ES tem primeira propriedade certificada como livre de brucelose e tuberculose

26.06.2009 | 20:59 (UTC -3)

Localizada no município de Conceição do Castelo, a Fazenda Luzitânea foi a primeira do Espírito Santo a ser certificada como Livre de Brucelose e Tuberculose. A conquista foi resultado de um trabalho da Superintendência Federal de Agricultura no ES/Mapa, IDAF e do médico veterinário Responsável Técnico da propriedade, após decisão voluntária do produtor.

No Estado existem outras propriedades em saneamento, mas a Fazenda Luzitânea, de propriedade de Luiz Carlos Merçon Vargas, foi a única até o momento a cumprir todas as exigências da Instrução Normativa 06/04 e normas complementares do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).

O PNCEBT tem na parceria entre os órgãos públicos, enquanto certificadores dos processos, profissionais habilitados e entidades privadas, o seu maior alicerce para alcançar os objetivos de controlar e erradicar essas zoonoses.

No próximo dia 29 de junho, a Fazenda Luzitânea receberá a Certificação com status de “Livre de Brucelose e Tuberculose” em cerimônia durante reunião da FAES, no auditório da Assembleia Legislativa, a partir das 9h.

Brucelose e Tuberculose

A brucelose é uma doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella. Produz infecção característica nos animais, podendo infectar o homem. Sendo uma zoonose de distribuição universal, acarreta problemas sanitários importantes e prejuízos econômicos vultosos. As principais manifestações nos animais – como abortos, nascimentos prematuros, esterilidade e baixa produção de leite – contribuem para uma considerável baixa na produção de alimentos. No homem, a sua manifestação clínica pode provocar abortos, infertilidade e, ainda, a incapacidade parcial ou total para o trabalho.

Já a tuberculose é causada pelo Mycobacterium bovis e é uma zoonose de evolução crônica que acomete principalmente bovinos e bubalinos. Caracteriza-se pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem localizar-se em qualquer órgão ou tecido. Também pode infectar o homem, que adquire a doença ao ingerir leite e derivados crus oriundos de vacas infectadas. O risco é maior para crianças, idosos e pessoas com deficiência imunológica, cuja infecção pode gerar várias formas clínicas além da pulmonar.

O cenário atual

A brucelose e a tuberculose estão disseminadas por todo o território nacional; a sua prevalência e distribuição regional, da brucelose já foi bem caracterizada com estudo de prevalência realizado em diversas unidades federativas. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte como o gado de leite. Alguns estados também já iniciaram estudos para de prevalência da tuberculose bovina, que sem mantém nos índices previstos. Ambas as enfermidades afetam a população de bubalinos.

No Espírito Santo o estudo da prevalência da brucelose realizado no ano de 2003 com mais de 5.000 amostras coletadas em 600 propriedades demonstrou que a enfermidade acomete 3,5 % das fêmeas acima de 24 meses. A região sul do Estado tem uma maior prevalência de propriedades reagentes do que o norte do Estado, pela característica das criações especializadas em produção leiteira.

Ainda não foram realizados no Espírito Santo estudos de prevalência da tuberculose bovina, mas estima-se que este número seja menor do que 1%.

Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deu início, em 2000, ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) que tem como objetivo:

• Reduzir a prevalência e a incidência de novos focos de brucelose e de tuberculose.

• Criar um número significativo de propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose ou monitoradas para brucelose e tuberculose, e que ofereçam ao consumidor produtos de baixo risco sanitário.

Para atingir o objetivo de eliminação progressiva de focos, optou-se por um programa voluntário de certificação de rebanhos livres, garantindo-se a isonomia deste conceito. O envolvimento de toda a cadeia produtiva, e do consumidor, é que determina a eficácia de implementação do programa de certificação de propriedades livres. Para envolver as grandes propriedades de produção de carne existentes no Brasil, elaboraram-se medidas adaptadas às condições de manejo e ao tamanho desses rebanhos, as quais justificam a criação do programa de propriedades monitoradas. Esses rebanhos estão sujeitos a um sistema de monitoramento permanente que visa prevenir a introdução do agente infeccioso e garantir baixos níveis de risco de manutenção de situações endêmicas. A vacinação de bezerras contra a brucelose foi considerada prioritária em razão de a prevalência ser alta em quase todo o país. O PNCEBT é também um programa aberto a inovações, como a introdução de novas vacinas ou testes de diagnóstico. Essa característica é importante para garantir que os produtores e os médicos veterinários tenham acesso constante a métodos de boa eficácia e de custo baixo. Finalmente, o PNCEBT envolve os médicos veterinários, as universidades e centros de pesquisa como parte ativa de todo o processo.

O que uma propriedade precisa fazer para ser considerada livre de brucelose e tuberculose?

São necessários uma série de requisitos gerais para que a propriedade possa ser certificada, entre eles, a presença de um médico veterinário responsável técnico, ter um sistema seguro de identificação dos animais e custear as despesas com o saneamento e a certificação.

Além disso, para conquistar o status de livre de brucelose bovina, foi preciso comprovar a vacinação de todas as fêmeas, entre três e oito meses de idade, contra a brucelose com vacina B19 e também que fosse realizado testes de diagnóstico para brucelose (teste de rebanho - AAT) em todas as fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, vacinadas entre três e oito meses de idade, com intervalo de 95 dias entre o primeiro e o segundo testes (exigência de 90 a 120 dias) e de 207 dias entre o segundo e o terceiro testes (exigência de 180 a 240 dias), sendo que o terceiro exame, a colheita, processamento e encaminhamento das amostras foram realizados com acompanhamento do serviço oficial, sendo os exames concluídos por Laboratório Oficial – LANAGRO/MG, sendo todas as amostras NEGATIVAS para Brucelose.

E para conseguir o status livre de tuberculose bovina, foram realizados testes para o diagnóstico da tuberculose (TCC) todos os animais do rebanho nas faixas etárias especificadas pela IN 06/04, com intervalo de 95 dias entre o primeiro e o segundo testes (exigência de 90 a 120 dias) e de 207 dias entre o segundo e o terceiro testes (exigência de 180 a 240 dias), não tendo sido identificadas reações positivas e inconclusivas nos três testes consecutivos realizados. O terceiro teste foi realizado em presença do médico veterinário oficial do IDAF.

Tatiana Ávila

Assessoria de Comunicação - SFA/ES

Superintendência Federal de Agricultura no Espírito Santo

(27) 3137-2737 /

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