Exportações de soja crescem no Brasil em meio à ausência da Argentina

As exportações brasileiras de soja alcançaram 5,2 milhões de toneladas em fevereiro de 2023, um aumento de 6,2 vezes em relação ao mês anterior, segundo dados da Conab. A ausência da Argentina, importante player global nas exportações de farelo e óleo de soja, contribuiu para essa alta, gerando maior demanda pelos derivados brasileiros e impulsionando as exportações nacionais.

Por outro lado, o volume das exportações de milho atingiu 2,28 milhões de toneladas em fevereiro, uma queda expressiva em relação às 6,17 milhões de toneladas registradas em janeiro. Esse declínio pode ser atribuído ao fortalecimento da demanda interna pelo cereal, especialmente na produção de etanol de milho, confinamento e produção de proteína animal. A União Nacional do Etanol de Milho (Unem) estima que a produção de biocombustível atinja 6 bilhões de litros em 2023.

As condições climáticas adversas nos principais estados produtores causaram uma forte redução na colheita do milho primeira safra. A segunda safra de milho, que caminha para um forte avanço nas estimativas, sofre com o atraso na colheita da soja, prejudicando o plantio em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Tocantins. O plantio de milho no Maranhão e Piauí, no entanto, avança normalmente e com boas condições para o desenvolvimento das lavouras.

Os portos do Arco Norte aumentaram sua participação nas exportações brasileiras, atingindo 39,7% em fevereiro de 2023, enquanto o porto de Santos escoou 39,1% das exportações do país. Os estados do Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram os principais fornecedores das cargas para exportação.

A colheita da soja também enfrenta desafios climáticos, com chuvas excessivas no Paraná e estiagem no Rio Grande do Sul, afetando a produção. Porém, em outros estados, como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Piauí, as colheitas avançam em ritmo normal ou com boas condições.

A redução na oferta de soja na Argentina, devido às elevadas temperaturas e déficit hídrico, pode favorecer a participação brasileira no mercado internacional, especialmente considerando a expectativa de aumento na produção brasileira de soja em 20,6% nesta temporada, de acordo com a Conab.