Centro de recursos biológicos é inaugurado no Rio de Janeiro
Foi inaugurado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 10 de maio, o Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner
O geossocial e a relação entre preservação da vegetação nativa e a agricultura foram os temas abordados nos workshops promovidos pela Embrapa Monitoramento por Satélite no dia 11 de maio, na MundoGEO#Connect LatinAmerica 2017. Caio Rocha, Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do Ministério do Desenvolvimento Social Agrário (MDSA), foi o convidado de destaque da Empresa. A feira de geotecnologias é realizada anualmente em São Paulo, SP, e visa apresentar soluções tecnológicas e discutir temas de interesse do segmento.
O titular da Sesan ressaltou que os estudos desenvolvidos pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite) da Embrapa vêm auxiliando o MDSA no planejamento e direcionamento estratégico de políticas sociais (geossocial). A parceria entre as instituições contribuiu para espacializar os dados de vulnerabilidade à desnutrição (insegurança alimentar) em bases municipais ao longo de todo o território brasileiro, assim como os dados de outros programas do Ministério, como a distribuição de cestas de alimentos. A Sesan coordena programas como Aquisição de Alimentos, Cisternas, dentre outros.
Parte do resultado desta parceria foi apresentado pela supervisora do Gite, Lucíola Magalhães, que utilizou, como exemplo, o estudo de caso dos municípios prioritários para políticas de acesso à água no Rio Grande do Sul. Nesse trabalho, o Gite quantificou e espacializou as informações municipais das famílias que se autodeclararam agricultores familiares no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
As diferentes bases de informações municipais foram cruzadas e os municípios prioritários foram definidos de acordo com critérios sociais (os 70 piores IDHM) e de insegurança alimentar. Dessa amostra, ela explicou, foram suprimidos aqueles já atendidos por programas sociais de outras instituições governamentais. O estudo permitiu otimizar a aplicação dos recursos de acesso à água ao público efetivamente mais necessitado.
Preservação e agricultura
A preservação da vegetação nativa e a agricultura foi o tema da palestra proferida pelo pesquisador Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite. Sob sua coordenação, o Gite analisou os dados do Cadastro Ambiental Rural no Brasil e nos estados do País. Os dados foram agregados às bases do Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE) da Embrapa e possibilitam realizar um comparativo entre as áreas protegidas com as áreas preservadas pela agricultura.
Em São Paulo, ele exemplificou, as áreas protegidas correspondem a 4,5% do Estado. Os produtores, por sua vez, preservam 15% da unidade federativa e 22% da área dos imóveis rurais. Miranda mostrou ainda comparações por bioma. Da área do Cerrado paulista, 0,8% é protegida pelo Estado enquanto que 14,4% é preservada pela agricultura. Na Mata Atlântica, a análise mostra que 15,3% é preservado pela agricultura e 6,7% pelo Estado.
“Isso mostra o papel incontornável da agricultura na preservação do meio ambiente. Não há instituição que preserve mais a vegetação e os ecossistemas lacustres e palustres em São Paulo que os agricultores”, afirmou Miranda.
MundoGEO#Connect LatinAmerica 2017
Essa é a 7ª Edição da feira MundoGEO#Connect LatinAmerica. O evento é uma oportunidade para conhecer soluções e tecnologias geoespaciais desenvolvidas por empresas destaques no mercado e para debater temas de interesse da área. Em 2016, mais de três mil pessoas visitaram a feira.
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