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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) desenvolveram estudos para avaliar o desempenho de 20 cultivares de café em duas situações: a primeira em solução nutritiva com baixas concentrações de Nitrogênio (N) e a seguinte em solução nutritiva com baixas concentrações de Potássio (K).
Os trabalhos, financiados pelo Consórcio Pesquisa Café e coordenados pela pesquisadora da EPAMIG Waldênia de Melo Moura, apontaram as cultivares Tupi IAC 1669-33, Catucaí 785/15, Araponga MG1, Obatã IAC 1669/20 e Topázio MG1190 como as mais eficientes na utilização de Nitrogênio. O elemento é o nutriente mais exigido para o crescimento e desenvolvimento dos cafeeiros, crucial à produção dos cafezais.
Já o Potássio, segundo nutriente mais consumido pelos cafeeiros, possui, juntamente com o N, importante papel na síntese de proteínas, carboidratos e na tolerância a pragas e doenças. Além disso, o K contribui para a regulação osmótica e para a qualidade de bebida, ao ativar a enzima polifenoloxidase presente nos frutos. Na avaliação, as cultivares Araponga MG1, Rubi MG 1192, Obatã IAC 1669/20, Caturra Amarelo IAC476, IPR 102, Catuaí Vermelho IAC 15, Tupi IAC 1669-33, Catucaí 785/15 e Caturra Vermelho IAC 477 foram as mais eficientes.
“Essas cultivares se destacaram por apresentarem maiores eficiências de enraizamento e de conversão dos nutrientes em biomassa”, destaca a pesquisadora Waldênia Moura, que acrescenta: “Esses resultados necessitam ser validados no campo para serem recomendados aos agricultores. No entanto, servem de base para programas de melhoramento genético com o objetivo de desenvolver cultivares mais eficientes nutricionalmente para Nitrogênio e Potássio”.
O Brasil é, respectivamente, o segundo e o quarto maior consumidor mundial de fertilizantes potássicos e nitrogenados, o que o torna dependente da importação desses produtos. A guerra envolvendo a Rússia, país que está entre os principais fornecedores de fertilizantes, fez aumentar a preocupação acerca de um provável desabastecimento desses insumos.
Neste cenário e, considerando, também questões econômicas e ambientais, ganham destaque as pesquisas com foco na nutrição mineral e na identificação de materiais genéticos mais eficientes na absorção e utilização de nutrientes, fundamentais para a redução do uso de fertilizantes químicos.
“Em geral, as regiões cafeeiras apresentam solos naturalmente ácidos e com baixa fertilidade. Para se obter elevadas produtividades é necessário a correção do pH do solo e o uso de grandes quantidades de fertilizantes químicos”, destaca Waldênia Moura, que também avalia a melhor eficácia no aproveitamento do zinco pelos cafeeiros. Especificamente, sobre o nitrogênio e o potássio, a pesquisadora informa que o uso nas adubações se dá principalmente na forma de uréia, sulfato de amônio e o cloreto de potássio, que com o aumento dos preços, terão impactos no custo de produção.
As pesquisas resultaram em três artigos científicos que podem ser consultados para informações mais detalhadas, Genetic diversity in arabica coffee grown in potassium-constrained environment; Variability in the production traits and nutritional efficiency of coffee cultivars when submitted to low soil nitrogen e Biometric analysis of arabica coffee grown in low potassium nutrient solution under greenhouse conditions.
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