Estudo aponta estratégias para o manejo do oídio no cultivo de caju

A Embrapa Agroindústria Tropical lançou o estudo “Manejo químico do oídio em diferentes clones de cajueiro-anão”, doença que provoca danos à produção da castanha e do pedúnculo

22.09.2022 | 14:25 (UTC -3)
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A Embrapa Agroindústria Tropical lançou o estudo “Manejo químico do oídio em diferentes clones de cajueiro-anão”, doença que provoca danos à produção da castanha e do pedúnculo. - Foto: Wenderson Araujo/CNA
A Embrapa Agroindústria Tropical lançou o estudo “Manejo químico do oídio em diferentes clones de cajueiro-anão”, doença que provoca danos à produção da castanha e do pedúnculo. - Foto: Wenderson Araujo/CNA

Manter a saudabilidade das plantas é um dos primeiros passos para a produção de frutos de qualidade. Pensando nisso, a Embrapa Agroindústria Tropical lançou o estudo “Manejo químico do oídio em diferentes clones de cajueiro-anão”, abordando estratégias para o manejo do oídio, doença causada pelo fungo Erysiphe quercicola e que provoca danos à produção da castanha e do pedúnculo. 

O oídio é considerado a principal doença da cajucultura brasileira. Diante disso, o controle químico é a estratégia imediata a ser implementada no sistema de produção. A identificação de clones de cajueiro-anão com maior tolerância à doença permite que as epidemias não resultem em graves consequências para a cajucultura, como a diminuição de qualidade (mudanças de coloração, aspereza e rugosidade) e quantidade (diminuição da massa de castanhas, amêndoas e pedúnculos). 

As epidemias de oídio podem se comportar diferentemente quando se utilizam determinados clones de cajueiro-anão e fungicidas com características distintas, sejam estes empregados isoladamente ou em associação. Com isso, o experimento realizado no Campo Experimental de Pacajus (CE), apresentou como estratégia de manejo o uso de dois tipos de fungicidas: enxofre e trifloxistrobina + tebuconazole. Ao todo, verificou-se os efeitos de cada substância e o comportamento dos clones CCP 76, BRS 189, BRS 226 e BRS 265 isoladamente ou em associação durante o tratamento da doença.

Foram avaliadas as variáveis de doença, como a incidência em castanhas, severidade final em panículas (ramificação de flores), severidade em maturis (área abaixo da curva de progresso do oídio (AACPOID) e a incidência de cajus rachados.

O estudo ressalta, ainda, que o manejo químico do oídio pode demandar o emprego de modos distintos de ação e mobilidade, dependendo do ambiente (clima/região) e do clone cultivado pelo produtor. Assim, o monitoramento da doença contribui para a escolha de um fungicida com melhor eficácia, a fim de manter baixos níveis de severidade da doença. Para um clone suscetível, por exemplo, o uso de fungicidas sistêmicos com efeito de contato, curativo e erradicante pode ser mais eficiente do que aquele com apenas efeito de contato, como o enxofre.

Por meio do estudo, os pesquisadores concluíram que o emprego de clones de cajueiro-anão resistentes torna-se uma potencial estratégia a ser incorporada ao sistema de produção frente a presença do oídio. O clone BRS 226 obteve, no experimento, a menor doença final e menor AACPOID. Por outro lado, o BRS 189 apresentou os maiores valores de doença. Quanto aos fungicidas aplicados, o trifloxistrobina + tebuconazole apresentou maior eficiência sobre a epidemia do oídio do cajueiro. O enxofre, por sua vez, demonstrou eficiência limitada em ambiente altamente afetado pela doença. Com a substância, somente clones mais resistentes conseguiram manter a doença em baixos níveis.

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