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O tempo seco causou uma queda sensível na produtividade agrícola dos canaviais na Região Centro-Sul. De acordo com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em novembro a produtividade agrícola caiu 18,71% em relação ao mesmo mês de 2009. No acumulado desde o início da safra até 01 de dezembro, a quebra já é de 7,26% comparada com igual período da safra 2009/2010.
De acordo com o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, o clima mais seco do que o esperado impactou fortemente a produção de cana esperada para esta safra. “A queda na disponibilidade de matéria-prima foi tão grande que o volume de cana processado até o momento é praticamente o mesmo observado em toda a safra passada, portanto, o crescimento da moagem na atual safra será determinado pela pouca cana a ser processada nas próximas quinzenas.”
No acumulado desde o início da safra no Centro-Sul, a moagem de cana totalizou 543,67 milhões de toneladas, um crescimento de 8,86% em relação as 499,40 milhões de toneladas verificadas no mesmo período de 2009. Porém, na segunda quinzena de novembro, a moagem ficou em 18,40 milhões de toneladas, uma queda de 27,95% em relação ao mesmo período do ano anterior quando foram processadas 25,54 milhões de toneladas.
Essa desaceleração no ritmo de processamento de cana é um reflexo direto da disponibilidade de matéria-prima e do número de usinas que já encerraram a safra. Até o final de novembro deste ano, 138 unidades haviam finalizado o processamento de cana, número significativamente superior às 25 unidades que concluíram a moagem até essa data no ano anterior.
“Nesse cenário de queda de produtividade, final precoce de safra em muitas regiões e início das chuvas de final de ano, será muito difícil atingirmos 560 milhões de toneladas de cana processadas na região Centro-Sul”, concluiu Rodrigues. Em agosto, quando a projeção de moagem para a atual safra foi revisada pela UNICA, o total esperado era de 570,19 milhões de toneladas.
Rodrigues explica que a menor intensidade de moagem em relação à safra anterior deve ser mantida nos próximos meses. “Estimamos que 297 unidades tenham finalizado a safra até o final de dezembro e, na entressafra, o número de usinas em operação deve ficar abaixo de 20% do número observado no mesmo período da safra 2009/2010,” acrescentou o executivo.
Novas unidades
Na segunda quinzena de novembro duas novas unidades entraram em operação, mas deverão processar um volume pequeno de cana este ano. Com o início de atividades dessas usinas, do total de novas unidades previstas para a atual safra apenas uma não foi confirmada, devendo iniciar suas atividades em 2011.
Qualidade da matéria-prima
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 131,61 kg por tonelada de cana-de-açúcar na segunda quinzena de novembro, 6,53 kg inferior ao valor obtido nos primeiros 15 dias do mesmo mês. No acumulado desde o início da safra, a concentração de ATR aumentou 7,35% relativamente ao mesmo período de 2009, totalizando 141,64 kg por tonelada de matéria-prima.
Devido a essa recuperação na qualidade da matéria-prima, o incremento na quantidade total de produtos nesta safra deverá ser superior ao crescimento da moagem de cana. Até o final da segunda quinzena de novembro, foram processadas 77,00 milhões de toneladas de ATR, valor 16,87% superior aquele observado no mesmo período de 2009.
Produção de açúcar e etanol
Do volume de matéria-prima processado na segunda quinzena de novembro, 44,27% destinou-se à produção de açúcar. No acumulado desde o início da safra, essa percentagem ficou em 45,00%.
A produção de açúcar nos últimos quinze dias de novembro totalizou 1,02 milhão de toneladas, queda de 18,09% em relação ao mesmo período da safra anterior, quando foram produzidas 1,25 milhão de toneladas. A produção de etanol, por sua vez, somou 784,60 milhões de litros, dos quais 310,40 milhões de litros de etanol anidro e 474,20 milhões de hidratado.
No acumulado desde o início da safra 2010/2011, a produção de açúcar totalizou 33,02 milhões de toneladas, enquanto a de etanol alcançou 24,72 bilhões de litros, crescimento de 14,04% comparado ao mesmo período de 2009. Do total produzido de etanol, 17,51 bilhões de litros foram de etanol hidratado e 7,21 de etanol anidro.
De acordo com o diretor da UNICA, a produção divulgada para a segunda quinzena de novembro incorpora os volumes de etanol hidratado que foram desidratados nos últimos meses e convertidos em etanol anidro. “Esse volume de etanol anidro dá mais tranquilidade ao abastecimento da entressafra e exemplifica como os sinais de mercado foram suficientes para o estímulo da produção do produto,” explica o executivo.
Vendas de etanol
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da Região Centro-Sul, acumuladas de abril até o final da segunda quinzena de novembro, somaram 17,75 bilhões de litros, 3,86% abaixo do total para o mesmo período do ano passado. Deste total, 1,50 bilhões de litros destinaram-se à exportação – volume 40,42% inferior ao exportado em 2009 – enquanto 16,26 bilhões de litros ficaram no mercado doméstico.
O incremento na produção e a queda nas exportações de etanol permitiram que um volume maior do produto fosse direcionado para o atendimento do mercado interno.
Do montante direcionado ao abastecimento doméstico, 11,84 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado e 4,42 bilhões de litros ao etanol anidro, volume 10,60% maior ao observado na safra 2009/2010.
Nos últimos 15 dias de novembro, as vendas de etanol atingiram 1,15 bilhão de litros, contra 1,10 bilhão de litros registrados em igual período de 2009. Deste total, as vendas de etanol anidro representaram 307,18 milhões de litros comercializados e as de hidratado 845,33 milhões.
A despeito do aumento considerável de frota flex nos últimos 12 meses, o volume de etanol hidratado carburante vendido na segunda quinzena de novembro foi praticamente igual àquele observado no mesmo período do ano anterior: 712,40 milhões de litros este ano, contra 705,75 em 2009.
“Esse fato é natural na medida em que aumenta a proporção de veículos flex nas ruas e, com isso, um maior número de consumidores pode escolher o combustível no momento do abastecimento,” acrescentou Rodrigues.
Com base em dados de vendas de veículos da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a UNICA estima a frota brasileira de carros flex em 11,78 milhões de veículos, representando 45,69% da frota total de veículos leves (Ciclo Otto).
Rosa Webster
CDN Comunicação Corporativa
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