Especial Expodireto: Feira continua movimentada e com programação intensa

Nos três primeiros dias público superou 140 mil visitantes segundo os organizadores da feira

05.03.2020 | 20:59 (UTC -3)
Cultivar

A 21ª Expodireto, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, chega ao quarto dia, com movimentação intensa de público, fóruns e palestras. De acordo com os organizadores, na quarta-feira 70,5 mil visitantes passaram pelo parque da Cotrijal, que conta com 98 hectares para abrigar o evento. Com isso número de pessoas a participar da feira já supera os 140 mil. 

Nesta quinta-feira, 05/03, ocorre o 13º Fórum Florestal do Rio Grande do Sul. O evento vai das 9h às 12h, no auditório central, e contará com palestras sobre turismo rural, gestão pública e rota da erva-mate.

Entre 10h e 11h, na Arena Agrodigital, o CEO e fundador da Hypercubes, Fábio Teixeira, ministra palestra magna com o tema “A tecnologia espacial focada no agronegócio”. À tarde, das 14h às 17h, o auditório da produção receberá o painel “Integração Lavoura-Pecuária - o que o produtor tem a dizer”.

Nesta 21ª edição a Expodireto conta com 573 expositores de máquinas e implementos agrícolas, agroquímicas, empresas de pesquisa e agricultura digital. A revista Cultivar participa com estande para venda de Assinaturas e atendimento ao cliente, localizado na rua 8, próximo ao prédio da Administração da feira.

Fórum do Trigo

Ainda na quarta-feira (04/03) ocorreu o Fórum do Trigo. Cláudio Kapp Júnior, pesquisador do Setor de Economia Rural da Fundação ABC, trouxe resultados de pesquisa realizada entre 1995 e 2018, abordando 25 safras em uma área de 422 mil hectares de trigo no Paraná e em São Paulo. O resultado final apontou lucro de cerca de R$ 230,00 por hectare. “Isso é expressivo. Mostra que o trigo é muito importante dentro do sistema de produção e uma boa opção de inverno. Não é a única, mas o produtor pode introduzir o trigo para aumentar os índices de rentabilidade de sua propriedade”.

O pesquisador afirmou que o produtor está acostumado a, normalmente, avaliar uma safra independente, isolada. Assim, pode encontrar um saldo negativo para o trigo e achar que a cultura não é rentável na sua propriedade. “No entanto, a pesquisa comprovou que numa média de anos bons e ruins, o trigo foi mais rentável do que a cobertura verde, que não tem contrapartida de receita”, comentou.

Já o coordenador da assessoria do Grupo Agros, Carlos André Fiorin, recomendou ao produtor planejar lavoura, levando em conta a realidade de cada região, e ficar atento aos custos de produção que tiveram uma alta importante nos últimos cinco anos. “Necessariamente, não precisa ter lucro, mas tem que cobrir pelo menos uma parte dos custos dentro da propriedade”, pontuou.

Para Fiorin, se o produtor alcançar uma média mínima de 60 sacos/hectare, ele consegue aumentar a rentabilidade de sua propriedade. “Se o produtor vender esta produção no valor de R$ 44,00 o saco, sobra R$ 1.000,00 para auxiliar nos custos de outros setores da propriedade”.

Paulo Cezar Vieira Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (FecoAgro/RS), enfatizou que das 10 milhões de toneladas de trigo consumidas no Brasil, 2 milhões de toneladas são produzidas no Rio Grande do Sul.

Pires não apresentou números, mas fez questão de mencionar os benefícios do cereal no sistema de produção, como formação de palhada, melhor controle de pragas, doenças e plantas daninhas e otimização do maquinário e mão de obra. “Se vai plantar trigo, planta bem. O produtor quer ter resultados. Aumentar a produtividade sem gastar mais por isso”, concluiu.


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