Experiências em citricultura são divulgadas no XX Ciclo de Palestras no RS

30.05.2014 | 20:59 (UTC -3)

Experiências na produção de citros realizadas no Uruguai e no Rio Grande do Sul, nos municípios de Liberato Salzano e Montenegro, foram apresentadas durante o primeiro dia do XX Ciclo de Palestras sobre Citricultura do RS, realizado em Maximiliano de Almeida, nos dias 28 e 29 de maio. O Ciclo é promovido pela Prefeitura da Maximiliano de Almeida, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e Emater/RS-Ascar.

A experiência do município de Liberato Salzano, que tem 485 famílias envolvidas com a citricultura, foi apresentada pelo técnico da Emater/RS-Ascar Valtemir Bazeggio. Em 1987, Liberato Salzano encontrava-se entre os dez municípios mais pobres do Estado e, hoje, a cidade está 80 posições acima no ranking. No município, foi formada a Associação de Citricultores, que conta hoje com 120 sócios e uma área de 600 hectares. Em 2011, conseguiram certificações e estão exportando suco de laranja para Suiça e Alemanha, por meio do Comércio Justo.

De acordo com Bazeggio, a tendência é de que diminua o número de famílias na produção, se mantenha a área e aumente a produtividade. “Alguns produtores conseguem altas produtividades chegando a 72t/ha”, disse. Para ele, é necessário um planejamento, investimentos em outras variedades, além da Valência, garantindo um maior tempo de colheita e ter uma área mínima de cinco a seis hectares cultivados com citros, para se tornar viável.

A citricultura no Uruguai foi apresentada pelo agrônomo Álvaro Ricardo Otero Câmara, do Instituto Nacional de Pesquisas Agropecuárias do Uruguai. Ele conta que em 2010 criopu-se no país um plano estratégico para a citricultura. Entre as características da citricultura uruguaia estão a produção para exportação, o foco na produção de fruta de mesa, a rastreabilidade da produção, a certificação. O Uruguai exporta mais de 112 mil toneladas de citros. Entre os fatores limitantes estão a alternância de produção dentro dos pomares, ainda a quantidade de frutas que vai para a indústria por falta de qualidade para a mesa. “Estamos inserindo novas tecnologias de produção, adensando os pomares, para aumentar a produtividade e buscando estrutura de plantas menores pra facilitar o manejo”, disse.

Outra experiência apresentada foi da Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí, a Ecocitrus, fundada em fevereiro de 1994. Conforme o agrônomo e presidente da Ecocitrus, Fábio José Esswein, a cooperativa tem o foco na autogestão, domínio da cadeia produtiva e autossuficiência. A Ecocitrus conta com uma fábrica de sucos e extração de óleos essenciais, uma usina de compostagem e biogás. Esswein falou da organização, do processo de gestão de forma participativa, das constantes capacitações e do assessoramento recebido pelos produtores. Segundo ele são identificadas as necessidades e se organizam as atividades de capacitação. A cooperativa conta com diversos selos de qualidade e certificações, que lhe possibilitam a exportação dos produtos.

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