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A nova cultivar apresenta alto potencial produtivo, com produtividade média de 3.941 quilos, por hectare, na época de semeadura de inverno, 3.553 quilos, por hectare, na época de semeadura das águas e 2.131 quilos, por hectare, na semeadura da seca. Esses resultados foram observados em 18 experimentos realizados no Estado de São Paulo, de 2013 a 2015.
Esta produtividade supera, nas três épocas, a da IAC Milênio, cultivar que antecedeu a IAC Sintonia. A IAC Milênio apresenta, respectivamente nas três épocas, produtividade de 3520 quilos, por hectare; 2.835 quilos, por hectare, e 2.058 quilos, por hectare.
“O potencial produtivo médio observado em lavoura, no ano de 2014, em Campinas, foi de 4.740 quilos, por hectare, com colheita manual em área de um hectare”, afirma o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.
A cultivar IAC Sintonia apresenta ciclo semi-precoce, ao redor de 85 dias da emergência à colheita, conforme as condições de cultivo impostas. Esse ciclo representa uma redução de 15 dias em relação ao ciclo normal da cultura.
A semi-precocidade pode contribuir para reduzir as perdas do feijoeiro em decorrência do estresse hídrico, nas regiões com baixo índice pluviométrico, que já plantam cultivares de feijão IAC. Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico, diminuir a permanência do feijoeiro no campo é importante para reduzir a exposição da planta ao estresse hídrico. “A falta d'água pode levar à perda diária de 74 quilos de feijão, por hectare. Daí a importância de a cultivar ser precoce ou semi-precoce e, assim, permanecer por menor tempo no campo”, diz.
O tamanho dos grãos da IAC Sintonia é outra característica de grande interesse para agricultores e indústria. “O setor de produção prefere grãos com peneiras acima do tamanho 12”, afirma.
Outra vantagem da nova cultivar é a resistência ao patógeno da antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) e a tolerância à murcha de fusarium (Fusarium oxysporum). Essas duas doenças estão entre as principais que atacam o feijoeiro e representam cerca de 25% dos custos com controle químico na lavoura. “Ao reduzir a necessidade de pulverização, estamos contribuindo para baixar custos para o produtor e também para minimizar impactos ambientais, além de colaborar com a saúde do trabalhador rural e do consumidor”, avalia.
Ainda no rol de benefícios para o consumidor, a IAC Sintonia traz teor de proteína de 21% e tempo de cozimento em torno de 25 minutos, em condições de panela de pressão, com caldo espesso e grãos grandes e inteiros, como preferem os apreciadores de feijão.
“Vale ressaltar que o melhoramento de feijão trabalhado no IAC vem agregando essas características que atraem o consumidor final com o objetivo de contribuir com o aumento do consumo deste grão. Esse pacote tecnológico também atende à demanda da indústria que processa o feijão que vai chegar à mesa das famílias”, afirma o diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell, pesquisador da área de feijão.
Recomendações técnicas
De acordo com Chiorato, a cultivar IAC Sintonia responde muito bem à adubação nitrogenada. A recomendação é adotar doses ao redor de 100 quilos, por hectare, de nitrogênio, principalmente em áreas com a ocorrência de Fusarium oxysporum, visando aumentar a vegetação da planta para melhor enchimento dos grãos. “Deve-se realizar a adubação nitrogenada com 25 dias após a germinação para que não ocorram deficiências durante o florescimento. Trabalhar da mesma forma com o potássio, caso não seja realizada a aplicação deste elemento durante a semeadura”, recomenda. O início do florescimento terá início aos 35 dias, após a germinação.
A nova cultivar responde bem ao manganês, com doses variando ao redor de 300 gramas, por hectare. O pesquisador destaca a necessidade de orientar a aplicação de acordo com a análise de solo.
Recomenda-se também utilizar populações ao redor de 200 mil plantas, por hectare, de modo que fiquem 10 a 11 plantas finais, por metro linear, no espaçamento de 50 cm. “Esta população foi a que se mostrou ideal para a cultivar IAC Sintonia, que apresenta porte de planta semi-ereto”, afirma.
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