testa linhagens de arroz em Santa Vitória do Palmar/RS
O Amazonas Film Festival –festival internacional de cinema de aventura, natureza e meio ambiente - realizado em Manaus, agora passa a contar com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)para tornar efetiva a neutralização das emissões de carbono decorrentes do evento que aconteceu em Manaus (AM), de 7 a 13 de novembro, e contoi um público estimado de mais de 130 mil pessoas e 200 filmes em exibição. A produção cinematográfica em exibição é originária de 27 países dos cinco continentes.
A chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Maria do Rosário Lobato Rodrigues, assinou um convênio de cooperação técnica com a Secretaria de Cultura do Amazonas, para colocar em prática ações ambientais que incluem o plantio de árvores no assentamento Tarumã-mirim na zona rural de Manaus, onde é desenvolvido projeto de pesquisa participativa pela Embrapa. “O diferencial dessa ação é que, além dos ganhos ambientais por compensar/neutralizar as emissões de carbono do Festival, por meio dessa parceria com a Secretaria de Cultura, a Embrapa terá oportunidade de
fortalecer sua atuação junto a esse grupo de agricultores, contribuindo para que a compensação ambiental seja efetiva, agregando ganhos sociais para os agricultores familiares do assentamento”, destacou Rosário, durante a assinatura do convênio nesta quarta-feira (12/11) no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, em Manaus. Estavam presentes artistas e profissionais de cinema, tanto brasileiros e estrangeiros, além de agricultores do assentamento que serão contemplados pelo projeto.
A neutralização de carbono consiste em realizar ações, como o plantio de árvores, para compensar a emissão de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. É adotada uma metodologia que avalia a quantidade e qualidade do material consumido, transporte aéreo e terrestre entre outras ações que causem impacto ambiental e a partir daí são calculadas quantas árvores deveriam ser plantadas para neutralizar esse impacto do evento. Plantar árvores ajuda na compensação ambiental, porque as árvores, ao fazer a fotossíntese, absorvem o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, processo também chamado de “seqüestro de carbono”.
A pesquisadora da Embrapa Elisa Wandelli explica que para a neutralização de carbono geralmente se considera quantas árvores serão necessárias para seqüestrar uma determinada quantidade de carbono durante o período de 40 anos. Na metodologia utilizada pela Embrapa, está sendo considerado o período de cinco anos e com isso será ampliado o número de árvores a serem plantadas para que haja um efeito mais rápido e eficiente.
De acordo com cálculos estimados pela Embrapa será necessário o plantio de 12 mil árvores para compensar as ações realizadas na 4ª edição do evento em 2007. Ainda estão sendo feitos os cálculos para compensar a 5ª edição do Amazonas Film Festival em 2008. Com o convênio entre Embrapa e Secretaria de Cultura do Amazonas, será
desenvolvida a “Ação Ecológica Permanente no Assentamento Tarumã-Mirim”, associando esta atividade a um projeto ambiental de recuperação de áreas alteradas, com o nome de “Manejo da Paisagem Agrícola em Comunidades Rurais na Região de Manaus-Amazonas”, que já vendo feito pela Embrapa na localidade, nos últimos três anos.
Esse projeto tem por objetivo promover a conservação dos recursos naturais, a produção de alimentos e a geração de renda das famílias, por meio do planejamento integrado das unidades produtivas e da prestação de serviços ambientais. O apoio do festival irá ajudar a ampliar as ações ambientais. Em 2009, serão implantados 30 hectares de Sistemas Agroflorestais nas propriedades de 30 famílias de baixa renda.
Os sistemas agroflorestais são consórcios de cultivos agrícolas, de frutíferas e de espécies florestais na mesma área, a fim de melhorar as condições ambientais, diversificar a produção e auxiliar na geração de renda dos agricultores, conciliando vantagens econômicas, ambientais e sociais. Inserir as árvores nesse sistema foi uma estratégia sugerida pela Embrapa para garantir que as árvores plantadas como compensação ambiental tenham o acompanhamento técnico e dos agricultores e possam realmente se desenvolver e atender ao objetivo proposto, além de beneficiar a
comunidade de agricultores.
Nesse assentamento muitos comunitários vivem da produção de carvão, mas o grupo que fez parceria com o projeto conduzido pela Embrapa mudou. “Nós deixamos de fazer carvão e agora somos produtores de hortaliças, criamos frango e plantamos árvores”, disse o presidente da Associação Agrícola Rural do Ramal do Pau-Rosa, Antonivaldo Souza, morador do assentamento Tarumã-Mirim, onde as famílias serão contempladas pelo projeto. Antonivaldo contou que agora é agricultor e ex-carvoreiro e pretende convencer outros do assentamento a também mudarem de atividade. “Ninguém resolve derrubar a floresta e fazer carvão porque gosta, mas é porque só
tinha essa opção para a sobrevivência e não tinha apoio pra agricultura”, afirmou, citando a importância de parceiros como a Embrapa e Escola Agrotécnica Federal de Manaus, para essa mudança.
A pesquisadora da Embrapa Joane Régis, responsável pelo projeto no assentamento Tarumã-Mirim, informou que a Ação Ecológica vai começar pela implantação de viveiros em que as famílias da comunidade vão preparar aproximadamente 40 mil mudas de árvores por ano. Serão mudas de espécies frutíferas para garantir a segurança alimentar e de espécies florestais para recompor as áreas alteradas e com possibilidades de usos múltiplos. As mudas serão plantadas seguindo os critérios técnicos orientados pela Embrapa. As ações permitirão também aprimorar o conhecimento científico sobre as espécies, além dos arranjos de importância econômica, social e ambiental em favor da sociedade.
Durante a solenidade , o secretário de Cultura do Amazonas, Robério Braga, destacou que a proposta desse convênio é associar a sétima arte (o cinema) com a ação ambiental e assim agir na transversalidade das políticas públicas para alcançar resultados em benefício da população e da preservação da Amazônia.
Síglia Regina dos Santos Souza
Embrapa Amazônia Ocidental - Manaus/AM
(92) 3621-1352 / www.cpaa.embrapa.br
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