Embrapa vai debater agroeconomia e apresentar soluções tecnológicas no 12º Congresso Andav

Evento ocorre de 8 a 10 de agosto, no Transamérica Expo Center, em São Paulo

07.08.2023 | 11:14 (UTC -3)
Eliana Lima, edição Cultivar

A Embrapa estará presente no 12º Congresso Andav, uma realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), que ocorre de 8 a 10 de agosto de 2023, no Transamérica Expo Center em São Paulo.

Este congresso, consolidado como o principal encontro dos profissionais do setor de distribuição de insumos agropecuários, oferece uma plataforma única para o networking, atualizações sobre inovações de vanguarda e a oportunidade de aprendizado sobre as melhores práticas do setor.

No Congresso Andav deste ano, a Embrapa marcará presença contribuindo para a rica programação do evento, levando temas estratégicos e insights inestimáveis sobre o desenvolvimento profissional no agronegócio, e apresentará em seu estande as descobertas e soluções tecnológicas mais recentes para o setor agropecuário, fruto do trabalho realizado por quatro Unidades de Pesquisa – Embrapa Hortaliças (DF), Embrapa Meio Ambiente (SP), Embrapa Solos (RJ) e Embrapa Territorial (SP).

Além de compartilhar conhecimentos em palestras e workshops, representantes da Empresa estarão disponíveis para encontros, reuniões e sessões de networking ao longo do Congresso. Com isso, a Embrapa espera fortalecer a ligação entre a pesquisa científica e a indústria, abrindo novos horizontes sobre como a ciência pode contribuir para a produtividade e sustentabilidade no agronegócio.

Um dos destaques da participação da Embrapa será na Plenária do evento, em que Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, se juntará a um painel de renomados especialistas do Brasil e do exterior. O tema central será a "Agroeconomia brasileira: um olhar para o futuro". A discussão abrangerá uma variedade de assuntos estratégicos para o mercado de distribuição de insumos, incluindo o Cenário Global da Distribuição de Insumos; Produção Mundial de Alimentos; Marketing 5.0 para Distribuição; Comunicação, Educação e Sociedade; Impacto social; Alternativas Financeiras e Crédito; Tecnologia e Conectividade; Meio Ambiente; Pecuária e Bem-estar animal; e Novos Negócios para a Distribuição.

Algumas das tecnologias da Embrapa que serão demonstradas:

O bioestimulante Arbolin da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) desenvolvido com base na nanotecnologia Arbolina, composta de nanopartículas, tem como origem o projeto que uniu as expertises de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Embrapa para atuarem em ações conjuntas no desenvolvimento do fertilizante biológico, a partir de 2018.

Ensaios agronômicos conduzidos em Brasília com plantas de tomate, pimentão e alface comprovaram a eficiência do insumo agrícola – os experimentos mostraram aumentos de 15 a 20% de produtividade nas culturas avaliadas, possibilitando uma avaliação mais precisa sobre as respostas dessas culturas às aplicações do produto.

Exemplos da eficiência da nanotecnologia verde foram comprovados ainda pelo maior desenvolvimento de raízes com o melhor aproveitamento de água e de nutrientes, influenciando positivamente na qualidade nutricional das hortaliças – a solução oferta macro e micronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, ferro e zinco), necessários para o crescimento dos vegetais.

Ainda com relação a esse aspecto, e testes avançaram sobre outros terrenos e o uso do biofertilizante foi estendido às culturas de soja, trigo, milho, algodão, e feijão, o que comprovou sua eficácia também em outros cultivos – para exemplificar, os aumentos da produtividade da soja e do feijão foram de 20% e 33%, respectivamente, com a aplicação do Arbolin.

Comercializado em forma de emulsão, o nanoproduto é pulverizado após sua diluição, por via foliar, o que permite uma maior uniformidade na sua disseminação.

Durante o período de realização do Congresso, representantes da Krilltech estarão no estande da Embrapa para prestar informações e esclarecimentos sobre o produto, assim como oferecer oportunidades para sua comercialização.

O Auras – bioinsumo para combater o estresse hídrico – tecnologia resultante de mais de 12 anos de pesquisa, parceria da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) com a NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola, não tem concorrentes registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O bioinsumo, que já é usado em milho para combater o estresse hídrico nas plantas e está sendo testado em outras lavouras, como soja e feijão, é capaz de reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas, minimizando riscos e expressando o potencial das lavouras.

A tecnologia, desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente e produzida e distribuída, exclusivamente pela NOOA, é inspirada em plantas de regiões secas que se associam a microrganismos para tolerar o estresse hídrico e foi encontrada nas raízes do mandacaru, cacto bem conhecido no Semiárido. O bioinsumo Auras é feito a partir da bactéria Bacillus aryabhattai, presente nos solos da Caatinga.

A ideia de pesquisar a mitigação da seca por bactérias benéficas surgiu em 2016, mas começou bem antes quando já eram analisados isolados de actinobactérias capazes de reduzir os efeitos do estresse hídrico em soja, milho e trigo em razão da produção de enzimas, fitormônios, mineralização de nutrientes, solubilização de fosfato e fixação de nitrogênio. As bactérias tolerantes à seca, ao colonizar o sistema radicular das plantas sob estresse abiótico, produzem substâncias que hidratam as raízes, chamadas exopolissacarídeos, deste modo, o Auras estimula a produção de um sistema radicular mais ativo e profundo, com maior volume de radicelas, proporcionando assim maior absorção de água.

O aumento de temperatura na planta acima de 30°C já traz efeitos negativos na fotossíntese, o que afeta diretamente a produtividade. Com o bioativo, o aproveitamento da água e sua absorção são maximizados, possibilitando à planta melhor controle da temperatura foliar e, consequentemente, uma redução do estresse térmico, em comparação com as lavouras que não utilizam o Auras. As avaliações de campo comprovam o excelente desempenho do bioinsumo após períodos de estiagem. O uso da tecnologia permitiu que as plantas inoculadas sentissem o efeito da estiagem dias mais tarde que as plantas sem a tecnologia, contribuindo para o sólido desenvolvimento dos cultivos em que a solução foi aplicada.

Técnicos da NOOA estarão no local do evento para mais informações sobre o bioinsumo Auras.

A Embrapa Solos (Rio de Janeiro) apresentará a tecnologia do Fertilizante organomineral granulado à base de cama de frango. Trata-se de um fertilizante fosfatado, desenvolvido a partir de resíduos da avicultura, que mistura e combina de forma balanceada minerais e matéria orgânica, potencializando a assimilação dos nutrientes pela planta e ativando a microbiota do solo por meio da produção de enzimas e outros compostos orgânicos benéficos.

Essa tecnologia está em sintonia com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma vez que permite a destinação adequada de resíduos provenientes da criação de aves para produção de carne e ovos, e com o Plano Nacional de Fertilizantes, por oferecer uma alternativa sustentável de produção e distribuição de fertilizantes e nutrientes à agropecuária nacional.

Além disso, é um fertilizante que colabora com a agricultura de baixo carbono, por reduzir a emissão de gases de efeito estufa decorrentes da aplicação superficial de resíduos orgânicos nas lavouras.

A Embrapa Territorial (Campinas, SP) vai apresentar quatro soluções tecnológicas:

Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária Brasileira: a plataforma online, de acesso gratuito, apresenta dados de produção, exportação e os caminhos da safra para 10 das principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro: algodão, bovinos, café, cana-de-açúcar, galináceos, grãos, laranja, madeira para papel e celulose, milho, soja e suínos. O sistema mostra por quais portos esses produtos saem em direção ao mercado internacional e quais os países de destino. Disponibiliza também uma análise das bacias logísticas da cadeia de grãos, que revela os caminhos preferenciais de escoamento da colheita em cada região do País, para a exportação. Além disso, tem-se:

• Agricultura e Preservação Ambiental: desde 2016, a Unidade de Pesquisa desenvolve e aprimora métodos para analisar os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e dimensionar os compromissos assumidos pelos produtores rurais na preservação da vegetação nativa. A última versão do estudo, de 2021, agrega informações provenientes do Censo Agropecuário 2017 e aponta que 282,8 milhões de hectares foram declarados como áreas destinadas à preservação da vegetação nativa. Isso equivale a 33,2% do território nacional.

• MonitoraOeste - monitoramento e alerta da favorabilidade climática de pragas e doenças: Trata-se de um sistema digital, em uso no Oeste da Bahia, que envia ao celular alertas sobre o avanço de doenças como a ferrugem asiática e a mancha de ramulária, além do bicudo do algodoeiro. Para tanto, combina informações de ocorrências dos problemas fitossanitários com dados climáticos. Dentro do aplicativo, o usuário encontra sete funcionalidades: ocorrências e alertas; gráfico de ocorrências; mapa de ocorrências; armadilhas; mapa de armadilhas; favorabilidade e agrometeorologia. A tecnologia possibilita a aplicação de filtros, como espécie (doença), municípios, núcleos regionais e safra.

• Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Aquicultura no Brasil: disponível gratuitamente online em um geoweb, a ferramenta apresenta mais de 300 camadas de dados sobre a atividade aquícola ou fatores que a impactam, especializados sobre o mapa do Brasil. Informações específicas sobre o segmento podem ser combinadas com outras sobre as caraterísticas naturais, agrárias, agrícolas, socioeconômicas e de infraestrutura de cada município do País. Recortes por bioma, regiões hidrográficas e áreas de expansão da fronteira agrícola também são possíveis.

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