Empresa brasileira desenvolve etanol de soja

Biocombustível será processado pela Caramuru no complexo industrial de Sorriso, no Mato Grosso.

19.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Francisco Itacarambi

A Caramuru – maior empresa de processamento de grãos de capital nacional do País -- vai investir R$ 115 milhões na ampliação do complexo industrial de Sorriso, no Mato Grosso, para a produção de etanol hidratado a partir de soja e também no processamento de lecitina. A iniciativa com o biocombustível é pioneira na indústria mundial. As experiências atuais são a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba.  A unidade terá capacidade anual de 6,8 milhões de litros de etanol hidratado e 3.000 toneladas de lecitina.

"Esse projeto é mais uma iniciativa que a Caramuru empreende para agregar valor à sua produção. Paralelamente, o investimento abre novas oportunidades de negócios para o produtor do Mato Grosso", diz César Borges de Sousa, vice-presidente da empresa.

O etanol hidratado, além de ser usado como combustível para veículos, na sua forma pura, é também matéria-prima industrial, largamente utilizada na fabricação de perfumes, materiais de limpeza, solventes e tintas. A lecitina de soja é aplicada em vários segmentos, como: chocolates, margarinas, sorvetes, biscoitos, pães e massas, produtos instantâneos, doces e molhos, além de ser utilizada na fabricação de produtos dietéticos, farmacêuticos e em cosméticos.

A ampliação do complexo industrial da Caramuru em Sorriso criará 60 novos empregos diretos e 200 indiretos para a região. Na unidade a empresa já produz: Farelo Hipro, Óleo e Proteína Concentrada de Soja (SPC), um produto com alto teor de proteína, acima de 60%, ambientalmente correto e substituto da farinha de peixe nas rações. O SPC é integralmente exportado para a Europa pela “Saída Norte”, através dos terminais da Caramuru em Itaituba, no Pará, e no Porto de Santana, no Amapá.

Todo o potencial da matéria-prima soja será aproveitado com alta eficiência energética na nova planta do complexo industrial, minimizando os impactos ambientais. Ao processar a soja, será produzido simultaneamente energia elétrica (cogeração), biodiesel e etanol hidratado.  O investimento na nova planta também está inserido em um processo de inovação disruptiva, permitindo a produção simultânea de SPC, Lecitina e Etanol. 

Finep

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) já liberou a primeira parcela do financiamento para a Caramuru investir nesta inovação disruptiva de processamento de soja em grãos. A primeira parte do aporte soma R$ 40 milhões, de um total de R$ 69 milhões aprovados para o financiamento de longo prazo. O restante do investimento será arcado pela empresa, por intermédio de recursos próprios e captação em bancos.

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