Epamig: olivicultura é viável para o agronegócio

30.04.2010 | 20:59 (UTC -3)

A olivicultura pode se tornar uma alternativa social e economicamente viável para o agronegócio mineiro e nacional. A afirmação é de pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG).

A empresa apresentam os resultados de 40 anos de pesquisa na próxima semana, durante o 1º Simpósio Mineiro de Olivicultura. O evento acontece entre os dias 4 a 7 de maio, na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), e é dirigido a pesquisadores, técnicos, produtores, estudantes e empresários do ramo da alimentação, como importadores, proprietários de restaurantes e outros.

O Brasil é um dos maiores importadores de azeitona e azeite do mundo, situação que a EPAMIG tenta reverter através de intensos estudos. “A oliveira é uma espécie muito pouco cultivada no Brasil e a maioria dos pomares existentes não é destinada à produção comercial”, relata o pesquisador João Vieira Neto, acrescentando que, além disso, é muito comum o uso de cultivares não adaptadas às condições edafoclimáticas regionais.

No Núcleo Tecnológico EPAMIG Azeitona e Azeite, em Maria da Fé, a Empresa dispõe de um banco de germoplasma com cerca de 60 genótipos de diferentes origens. Pesquisas realizadas com eles revelam que alguns, além de produzirem bem, apresentam um produto de excelente qualidade, sendo seu azeite classificado como extra virgem, segundo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

“Esses resultados têm despertado a atenção de produtores e empresários brasileiros diante da possibilidade de cultivo comercial da oliveira em território nacional”, observa o pesquisador Adelson Francisco de Oliveira. Segundo ele, como conseqüência, nos últimos três anos, a implantação de plantios comerciais vem crescendo na região da Serra da Mantiqueira, onde já se contabilizam aproximadamente 65 mil mudas plantadas em área aproximada de 130 hectares.

O sucesso dessa nova atividade, no entanto, depende tanto da geração e difusão de tecnologias adequadas às condições de solo e clima das regiões de plantio, como também de políticas de incentivo voltadas aos produtores de oliva, principalmente na fase inicial do empreendimento, dando suporte à estruturação da cadeia produtiva. “É neste sentido que a EPAMIG trabalha, seja na realização de pesquisa, ou na edição publicações e realização de atividades de difusão e transferência de tecnologias”, afirma o gerente da Fazenda Experimental de Maria da Fé, Nilton Caetano de Oliveira.

Potencial de cultivo em Minas Gerais e no Brasil

Estudos realizados pela EPAMIG mostram que o potencial de expansão da olivicultura em território nacional pode ser estimado pelo volume de importações de azeitonas e azeite de oliva. Este volume, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 214 mil toneladas, somente em 2008. “Para suprir o consumo interno com esses produtos, seriam necessários 62 mil hectares de oliveira, gerando divisas da ordem de R$ 1,8 bilhão”, estima o pesquisador João Vieira Neto.

Somente em Minas Gerais, existem 67 municípios (7,9% do total) situados em altitude suficiente para o cultivo da oliveira, com destaque para Bom Repouso, Datas, Diamantina, Gonçalves, Maria da Fé, Marmelópolis, Matutina, Munhoz, São Tomé das Letras e Senador Amaral, que têm altitude superior 1.200 metros.

Inscrições

As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (35) 3662-1227, mediante pagamento de taxa de R$100 para o público em geral e de R$50 para estudantes.

Fonte: Ascom EPAMIG -

/ (31) 3489.5022/3489.5023

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