​Embrapa, Seagri e Emater se unem para fortalecer a agropecuária de Rondônia

A busca por uma agropecuária sustentável no estado de Rondônia e a união de forças em prol do fortalecimento do setor foram os objetivos da reunião

12.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
Renata Silva

A busca por uma agropecuária sustentável no estado de Rondônia e a união de forças em prol do fortalecimento do setor, com base no tripé Pesquisa-Extensão-Assistência e na proposição de políticas públicas, foi o foco de uma reunião que integrou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e a Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO) nesta quinta-feira, 11. “Precisamos oferecer aos produtores oportunidades de aumentar a produção e torná-la sustentável. Mas para que isso de fato aconteça, é preciso, principalmente, que sejam adotadas tecnologias e elas já estão disponíveis. Assim, é possível produzir mais, com menor custo, em menor área e de maneira a preservar o ecossistema”, destaca o chefe-geral da Embrapa Rondônia Alaerto Marcolan.

Durante o encontro, dirigentes e representantes das três instituições apresentaram cenários e perspectivas para diversas áreas da agricultura e pecuária do estado, destacando-se a cafeicultura, a produção de leite, pastagem, grãos e fruticultura. Os pesquisadores da Embrapa apresentaram tecnologias e ações que estão sendo planejadas para potencializar a produção nestas áreas e soluções para alguns desafios da agropecuária do estado.

Também foram apresentados possíveis impactos que podem ser esperados em Rondônia com a adoção de tecnologias que já estão disponíveis e acessíveis aos produtores e que, se adotadas e utilizadas com o manejo adequado, podem gerar grandes resultados sócio-econômicos para o estado. “A extensão rural depende da disponibilização de tecnologias para multiplicá-las no campo e já temos tecnologias que são capazes de transformar nossa realidade. Então, precisamos alinhar nossas ações e propor políticas públicas efetivas para promover o desenvolvimento do setor. Saímos deste encontro mais fortalecidos e com o mesmo alinhamento”, afirma o presidente da Emater-RO Francisco Mendes de Sá.

Para o secretário da Seagri, Evandro Padovani, o avanço da tecnologia na agropecuária brasileira é grande e rápido e, principalmente o pequeno e o médio produtor tem dificuldade em acompanhar. Cabe, então, a união de esforços entre pesquisa, governo e extensão rural para promover o desenvolvimento do agronegócio como um todo para o estado de Rondônia. “É levar tecnologias de ponta para o campo, por meio de uma assistência técnica qualificada e presente. E o papel da Secretaria de Agricultura é atuar de maneira a oferecer condições de crédito e subsídios para que a tecnologia e o manejo possam ser adotados. Assim, todos ganham: o produtor rural, a sociedade e o estado de Rondônia como um todo”, ressalta Padovani, que destacou também a importância da Agência de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) integrar estas ações.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: viável para pequenos, médios e grandes produtores

Outro tema abordado durante a reunião foi a viabilidade de adoção da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e suas variações por pequenos, médios e grandes produtores de Rondônia, uma realidade que já acontece no restante do país e que tem provocado uma grande revolução no campo, sendo responsável por uma agropecuária sustentável – econômica, social e ambientalmente correta. “É preciso quebrar o mito de que o sistema ILPF é voltado apenas para grandes produtores, pois ele é interessante para todos. O pequeno produtor, por exemplo, pode aproveitar melhor sua área produzindo milho para silagem, depois entrando com o gado de leite e tendo a suplementação necessária para o período seco”, explica o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Frederico Botelho.

Para se ter uma ideia, com a adoção do sistema ILPF, é possível ter até quatro safras na propriedade. Por exemplo, primeiro a safra de verão, que pode ser com soja. Colhe-se a soja e faz-se uma safrinha de milho consorciada com capim. Colhe-se o milho e coloca-se uma safrinha de boi. Tira-se o boi e ainda é possível fazer uma safra de palhada para o plantio direto e gerar matéria orgânica no solo. Com isso, são quatro safras que acabam dependo apenas de chuva, sem irrigação.

Livro Café na Amazônia

Ao final do encontro, exemplares do livro Café na Amazônia foram entregues para os dirigentes da Seagri e da Emater-RO para que sejam distribuídos por todo o estado. “Nosso objetivo é que estas recomendações e tecnologias cheguem aos técnicos e, consequentemente, aos produtores”, explicou Alaerto Marcolan, destacando ainda que o livro está disponível gratuitamente no formato digital e pode ser baixado no portal da Embrapa Rondônia (www.embrapa.br/rondonia).

O livro é considerado a "Bíblia do café na Amazônia", por reunir e atualizar todo o conhecimento gerado pela Embrapa Rondônia em seus 41 anos de existência no estado. A obra, em seus 21 capítulos escritos por 54 autores, contém informações necessárias a todos aqueles que pretendem cultivar ou participar dos esforços para o cultivo do café na Região Amazônica. Permite as tomadas de decisão do agricultor, em sua plantação; dos agentes financeiros, responsáveis pelo financiamento da produção; dos estudantes em sua formação; do extensionista, na aplicação das técnicas indicadas. Enfim, uma obra completa e útil para o desenvolvimento e fortalecimento da cafeicultura na Amazônia, garantindo a competitividade do setor cafeeiro frente às demais regiões produtoras, em um cenário econômico que exige, cada vez mais, a profissionalização do setor agrário e a eficiência de utilização de recursos ambientais, econômicos e humanos.

O livro tem a parceria da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau; e conta com o apoio do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, e da Seagri.


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