EPA reconhece etanol de cana como biocombustível avançado

04.02.2010 | 21:59 (UTC -3)

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency, EPA) confirmou quarta-feira (03/02) que o etanol de cana-de-açúcar é um biocombustível renovável de baixo carbono, que pode contribuir para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

O anúncio, que contém a regulamentação final da lei que define a produção e uso de biocombustíveis nos Estados Unidos (Renewable Fuel Standard, RFS2), também designa o etanol de cana-de-açúcar como biocombustível avançado, capaz de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em pelo menos 50% , quando comparado com a gasolina.

“A decisão da EPA ressalta os muitos benefícios ambientais do etanol de cana e reafirma como este combustível avançado, renovável e de baixo carbono, pode ajudar o mundo a mitigar os efeitos do aquecimento global e ao mesmo tempo diversificar a matriz energética, inclusive nos Estados Unidos”, afirmou o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA) em Washington, Joel Velasco.

O RFS2 vai ajudar os EUA a alcançar suas metas de segurança energética e de redução de gases de efeito, conforme determina o Ato de Segurança e Independência Energética de 2007 (Energy Security and Independence Act of 2007). As novas regulamentações estabelecem um consumo mínimo de 45 bilhões de litros de biocombustíveis nos EUA em 2010, chegando a pelo menos 136 bilhões de litros em 2022. Dessa quantidade final, quase 80 bilhões de litros por ano devem ser destinados aos três tipos de combustíveis considerados avançados: celulósico, diesel de biomassa, e “outros avançados” - para cumprir os níveis de redução de gases de efeito estufa estipulados pela EPA.

Com o anúncio, a EPA ratificou que o etanol de cana-de-açúcar se encaixa na “outra categoria” de biocombustíveis avançados, porém com uma redução na emissão de gases de efeito estufa que ultrapassa as exigências mínimas para todas as categorias. Especificamente, o cálculo feito pela agência ambiental mostra que o etanol do Brasil reduz as emissões de gases de efeito estufa em até 61% comparado com a gasolina, utilizando um prazo de compensação de 30 anos para emissões ligadas a efeitos indiretos do uso da terra (Indirect Land Use Changes – ILUC).

“Estamos satisfeitos que a EPA tenha se esforçado para melhorar as regulamentações, particularmente na quantificação mais precisa do ciclo de vida completo das emissões dos biocombustíveis. A reafirmação da superioridade do etanol de cana na redução de gases de efeito estufa confirma que a produção sustentável de um biocombustível pode ter um papel importante no combate às mudanças climáticas. Talvez este reconhecimento influencie aqueles que buscam levantar barreiras comerciais contra a energia limpa nos EUA e no mundo. O etanol de cana é um biocombustível de primeira geração com um desempenho de terceira geração”, apontou Velasco.

Em 2009, a UNICA enviou comentários à agência ambiental americana citando inúmeras evidências científicas mostrando que, mesmo incluindo-se emissões indiretas, o etanol de cana atinge uma redução de 73-82% nas emissões de gases de efeito estufa comparado à gasolina. O RFS2 requer o uso de pelo menos 15 bilhões de litros de “outros combustíveis” avançados por ano até 2022. Já em 2010, o RFS exige o uso de 756 milhões de litros deste tipo de combustível.

“Ainda estamos revisando os detalhes da versão final da lei, mas já está claro que a EPA incorporou muitos dos comentários da UNICA e de outros stakeholders, feitos durante o período de envio de comentários públicos. A agência ambiental deve ser parabenizada pela forma como manteve os objetivos do presidente Barack Obama ,de transparência e integridade científica no processo de leis ambientais. Esperamos que outros governos possam tomar nota da maneira como a EPA administrou esse processo”, concluiu Velasco.

Fonte: CDN Comunicação Corporativa - (11) 3643-2707

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