Estudo indica vantagens de sacos herméticos para armazenar sementes de milho

Resultados mostraram ser viável manter níveis baixos de oxigênio nos sacos de polietileno-poliamida; a 25 °C, as atmosferas modificadas e auto-modificadas mantiveram valores de germinação de 95,8% e 94,4%

02.08.2024 | 09:12 (UTC -3)
Revista Cultivar
Caixa plástica com dois sacos plásticos (transparentes, para tratamentos de atmosfera modificada e automodificada) e um saco de poli-papel (amarelo, para tratamento de atmosfera normal), e um recipiente com solução de glicerol; a válvula com o septo de borracha pode ser vista no canto de cada saco
Caixa plástica com dois sacos plásticos (transparentes, para tratamentos de atmosfera modificada e automodificada) e um saco de poli-papel (amarelo, para tratamento de atmosfera normal), e um recipiente com solução de glicerol; a válvula com o septo de borracha pode ser vista no canto de cada saco

A qualidade das sementes de milho pode declinar durante o armazenamento. Fatores como umidade relativa, temperatura e concentração de oxigênio são determinantes para a preservação. Atmosferas com baixo oxigênio mostraram-se eficazes em experimentos de laboratório para melhorar a germinação e o vigor das sementes. Contudo, a aplicação dessa tecnologia em escala maior, com sacos de 25-50 kg, ainda é pouco explorada. Um estudo recente avaliou a viabilidade de usar atmosferas com baixo oxigênio para armazenar sementes de milho em sacos herméticos de 25 kg feitos de polietileno e poliamida, sob condições controladas.

Os pesquisadores investigaram a capacidade dos sacos herméticos de manter níveis baixos de oxigênio ao longo do tempo. Em seguida, compararam a germinação e o vigor das sementes armazenadas nesses sacos sob atmosferas modificadas e auto-modificadas com sementes armazenadas em sacos tradicionais de polipapel, em condições atmosféricas normais. As sementes tinham 14% de umidade e foram armazenadas a 25 °C e 10 °C.

Os resultados indicaram que era viável manter níveis baixos de oxigênio nos sacos de polietileno-poliamida. A 25 °C, as atmosferas modificadas e auto-modificadas mantiveram valores de germinação mais altos (95,8% e 94,4%, respectivamente) em comparação ao armazenamento tradicional (68,3%), e ambas foram tão eficazes quanto a refrigeração (97,6%). No entanto, a refrigeração foi melhor para preservar o vigor das sementes, com valores de emergência radicular de 85,2% em atmosferas auto-modificadas e 78,9% em atmosferas modificadas, comparado a 65,0% e 61,2%, respectivamente, a 25 °C.

Metodologia, resultados e discussão sobre o estudo

O estudo avaliou sacos herméticos de polietileno e poliamida com capacidade de 25 kg. As sementes armazenadas em atmosferas modificadas e auto-modificadas foram comparadas com sementes armazenadas em sacos tradicionais de polipapel, em condições normais. As sementes tinham 14% de umidade e foram armazenadas a 25 °C e 10 °C.

Os cientistas apontaram que sacos de polietileno e poliamida conseguiram manter a concentração de oxigênio abaixo do limite desejado de 3% por um período de cinco meses. A baixa concentração de oxigênio foi devido à alta hermeticidade dos sacos, evitando a entrada de oxigênio do exterior. A válvula hermética para injeção de gás e fechamento dos sacos permitiu alcançar uma concentração inicial muito baixa de oxigênio (0,65% em média), minimizando a entrada de oxigênio.

A 25 °C, as tecnologias de atmosfera modificada e auto-modificada foram superiores à tecnologia tradicional e igualmente eficazes na preservação do potencial de germinação. Durante o período estudado, as atmosferas modificadas e auto-modificadas permitiram os mesmos valores de germinação a 25 °C que a refrigeração (10 °C). No entanto, para a preservação da emergência radicular, a refrigeração foi mais eficaz.

Os benefícios observados em experimentos de laboratório foram consistentes na escala piloto. A diferença na germinação foi ainda mais pronunciada em favor das atmosferas com baixo oxigênio (aproximadamente 95% em média para ambas as atmosferas modificadas e auto-modificadas versus 68% na atmosfera normal).

Por essas razões, os cientistas concluíram que sacos de polietileno e poliamida são eficazes para manter atmosferas com baixo oxigênio. Essa tecnologia pode melhorar significativamente a preservação de sementes de milho, oferecendo uma alternativa viável quando a refrigeração não está disponível. Atmosferas auto-modificadas, que eliminam a necessidade de injeção externa de gás, são especialmente atraentes. Eles sugerem que estudos futuros devam explorar essa tecnologia em diferentes níveis de umidade e outras espécies de sementes.

O estudo foi desenvolvido por María Bernadette Abadía, Luciana A. Castillo, Yanela N. Alonso, María Gloria Monterubbianesi, Gisele Maciel e Ricardo E. Bartosik.

Mais informações podem ser obtidas em mdpi.com/2077-0472/14/8/1268

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