Depois de sucessivas quedas, glifosato termina maio estável
A formatura das turmas de 2008 da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) marcou a consolidação do programa de dupla diplomação em engenharia agronômica, dentro do convênio de parceria entre a Escola e universidades francesas.
Em 2009, a ESALQ inaugurou o Programa de Pós-Graduação Internacional em Biologia Celular e Molecular Vegetal. O curso oferece dupla titulação e o aluno formado recebe o título de doutor em Ciências, válido no Brasil e nos Estados Unidos, onde estão instaladas as instituições parceiras do Programa.
Fatos como estes marcam as comemorações dos 108 anos da ESALQ, que serão completados em 3 de junho. A ESALQ tem se alinhado de maneira rápida e intensa à política de internacionalização promovida pela Universidade de São Paulo (USP) e, ano a ano, tem aumentado seus índices de mobilidade internacional e suas relações com instituições de ensino superior do mundo inteiro. Nos últimos dez anos, mais de 100 alunos de graduação foram estudar no exterior por conta de convênios mantidos com universidades estrangeiras. Atualmente, a ESALQ mantém acordos bilaterais com mais de 20 instituições de cerca de 15 países como Estados Unidos, Japão, Portugal, Argentina, Noruega, Finlândia, Holanda e França. Mais sete parcerias estão em tramitação, sendo três com universidades norte americanas, e outras com instituições do Equador, Peru, França e Coréia.
Em 2009, chegaram para estagiar ou estudar na ESALQ 21 alunos estrangeiros, como Susana Soraida Solis Díaz, aluna do curso de Recursos Naturais Renováveis da Universidad Autónoma Chapingo (México). Para ela, a permanência no Brasil tem sido bastante rica do ponto de vista acadêmico e humano. “Na ESALQ estou tendo uma das melhores vivências do ponto de vista acadêmico, as instalações são excelentes e o ambiente estudantil se caracteriza pela liberdade de expressão. As aulas são dinâmicas, agradáveis e muito ilustrativas. Em geral, o intercâmbio tem me ajudado a crescer como profissional, porque convivo com pessoas com muito alto nível de conhecimento e tenho amadurecido como pessoa, uma vez que estar sozinha representa termos desafios diários, de maneira que tenho mudado minha maneira de ver a vida e o mundo”, enfatiza a mexicana. Na distante Cingapura, Mariam Sulaiman cursa Biologia na Nanyang Technological University. Desde o início do ano, está na ESALQ assistindo aulas e fazendo estágio e diz que o programa de intercâmbio lhe dá a oportunidade de trocar experiências e sabedorias. “Aqui professores e alunos estão sempre disponíveis para me ajudar a vencer a barreira do idioma e pra mim tem sido muito rico aprender a Língua Portuguesa e falar sobre a cultura asiática”, revela Mariam, que afirma estar interessada em aprofundar seus conhecimentos sobre agricultura. “Por isso escolhi o Brasil e mais especificamente a ESALQ, que tem uma reputação estabelecida na pesquisa agrícola”, reforça.
Segundo o coordenador da Comissão de Assuntos Internacionais (CAInt), professor João Gomes Martines, “os convênios internacionais tem procurado fortalecer as relações internacionais com centros de referências, promover e divulgar a produção científica no exterior, fortalecer a posição da Instituição como centro nacional e internacional de referência e estimular o intercâmbio internacional de docentes e discentes de graduação e pós-graduação”.
A visibilidade internacional que a ESALQ vem ganhando pode ser medida pela quantidade de visitas oriundas dos vários continentes que recebe, todas as semanas, não somente para fechamento de convênio, mas também para visitas técnicas e demais atividades de ensino, pesquisa e extensão. Em 2008, foram registradas 54 visitas internacionais. Passaram pela Escola grupos de estudantes, pesquisadores, estudantes, produtores e empresários de 18 países, incluindo ai Japão, Canadá, Austrália, Venezuela, Paquistão, Espanha, África do Sul, Colômbia e Inglaterra. Além disso, a ESALQ recebeu, em 2008, o embaixador do Paquistão no Brasil, o cônsul do Reino Unido em São Paulo, representantes ministeriais do Japão, Suécia e Cuba, além do primeiro ministro da Finlândia. Em março desse ano, o primeiro ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, visitou o Brasil e a ESALQ foi um dos destinos da sua delegação. Na Escola, Balkenende falou para um público de mais de 350 pessoas sobre os desafios da economia mundial para tornar viável, de maneira sustentável, as novas fontes de energia.
Com a Holanda, aliás, a ESALQ tem se aproximado cada vez mais a partir da parceria com a Wageningen University and Research Center, instituição de ensino e pesquisa das mais conceituadas do mundo, na área de ciências agrárias. O acordo fora fechado em maio de 2007, quando um gabinete da universidade holandesa fora instalado nas dependências da ESALQ, atuando como escritório permanente para suas ações na América Latina. Nos últimos anos, a Wageningen estabeleceu acordos similares para o desenvolvimento de novos programas de pesquisa com a Argentina, Chile, México e, principalmente, o Brasil. O representante holandês na ESALQ é o professor Peter Zuurbier, coordenador internacional da Escola holandesa. Jos van de Vooren, Conselheiro Agrícola da Embaixada dos Países Baixos no Brasil, integra a equipe do gabinete.
Por conta dessa cooperação, este ano seis alunos da ESALQ estão estudando na Holanda e mais oito seguem a partir do segundo semestre para Wageningen. Thais Cordova, aluna do 5º ano de Gestão Ambiental, está cursando um semestre na Holanda e destaca a importância da experiência internacional. “Com o mercado de trabalho tão competitivo ao qual estamos expostos, o intercâmbio enriquece nosso currículo acadêmico e aprimora nossos conhecimentos, além de nos permitir vivenciar experiências pessoais e culturais que podem significar um diferencial chave na procura de um bom emprego, ou mesmo para aqueles que desejam seguir carreira acadêmica”. O acordo com a universidade dos Países Baixos tem se mostrado tão produtivo que, em uma ação conjunta entre as Comissões de Graduação (CG) e de Atividades Internacionais (CAInt), mais o escritório de Wageningen instalado na ESALQ, fora selado o programa de dupla diplomação entre as instituições. “O projeto contemplará os cursos de Gestão Ambiental, Ciências Biológicas, Ciências dos Alimentos e Ciências Econômicas e deve ter início em setembro de 2010, quando se inicia o ano letivo na Holanda”, antecipa o professor João Martines.
A USP e o Grupo Santander possuem um acordo de cooperação que oferece bolsas de estudo em universidades da América Latina, Portugal e Espanha. A edição 2009 do Programa de Mobilidade Internacional do Santander, que inclui ‘Bolsas Luso-Brasileiras’ e ‘Bolsas de Países Ibéricos’, contemplou duas graduandas da ESALQ. As alunas, que optaram por estudar em Portugal, partirão para a Europa em agosto. Natália Zancan, aluna do 3º ano do curso de Ciências Econômicas, seguirá para a Universidade do Porto. Por aqui, vem desenvolvendo na iniciação científica uma pesquisa sobre biodiesel, e se entusiasma com oportunidade de permanecer por seis meses na Europa. “Pretendo aperfeiçoar meus conhecimentos, ganhar uma visão diferente de mundo. Acho que pode ser interessante dar seqüência aos estudos na área de agroenergia, uma vez que na Europa as pesquisas relacionadas ao tema vem ganhando espaço”. Valquíria Prezotto Ximenes, também aluna do 3º ano do curso de Ciências Econômicas, tem como destino a Universidade de Coimbra (Portugal). Nas disciplinas a cursar, a estudante aprofundará conhecimentos em economia internacional, marketing e teorias do crescimento. “Venho desenvolvendo pesquisas na área de economia internacional, com ênfase em barreiras fitossanitárias e ter contato com esta temática em nível global será uma ótima oportunidade”.
A participação de imigrantes japoneses e seus descendentes na realidade brasileira é significativa. Dos quase 12 mil profissionais formados na ESALQ, mais de 10% são descendentes nipônicos. Em 2008, a Escola integrou o “Simpósio Brasil Japão: Contribuição ao Agronegócio”, evento promovido pela USP, Unesp e Unicamp e que fez parte das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Dentro da programação, esteve em visita à Escola uma comitiva japonesa, composta pelo reitor da Tokyo University of Agriculture and Technology (TUAT), Hidefume Kobatake, e mais quatro professores da instituição, além do diretor da Tsukuba University, Norio Tase.
Nos últimos anos, a aproximação com as universidades francesas tem se fortalecido em virtude dos programas de dupla diplomação em engenharia agronômica que a Escola mantém com 3 instituições francesas. Atualmente, há 18 alunos da ESALQ na França e mais 14 seguem a partir do segundo semestre. Por aqui, 10 franceses cursam disciplinas diversas, sendo 4 integrados ao programa do duplo diploma.
Nos programas de dupla diplomação, os alunos brasileiros permanecem dois anos na França: o primeiro ano é subsidiado por programas especiais da CAPES, chamados Brafitec e Brafagri; O segundo ano é subsidiado por empresas francesas. Já os alunos franceses passam 1 ano e meio no Brasil e são subsidiados por programas equivalentes ao da CAPES, financiados pelo "Ministère des Affaires Etrangères". A França exige um trabalho de conclusão de curso (Memoire de Fin d´Études) e, por isso, nossos alunos ficam lá mais tempo. Em janeiro de 2009, receberam os dois diplomas, 6 alunos brasileiros e 3 alunos franceses.
André Augusto Vaz Bernussi, aluno que ingressou no programa de dupla diplomação em 2006, atualmente faz estágio profissionalizante na França na área de auditoria contábil financeira. “Eu acabei investindo em um setor diferente do tradicional de engenharia agronômica e isso me permitiu ter uma visão corporativa muito interessante das empresas francesas, de maneira que eu recomendo aos interessados, uma vez que representa uma grande vantagem, pela formação sólida que proporciona, ter um diploma que permite a atuação fora do país. É uma experiência que significa uma abertura cultural e educacional. A distância da família e amigos é recompensada já que me permitiu construir uma carreira diferenciada”, relata. Já para o francês Cyril Perrin, aluno da ESA/Angers que está desde o ano passado em Piracicaba, “investir na dupla diplomação é importante pelo fato de ingressar em um outro mercado, uma outra cultura, além de poder vivenciar na ESALQ uma realidade multidisciplinar a partir do contato com as áreas de economia e gestão ambiental”.
Para Claire Meignie, que estuda na ISARA/Lyon e chegou ao Brasil em janeiro de 2008, o intercâmbio permitiu estudar disciplinas não disponíveis nas escolas de agronomia francesas, como a produção de frutas e funcionamento de mercados futuros. “Aqui tive contato com conteúdos que eu pretendo trabalhar depois de me formar”, revela a aluna que volta para seu país em julho, mas pretende retornar ao Brasil. “Eu volto para a França em julho, para fazer residência. Várias empresas francesas internacionais estão procurando profissionais com o duplo diploma, mas eu tentarei regressar ao Brasil, considero a vida mais agradável aqui”.
Na ESALQ, quem coordena os programas de dupla diplomação é a professora Maria Lúcia Carneiro Vieira, do departamento de Genética (LGN). “A experiência internacional, já durante a graduação, é vista como uma vantagem para as indústrias, devido a maturidade que esses alunos adquirem, além do aprendizado da língua e da cultura estrangeira. Os profissionais com experiência multicultural, com dois diplomas, assumem funções nas empresas imediatamente após a contratação, sem precisar de treinamento prévio. Nossos alunos duplo-diplomados já estão atuando em empresas no Brasil, e um deles foi contratado na França”, lembra a professora.
Em 2009, proclamado o Ano da França no Brasil, a ESALQ está incluída na programação oficial dessa comemoração. Entre 5 e 8 de outubro, acontecerá na Escola o “Workshop "Brasil-França 2009: Cooperação em Ciências Agrárias e Florestais - o caso da ESALQ/USP e seus parceiros franceses”.
O evento está organizado em seis painéis: a) Intercâmbio de estudantes e docentes; b) Sustentabilidade socioeconômica e ambiental da cadeia produtiva; c) Política agrícola, desenvolvimento rural e sustentabilidade; d) Relações comerciais Brasil-França; e) Manejo integrado de bacias hidrográficas; f) Bioenergia. A coordenação do evento é do professor José Leonardo de Moraes Gonçalves, do departamento de Ciências Florestais (LCF) e um dos objetivos é debater temas relativos ao intercâmbio de docentes e estudantes do Brasil e da França no âmbito dos convênios estabelecidos entre a ESALQ, AgroParisTech, Consórcio Fésia e l’Institut Polytechnique LaSalle-Beauvais, apoiados pelos Programas Brafitec, Brafagri da CAPES, além de bolsas de doutorado sanduíche. Segundo a Comissão Organizadora do workshop, a escolha desses grandes temas é de interesse de toda a comunidade acadêmica ligada ao setor agropecuário e florestal. Espera-se que fiquem claras para representantes do governo e das agências de fomento à pesquisa as ações que merecerão investimentos públicos e, principalmente, a disponibilização de linhas de financiamento para a pesquisa. Informações sobre inscrições e programação completa podem ser conferidas no endereço eletrônico
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O Programa de Pós-Graduação Internacional em Biologia Celular e Molecular Vegetal, oferecido em nível de doutorado, inaugurado este ano, está com inscrições abertas até 15 de junho, para o segundo semestre.
Esta iniciativa, pioneira na Universidade, surgiu a partir da colaboração que a ESALQ mantém com a Rutgers - The State University of New Jersey - e com The Ohio State University. A coordenação do Programa será do professor Ricardo Antunes de Azevedo, do departamento de Genética (LGN), que ressalta a existência de projetos de interesses comuns às instituições envolvidas. "A base da formação do Programa está no fato de as pesquisas que abordam genética, genoma e biologia molecular despertarem cada vez maior interesse".
O aluno receberá o título de Doutor em Ciências - Programa Internacional Biologia Celular e Molecular Vegetal - e o curso está estruturado em quatro linhas de pesquisa: Genética molecular e desenvolvimento; Filogenia molecular e evolução de plantas; Metabolismo e fisiologia do estresse vegetal; Genômica vegetal e bioinformática.
O processo de seleção avalia alunos no Brasil e nos EUA. Durante o curso, o aluno brasileiro terá um orientador daqui e um coorientador norteamericano e vice-versa. Ao final do programa, o aluno tem a vantagem de ter se qualificado em um curso reconhecido no Brasil e nos Estados Unidos. "O formado pelo curso receberá o título de doutor pela USP e pela instituição parceira, ressaltando ainda que o mesmo recebeu conceito 5 da Capes", comenta Azevedo. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) avalia os programas de pós-graduação no País, dentro de uma escala que vai até 5 para Mestrado e até 7 para Doutorado.
Outra particularidade será a necessidade da proficiência na língua inglesa e portuguesa. "O aluno norteamericano, por exemplo, terá que demonstrar aptidão com nosso idioma e, a partir do seu ingresso, poderá inclusive cursar disciplinas de história e realidade do Brasil e de Língua Portuguesa", destaca o coordenador. Em contrapartida, disciplinas serão ofertadas pelas instituições dos EUA aos alunos brasileiros por meio de vídeoconferência. Além disso, obrigatoriamente todos os alunos desenvolverão seus projetos de pesquisas nos dois países.
Para completar 108 anos de existência, a ESALQ programou uma atividade que certamente será prestigiada por alunos, funcionários, professores, ex-alunos e membros da comunidade piracicabana. Ternamente Eclético, é o nome do grupo piracicabano que fará um concerto musical, na próxima quarta-feira, 3 de junho, às 20h30, no Teatro Municipal "Dr. Losso Netto".
Sob coordenação da pianista Cecília Bellato, o grupo nasceu há quatro anos em função de todos os músicos trabalharem numa mesma entidade e perceberem a necessidade de fazer música para atingir um público diferenciado. Numa viagem pelo mundo através da música, o grupo passeia por valsas, tangos, MPB, temas de filmes, composições dos Beatles, entre outros ritmos e gênero, o que tem levado jovens e adultos às salas de concerto. “Além de termos que estar estudando freqüentemente para as apresentações, o que nos faz crescer profissionalmente, é muito gratificante perceber que estamos alcançando nosso propósito, que é justamente despertar nos jovens, o interesse pela música desde o erudito até o moderno", declara a coordenadora do grupo.
Trabalhando com esse repertório eclético, o grupo tem os arranjos feitos por Álvaro Damazo (contrabaixo) e, completando sua formação, encontram-se os músicos Luís Fernando Dutra (violino) e Débora Letícia (canto). Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na Seção de Atividades Culturais (SCAC) da ESALQ, das 8h às 11h e das 14h às 17h, ou na bilheteria do Teatro, das 16h às 19h.
A realização é da Seção de Atividades Culturais, com apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) e do Serviço de Cultura e Extensão Universitária (SVCEx).
Outras informações pelo telefone 3429.4595 ou pelo e-mail
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Caio Albuquerque
Esalq
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