Bayer e Embrapa iniciam estudo sobre resistência de fungos e fungicidas no cultivo da soja
A parceria almeja estabelecer técnicas de manejo customizadas para os produtores de cada região do país
Foi realizado na primeira semana de setembro o Simpósio de Resistência de Pragas, Plantas Daninhas e Fungos a Produtos Fitossanitários no Sindicato Rural de Rio Verde/Goiás. Reunindo cerca de 160 agricultores, técnicos e estudantes, o evento foi organizado e promovido pelo GELQ (Grupo de Estudos “Luiz de Queiroz” da ESALQ/USP), contando com o apoio do FRAC (Comitê de Ação à Resistência a Fungicida), HRAC (Associação Brasileira de Ação à Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas) e IRAC (Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas).
De acordo com Thamires Nitrini, coordenadora do evento, o simpósio teve como objetivo propiciar discussões sobre a importância do desenvolvimento de programas proativos e preventivos para o manejo da resistência de pragas (insetos, plantas daninhas e fungos). Esta é a segunda vez que este simpósio é realizado em Rio Verde, sendo que a primeira edição aconteceu em 2014. “Esta nova edição foi motivada pelo enorme interesse que muitos agricultores têm demonstrado pelo assunto. Neste ano, o evento atraiu a atenção de técnicos de outras partes do país, como Bahia e Rondônia, o que mostra que existe interesse em outras regiões”, relata Thamires.
O painel promovido pelo IRAC-BR foi iniciado pelo Dr. Marcelo Poletti, Diretor Geral da Promip, que abordou a Situação Atual da Resistência a Inseticidas para Mosca Branca, Percevejo Marrom e a Lagarta Falsa Medideira. De acordo com Poletti, a Promip tem colaborado com o IRAC-BR desde 2010, realizando estudos de monitoramento da resistência de pragas-alvo a inseticidas em soja, milho, algodão e cana-de-açúcar, nas principais regiões produtoras do país.
“Alguns agricultores têm relatado frequentemente a ineficiência de moléculas químicas em campo. No entanto é importante ressaltar que nem sempre as falhas no controle estão associadas à resistência, por isso é importante que a confirmação seja feita por meio de análises laboratoriais específicas para identificar corretamente o problema”, completa Poletti.
O Engenheiro agrônomo e mestre em entomologia, Patrick Marques Dourado, Pesquisador da Monsanto, que representou IRAC-BR neste evento, ressaltou a importância do comitê que, dentre outras atividades, também fomenta pesquisas sobre resistência a inseticidas. Para Dourado, ainda existe dificuldade muito grande para que informações relacionadas com o manejo da resistência cheguem até o produtor de maneira correta.
“O IRAC-BR tem como papel primordial reforçar a importância do monitoramento da resistência de pragas-alvo a táticas de controle e disponibilizar recomendações para que seja feito corretamente, evitando-se a aplicabilidade dedutiva de inseticidas” reforça Patrick.
A Dra. Lúcia Vivan da Fundação MT contribuiu com as discussões sobre aspectos importantes para a implantação do MIP em culturas estabelecidas no Cerrado, dando ênfase às pragas-chave que ocorrem neste bioma.
Além do painel que abordou a resistência de pragas aos inseticidas, outras duas mesas discutiram o manejo da resistência de fungos e plantas daninhas aos fitossanitários. “Eventos como esse são importantes para difusão de novas tecnologias, bem como para o treinamento e conscientização do agricultor para o uso correto das mesmas. Em função da repercussão do evento, a expectativa é que uma nova edição aconteça em breve” finaliza Thamires.
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