Experiências com agricultura periurbana em Roraima identificam dificuldades dos agricultores

01.09.2011 | 20:59 (UTC -3)
Cristina Tordin

Pesquisadores da Embrapa Roraima (Boa Vista, RR) realizaram um diagnóstico rápido-participativo em 49 propriedades na região periurbana que cultivam hortaliças e mantém pequenas criações. Isso permitiu identificar as principais dificuldades dos agricultores, relacionadas à mão de obra, comercialização, orientação técnica, custo de insumos, controle de pragas e doenças e aquisição de esterco.

Com base nesses dados, foi delineado o projeto “Tecnologias de manejo agroecológico em pequenas propriedades do entorno de Boa Vista”, com o objetivo de viabilizar o manejo agroecológico em 6 propriedades selecionadas.

Kátia Nechet, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), da equipe do projeto, explica que a maioria utiliza o sistema convencional e uns poucos estão associados a uma cooperativa que desenvolve atividades na linha orgânica.

Conforme a pesquisadora, a produção agrícola brasileira é a cada dia mais demandada a oferecer produtos de qualidade e que tenha um sistema de produção que respeite o meio ambiente. Seguindo essa tendência, várias linhas de agriculturas alternativas surgiram ao longo do tempo com nomes e características próprias.

Dentre essas linhas, a Agroecologia segue uma filosofia de maximizar a produção levando em consideração as influências de aspectos socioculturais, políticos, econômicos e ecológicos no âmbito do sistema alimentar e do desenvolvimento rural.

“A estratégia metodológica foi a de pesquisa participativa, baseada no princípio de que as atividades foram decididas em conjunto e discutidas ao longo do período de execução do projeto por meio de workshops com produtores, técnicos e pesquisadores que identificaram as dificuldades encontradas no projeto e planejaram as ações futuras”, explica a pesquisadora.

O objetivo foi implantar nas áreas selecionadas práticas agroecológicas para que sirvam de modelo a outros proprietários melhorando a qualidade das hortaliças ofertadas ao consumidor e a qualidade de vida do produtor e da comunidade do entorno.

Com duração de 3 anos, o projeto já apresentou alguns resultados, como o monitoramento dos principais problemas relacionados ao manejo do solo, pragas e doenças nas propriedades selecionadas, elaboração de guias de identificação das principais doenças e pragas dos cultivos, elaboração de um guia de identificação de inimigos naturais de insetos-praga, substituição da queima da palha de arroz em canteiros por rotação de culturas com leguminosas, uso de compostagem, indicação de produtos alternativos para o controle de piolhos em galinhas coloniais, uso de refugo de hortaliças como complementação alimentar de galinhas coloniais, divulgação de práticas agroecológicas para alunos do ensino fundamental em escolas próximas às hortas de atuação do projeto, além de instalação de uma fossa séptica biodigestora como alternativa de saneamento no meio rural.

O projeto, com o apoio financeiro do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RR), possui uma equipe multidisciplinar composta de pesquisadores e técnicos nas áreas de solos, fitopatologia, entomologia, irrigação, microbiologia do solo e medicina veterinária.

Kátia Nechet/Embrapa Meio Ambiente

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025