Empresários e governo baiano trabalham em busca de soluções para cadeia produtiva da carne

05.10.2011 | 20:59 (UTC -3)
Catarina Guedes

Dando continuidade aos trabalhos em busca de soluções para os problemas da cadeia produtiva da carne na Bahia, o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sincar) reuniu representantes de frigoríficos das diversas regiões do estado para ouvir e debater as questões com o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Paulo Emilio Torres, e deputado estadual Rosemberg Pinto, da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa da Bahia. Na pauta, a discussão de ações para inibir a clandestinidade no abate, envolvendo líderes comunitários e prefeituras no interior, e a conscientização/educação da população baiana para a importância do consumo de carnes inspecionadas.

A reunião aconteceu no mesmo dia em que os representantes dos frigoríficos participaram do lançamento do Programa de Entrepostos Frigoríficos do Governo do Estado, iniciativa que conta com o apoio do Sincar.

O encontro com a Adab e o parlamentar da Comissão de Defesa do Consumidor faz parte de uma verdadeira cruzada empreendida pelos empresários de carne para alertar para a necessidade urgente de acabar com problemas como a clandestinidade. O abate “no mato” - em condições precárias de higiene - que ainda é comum no estado, em algumas regiões chega a fazer parte da cultura popular, pois os consumidores, sobretudo nas feiras livres, optam pela chamada “carne quente”, ou não refrigerada.

Os empresários reconheceram que o Programa de Entrepostos Frigoríficos representa um avanço na estruturação das cadeias, e se dispõem a colaborar. Mas, pedem também soluções imediatas, como a intensificação da fiscalização. Segundo o presidente do Sincar, Julio Farias, a omissão de muitas prefeituras, que pela lei são obrigadas a inspecionar, através da Vigilância Sanitária Municipal, agrava o problema. “No interior, o abate clandestino compromete a sustentabilidade das empresas de carnes formais, que atendem à legislação e oferecem produtos de qualidade para a população”, afirma Julio Farias, presidente do Sincar.

Um dos desafios listados pelo grupo foi o de esclarecer para os produtores, mesmo os que possuem um animal apenas, que compensa pagar para abater no frigorífico, pois os produtos e subprodutos de um abate industrial são mais valorizados, e os custos de logística são menores e muitas vezes não existem, pois frigoríficos e também algumas prefeituras costumam a arcar com o transporte. Ao final da reunião ficou esboçada a formação de um grupo de trabalho multidisciplinar, integrado por empresas, governos, parlamentares e entidades da sociedade civil organizada para estudar o tema e encontrar caminhos para reverter os problemas.

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