Arroz Cachinho é tema de Dia de Campo em Sentinela do Sul/RS
A expansão do trigo no Cerrado depende do desenvolvimento de tecnologia para o controle de doenças, especialmente a brusone que pode comprometer as lavouras em anos de clima quente e úmido, típico da zona tropical e do cultivo irrigado. Para amenizar os prejuízos, a Embrapa Trigo apresenta no Tecnoshow Comigo, 9 a 13/04, em Rio Verde/GO, o SISALERT - Sistema de Previsão de Risco de Epidemias de Doenças de Plantas, uma plataforma digital que simula riscos de epidemias no trigo permitindo o uso racional de produtos químicos.
O uso de Tecnologia de Informação na produção agropecuária tem evoluído de telefones celulares a sistemas computacionais mais complexos, que permitem utilizar previsões do tempo e de clima para prever riscos de doenças em plantas. Esta é a plataforma do SISALERT, projeto que reúne diferentes áreas de pesquisa para evitar prejuízos por doenças em várias culturas nas diferentes regiões do país. De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, José Maurício Fernandes, a base do SISALERT consiste na coleta dados meteorológicos (como temperatura, umidade e duração do período de molhamento foliar), processados em modelos computacionais que alertam para as situações de risco. Combinando fatores ambientais e econômicos, o sistema serve de auxílio ao produtor na tomada de decisão, indicando os momentos de maior risco e orientando a aplicação racional de produtos químicos.
A doença que mais afeta o trigo no Brasil Central é a brusone, causada por um fungo com potencial bastante destrutivo. As perdas relatadas no Brasil, especialmente para as condições de cultivo no Paraná, no Mato Grosso do Sul e no Cerrado dependem da suscetibilidade da cultivar e das condições climáticas para o desenvolvimento do fungo. O sistema disponibiliza aos usuários no site do SISALERT (
) o momento de maior risco para entrada da doença. O único dado que o usuário precisa informar ao sistema é a data do espigamento, ou seja, o dia em que surgiram as primeiras espigas na lavoura. Rapidamente o SISALERT informa a condição de risco para a brusone em baixo, moderado ou alto.
Na Casa da Embrapa no Tecnoshow Comigo, o visitante também vai receber informações sobre tecnologia de manejo e genética adaptada para a expansão da cultura na região dos Cerrados. Entre as cultivares indicadas estão BR 18 (Terena), BRS 254 e BRS 264. Ainda, no dia 10/04, às 16h, acontece a palestra “Estratégias para produção de trigo irrigado e de sequeiro na região de Cerrados do Brasil", com o pesquisador da Embrapa Trigo, Márcio Só e Silva. A palestra aborda o tema da inserção do trigo, um cereal tipicamente de região fria ou temperada a subtropical, no sistema produtivo do cerrado, região tropical. “A produção de trigo no Brasil está concentrada na Região Sul do pais, chamada região tradicional. O grande paradigma da cultura passa pelo desafio de avançar numa região considerada não tradicional de produção de trigo, mas com grande área potencial de cultivo”, explica o pesquisador.
Na Região dos Cerrados, o trigo possui a vantagem de ser cultivado em dois sistemas de produção na mesma estação de crescimento: um em sistema de sequeiro ou safrinha, após a semeadura do milho safrinha na segunda quinzena de fevereiro; e outro no sistema irrigado, sob pivô central, com semeadura a partir da segunda quinzena de abril. Outra vantagem, é que o trigo do Brasil Central é colhido primeiro, em plena entressafra brasileira e argentina, com preços mais competitivos e com qualidade industrial diferenciada.
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