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O primeiro feijão transgênico 100% nacional é a esperança para tornar o Brasil autossuficiente na produção do grão e democratizar o consumo do alimento em todas as classes da população. Ao contrario do que se imagina, mesmo sendo o maior consumidor de feijão do mundo, o País ainda não consegue abastecer todo o mercado interno, pois as doenças das lavouras trazem prejuízos irreversíveis aos agricultores. É o que explica Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa Cenargen (Centro de Recursos Genéticos e Biotecnologia), durante o VII Congresso Brasileiro de Biossegurança, que acontece até 23 de setembro, em Joinville – SC. Segundo ele, a produção interna insuficiente eleva os preços e faz com que, muitas vezes, as camadas mais pobres da população deixem de consumir o feijão, um dos alimentos mais ricos em fontes de proteína vegetal, ferro e vitaminas.
A semente do novo feijão é resistente ao vírus do mosaico dourado (transmitido pela mosca branca) e foi aprovada para comercialização na última semana, após avaliações técnicas e de segurança da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. Segundo o pesquisador da Embrapa, a nova tecnologia protege as plantações e garante que os produtores alcancem a produtividade necessária. O vírus do mosaico dourado é o maior problema para a cultura do feijão. “As perdas vão de 90 a 280 mil toneladas por ano. Se a doença atacar as lavouras precocemente, as perdas podem chegar até 100%”. Alguns lugares do Brasil, inclusive, deixam de cultivar o feijão, pois não conseguem resistir aos prejuízos. “Com a semente GM, serão abertas novas áreas de produção, onde antes não era possível alcançar bons resultados”, comemora.
“Esse será um benefício para todos os produtores, mesmo os de pequenas propriedades”, afirma Aragão. Segundo o pesquisador, a lógica é que, com mais sementes de feijão transgênico disponíveis, mais o mercado interno estará abastecido. Assim, os preços ficam estabilizados e maior quantidade de pessoas pode consumir o alimento.
VII Congresso Brasileiro de Biossegurança
19 a 23 de setembro
Universidade de Joinville (UNIVILLE) – Campus Joinville – Santa Catarina
Avanços da Biologia Sintética e desafios da Biossegurança
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