SC aperfeiçoa a rastreabilidade nas cadeias produtivas de carnes
Pelo segundo ano consecutivo, a Embrapa Rondônia, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recebe a certificação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O certificado de propriedade livre para brucelose e tuberculose refere-se aos campos experimentais da Empresa localizados em Porto Velho e Presidente Médici.
Ao serem certificadas pela primeira vez, em 2010, as áreas foram as primeiras da Região Norte a conseguirem o certificado, sendo que o Campo Experimental de Presidente Médici - área localizada no interior do Estado – foi a segunda propriedade do país, com rebanho bubalino, certificada como livre das doenças.
O processo de certificação segue um rigoroso padrão, que foi instituído em 2001 pelo Mapa. São necessárias três baterias de exames em todos os animais do rebanho, com resultados negativos para as duas doenças. “No caso de um resultado positivo em uma das três baterias, todo o processo deve ser reiniciado”, explica o pesquisador da Embrapa Rondônia, Fábio Barbieri.
Segundo ele, é necessária a conscientização dos produtores rurais sobre as vantagens da certificação de suas propriedades, pois trata-se de uma estratégia do Mapa para melhorar a qualidade dos produtos de origem animal destinados ao mercado doméstico e internacional, e, com isso, aumentar a produtividade e a competitividade da pecuária nacional.
A certificação de propriedades livres é um requisito cada vez mais exigido pelos países importadores, principalmente de produtos lácteos. Os estados-membros da União Européia, por exemplo, só importam queijo, iogurte e outros derivados de leite, de propriedades certificadas como livres dessas zoonoses. Vale lembrar que as propriedades que comercializam leite dos tipos “A” e “B” têm que ser certificadas, de acordo com a Instrução Normativa nº 51 de 2002, do Mapa.
Para obter o certificado, o produtor deve procurar uma unidade do serviço de defesa oficial do seu estado, e preencher o requerimento de adesão. O pesquisador explica que o acompanhamento do processo de certificação, incluindo os testes de diagnósticos, deve ser realizado por um médico veterinário habilitado, que será o responsável técnico da certificação.
“A habilitação para o diagnóstico de brucelose e tuberculose é feita através de cursos oferecidos pelo Mapa em parceria com universidades e instituições de pesquisa, a Embrapa, por exemplo”, informa Barbieri. Os animais reagentes identificados deverão ser descartados da propriedade. O certificado vale por um ano.
De acordo com o Mapa, a brucelose e a tuberculose estão disseminadas por todo o território nacional. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gado de leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. Ambas as enfermidades afetam também a população de bubalinos.
Nos anos de 2001 a 2004, foi realizado estudo de caracterização epidemiológica da brucelose nos estados da Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal. No estado do Mato Grosso os trabalhos de campo já haviam sido realizados em 1998. Os resultados do estudo foram publicados no final de 2009 e mostraram que a doença está distribuída em todo o território nacional.
Embrapa
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