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Você tem problemas com infestações de aveia e azevém? Se você tem, sabe que essas plantas daninhas são consideradas como inimigas do trigo porque competem por elementos essenciais como água, luz, nutrientes, CO² e espaço físico. Em seu nome próprio - Plantas Daninhas - já se refere ao principal motivo: causa danos e, especialmente, prejuízos. Nas lavouras de trigo, a aveia e o azevém são responsáveis por até 50% das perdas potenciais, segundo dados da Fundação ABC. Na Expodireto Cotrijal, que acontece em Não-Me-Toque (RS), entre 2 e 6 de março, uma tecnologia inédita no Brasil será apresentada para auxiliar os produtores de trigo a controlar essas infestações. O TBIO Capricho CL é o primeiro trigo brasileiro do Sistema de Produção Clearfield no trigo, resultado de uma parceria entre a Biotrigo e a BASF. A tecnologia foi criada com o objetivo de resolver o problema de resistência de algumas espécies de plantas daninhas aos herbicidas inibidores da ACCase ou da ALS. O estande da Biotrigo está localizado na Avenida B - área de produção vegetal do parque de exposições.
Segundo o doutor em fitotecnia e professor na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Giliardi Dalazen, o Clearfield já é utilizado em outros países produtores de trigo, como Canadá e Austrália. No Brasil, têm excelentes resultados na cultura do arroz. “Essa tecnologia auxiliará o produtor no manejo de algumas plantas daninhas importantes no trigo, como azevém, aveia e nabiça. No caso do azevém - principal planta daninha da cultura – o maior benefício é realizar o controle de biótipos de azevém resistentes ao glifosato, aos inibidores da ACCase (graminicidas) e inibidores da ALS”, destaca.
A tecnologia CL foi introduzida na cultivar de trigo através de técnicas de melhoramento genético convencionais. André Cunha Rosa, melhorista e diretor da Biotrigo Genética, explica que o processo envolveu o cruzamento de um genótipo com o gene CL com outros genótipos de interesse. “Não se trata de um evento de transgenia, mas sim de uma mutação induzida no gene ALS, que proporciona seletividade ao herbicida imazamoxi nessas cultivares”, comenta. O desenvolvimento do primeiro trigo CL levou mais de 10 anos de pesquisa.
Após esse cruzamento, foram realizadas avaliações a campo e em laboratórios para selecionar as características importantes para a cultura do trigo como rendimento, qualidade industrial e resistência às doenças. “Além de ter tolerância aos herbicidas imizadolinonas (IMI), mais precisamente ao ingrediente ativo imazamoxi, essa cultivar também possui características agronômicas importantes, como o bom nível de resistência à Giberela, à Mosaico e à Bacteriose”, explica.
A cultivar é classificada como trigo Pão/Melhorador e tem ciclo médio/tardio e porte médio. A semeadura do TBIO Capricho CL é recomendada nas regiões RS1, RS2, SC1, SC2, PR1, PR2 e para as regiões de maior altitude nas regiões PR3, SP2. A cultivar está disponível para a multiplicação de sementes na safra 2020.
No Brasil, o sistema Clearfield já é utilizado há mais de uma década no arroz. No trigo, chega aos produtores como uma ferramenta importantíssima para o controle efetivo das plantas daninhas e para entregar uma lavoura limpa para a soja que vem depois. Segundo o gerente de Marketing de Arroz e Trigo da BASF, Vitor Bernardes, o TBIO Capricho é o primeiro trigo brasileiro tolerante ao herbicida pós-emergente Raptor 70 DG. "O objetivo de trazer essa tecnologia ao mercado brasileiro é dar condições ao triticultor de fazer um controle efetivo das plantas daninhas, um dos grandes desafios do cultivo. Com isso, contribuiremos com a produtividade, qualidade de grãos e com a rentabilidade do agricultor no sistema produtivo soja – trigo", comenta.
Para o gerente técnico de pesquisa da Fundação ABC, Luis Henrique Penckowski, e a pesquisadora do setor de herbologia da instituição, Eliana Fernandes Borsato, a tecnologia permite utilizar de forma seletiva o herbicida Raptor 70DG, além de controlar com eficácia os biótipos de azevém resistente ao glifosato e/ou inibidores da ALS. “A dificuldade no controle de azevém com resistência ao herbicida glifosato estava inviabilizando a utilização da cultura como parte do sistema de rotação. O trigo CL e a utilização de Raptor 70DG na pós-emergência do trigo se mostraram eficientes nos testes viabilizando a cultura porque permite a aplicação seletiva de herbicidas do grupo das imidazolinonas”, comentaram.
Giliardi faz recomendações a respeito do uso da tecnologia. “A principal recomendação é planejar o uso da tecnologia na propriedade e rotacionar com outras cultivares convencionais. É importante que essa cultivar seja introduzida num cronograma de rotação de cultivares, utilizando-a em 25 ou 33% da área cultivada com trigo a cada ano, sem repeti-la na mesma área nos anos seguintes. Assim, se dificultará a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes ao herbicida utilizado, prolongando a vida útil da tecnologia”, alerta o professor.
Caio Nemitz, produtor rural de Manuel Viana, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul comprovou a eficácia da tecnologia Clearfiled no arroz e se animou com a novidade no trigo. “O importante é usar adequadamente, em uma área por ano e faça a rotação de culturas. Dentro das recomendações técnicas a tecnologia é eficiente por muitos anos”, destaca.
Fernando Michel Wagner, gerente comercial para a América Latina (Latam) da Biotrigo Genética e Diretor da Apasem (Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas) explica que o uso de sementes piratas dissemina invasoras e contamina as lavouras com plantas daninhas resistentes a herbicidas. “A melhor forma de obter uma lavoura limpa, produtiva e rentável é investir em sementes certificadas da cultivar”, orienta.
Durante a Expodireto, agricultores poderão conferir no estande da Biotrigo parcelas demonstrativas de 14 cultivares e linhagens de trigo TBIO em estágio vegetativo, já expressando algumas de suas características agronômicas. Os técnicos da Biotrigo também estarão orientando sobre as indicações, benefícios, qualidade industrial, posicionamento agronômico das novas tecnologias e, ainda, esclarecendo dúvidas sobre a semeadura e a venda das cultivares para a safra 2020. O estande da Biotrigo está localizado na Avenida B.
TBIO Alpaca – biscoito/precoce
TBIO Astro – melhorador/precoce
TBIO Aton – pão/médio
TBIO Audaz – melhorador/precoce
TBIO Capricho CL – Clearfield/melhorador/tardio
TBIO Duque – branqueador/precoce
TBIO Noble – branqueador/melhorador
TBIO Ponteiro – pão/tardio
TBIO Sonic – melhorador/superprecoce
Energix 201 – silagem/pré-secado/precoce
Energix 202 – silagem/pré-secado/precoce
Lenox – pastejo/tardio
BIO 152079
BIO 145031
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