Encontro de Laboratórios da Embrapa foi sucesso de público em Bento Gonçalves/RS

25.10.2011 | 21:59 (UTC -3)
Giovani Capra

O éter de petróleo é um produto químico bastante conhecido em laboratórios, onde é empregado como solvente orgânico na análise de extrato etéreo em amostras de alimentos. Aliás, é um item muito importante na atividade laboratorial: quando não é de boa qualidade, devido à presença de contaminantes, pode prejudicar a precisão dos resultados analíticos. Porém, há éter de petróleo de excelência – sendo imprescindível, para sua aquisição, por instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, uma descrição para a compra deste reagente a contento, o que a Embrapa Agroindústria de Alimentos, do Rio de Janeiro, RJ, já faz.

Foi com a troca de informações do gênero que o Encontro Nacional sobre Metodologias e Gestão de Laboratórios da Embrapa (MET) teve mais uma exitosa edição, na semana passada. Realizado de segunda-feira (17), a sexta-feira (21), em Bento Gonçalves, RS, no Dall’Onder Grande Hotel, o XVI MET, simultaneamente ao qual aconteceu o III Simpósio sobre Metodologia de Laboratório de Pesquisa Agropecuária, foi um sucesso de público, em primeiro lugar: participaram da programação cerca de 150 pessoas. Eram laboratoristas, enólogos, biólogos, farmacêuticos químicos, engenheiros alimentares, agrônomos e pesquisadores, entre outros, de todo o país. A promoção foi da Embrapa, com organização por sua unidade Uva e Vinho, de Bento Gonçalves/RS.

Na abertura da programação, o presidente da comissão organizadora, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho George Wellington Bastos de Melo, assinalou a redução no uso de substâncias tóxicas e com potencial contaminante para o meio ambiente como um dos temas centrais do evento. Pois, como decorrência da participação no MET, no laboratório de solos da unidade não se usa mais, há dois anos, o dicromato de sódio, altamente tóxico, para determinação do teor de matéria orgânica do solo. Ele foi substituído por um processo físico – o uso de alta temperatura, detalha o assistente da Embrapa Uva e Vinho Volmir Scanagatta.

Também como fruto da presença no Encontro ao longo de suas edições, tal laboratório, pelo qual Wellington é responsável, adotou, há seis anos, o sistema de osmose reversa para destilação de água, o que, gradualmente, vem sendo efetuado por toda a unidade. Por meio do sistema, explica o pesquisador, otimiza-se significativamente a utilização de recursos naturais: na destilação convencional, 20 litros de água resultam em 1 litro de água destilada; com o aparelho de osmose, a relação é de 2 litros de água da torneira para 1 litro de água purificada.

Os empregados da Embrapa, ao participarem do MET, debatendo sobre tecnologias, metodologias e aspectos de gestão visando à melhoria da atividade laboratorial, contribuem para que “tanto o apoio quanto a pesquisa produzam resultados de excelência para a sociedade brasileira”, ressalta a coordenadora do Comitê Gestor do MET (CGMET), Lorien Zimmer. Analista da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia, SC, ela destaca que o evento ‘não se encerra em si mesmo’: as discussões nele levantadas são tema de atividade incessante dos seis grupos de trabalho permanentes do MET (nas áreas de fertilidade do solo, gestão da qualidade, nutrição de plantas, bromatologia, biologia molecular e celular e tratamento de resíduos). O presidente da comissão organizadora, pesquisador Wellington, acrescenta que em cada unidade, depois do MET, acontecem atividades de apresentação dos resultados dos grupos de trabalho e das demais discussões tidas nas palestras, mesas-redondas e minicursos. Estes últimos, salienta Lorien, também contribuem para o aprimoramento das práticas diárias nos laboratórios.

Um dos idealizadores do Encontro Nacional, o supervisor do Setor de Gestão de Laboratórios da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos, SP, Gilberto Batista de Souza, destaca a ‘integração de gerações’ como uma característica do XVI MET e III Simpósio. “Muitos funcionários recém-contratados pela Embrapa estiveram em Bento Gonçalves, tendo sido o intercâmbio com os mais experientes muito produtivo, certamente”, diz, na condição de participante de todas as edições do Encontro. “Os temas das palestras e os mini-cursos foram muito bem escolhidos, atendendo ao perfil diversificado dos participantes”, acrescenta, ainda. Foi no grupo de discussão coordenado por Batista de Souza, sobre metodologias de análises bromatológicas, que foi apresentada, por Epaminondas Simas, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a descrição de éter de petróleo mencionada no primeiro parágrafo.

Participando do evento pela primeira vez, a laboratorista Katia Rech, atuante na área de controle de qualidade de suco de maçã, na filial da empresa Tecnovin em Vacaria, RS, ressalta que, no MET, teve desfeita a noção de “exclusividade” dos problemas com que se depara na sua prática. “É difícil encontrar eventos do gênero nesse segmento”, reforça, em tal sentido. Da troca de ideias com colegas de atividade, ela salienta a “percepção geral de que os laboratórios estão sendo cada vez mais exigidos”. Satisfeita, afinal, com o que apreendeu, Katia adianta que solicitará à direção da sua empresa liberação para participação na próxima edição do evento.

O XVII MET e IV Simpósio sobre Metodologia de Laboratório de Pesquisa Agropecuária, a propósito, acontecerá de 22 a 26 de outubro de 2012, em Pirassununga, SP, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP). A programação será coordenada pela Embrapa Pecuária Sudeste, em parceria com a FZEA.

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