Embrapa premia quatro projetos da Unidade da Bahia

13.08.2009 | 20:59 (UTC -3)

Das cinco categorias (Criatividade, Qualidade técnica, Parceria, Captação de recursos e Análise e melhoria de processos) da Premiação Nacional de Equipes da Embrapa, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas – BA) teve quatro projetos premiados em 2008, em três categorias. O resultado foi divulgado recentemente.

Na categoria Criatividade, o primeiro lugar ficou com o projeto “Controle pós-colheita de moscas-das-frutas via indução da modificação da atmosfera interna dos frutos associados a refrigeração”, liderado pelo pesquisador Romulo da Silva Carvalho. Para ele, o prêmio representa reconhecimento profissional e faz sentir mais confiança e motivação. “Mas, acima de tudo, é o coroamento de uma linha de pesquisa dedicada aos estudos sobre moscas-das-frutas (Tephritidae) - um importante grupo de insetos-praga da fruticultura nacional e internacional. Particularmente, fico muito contente por ter o reconhecimento profissional nos âmbitos externo e interno, em um momento especial da minha vida profissional, quando completo 20 anos como pesquisador da Embrapa”, afirma Romulo.

O projeto pretende desenvolver um processo inovador para a proteção de frutos, na pós-colheita, visando ao controle das moscas-das-frutas. Será avaliado, inicialmente em laboratório, o efeito da aplicação de biofilmes comestíveis à base de ceras naturais, óleos vegetais e de películas (microemulsões) à base de amido em frutos de manga, mamão, laranja e goiaba.

Além dele, estão envolvidos no projeto Biofilmoscafruit o laboratorista Dilson Barbosa de Brito, o pesquisador Carlos Estevão Leite Cardoso e o professor Manoel Teixeira de Castro Neto, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O projeto tem duração de 24 meses e está sendo desenvolvido, integralmente, no laboratório de Entomologia da Unidade.

Qualidade

Na categoria Qualidade Técnica, a terceira e a quarta colocações foram, respectivamente, dos projetos “Melhoramento da mandioca para biofortificação e para a indústria da farinha e fécula” (líder: Wania Maria Gonçalves Fukuda) e “Estratégias para o melhoramento da bananeira” (líder: Sebastião de Oliveira e Silva).

O programa de melhoramento de mandioca tem como objetivo elevar o valor nutritivo das raízes em termos de ferro, zinco e carotenóides e aumentar os teores e a qualidade de fécula nas raízes para atender à demanda das fecularias. “A equipe da Unidade desenvolve, seleciona e multiplica os híbridos e os parceiros, inclusive comunidades e associações de agricultores, promovem a avaliação, adaptação e difusão do material”, explica Wania Fukuda, que já recebeu a premiação, em 1999, na categoria Parceria.

“Uma premiação nacional da Embrapa é sempre uma conquista muito especial”, afirma ela, que foi uma das vencedoras da 30ª edição do Prêmio Frederico de Menezes Veiga 2008, cujo tema foi “Integração Pesquisa e Extensão: Fator de sucesso da moderna agricultura brasileira”.

Já no projeto “Estratégias para o melhoramento da bananeira”, o conhecimento da herança da resistência às principais doenças da bananeira vai direcionar as ações do melhoramento genético para facilitar a escolha de genitores na obtenção de genótipos superiores.

“A geração de cultivares com resistência às sigatokas vai causar grandes impactos econômicos e ambientais. Além disso, a introdução da resistência ao mal-do-Panamá na banana ‘Maçã’ vai viabilizar o seu cultivo, hoje em decadência em todo o País”, explica Sebastião Silva, que lidera uma equipe formada por profissionais de diversas Unidades e de outras instituições.

Parceria

Na categoria Parceria, o quinto lugar foi obtido pelo projeto “Procedimentos convencionais e biotecnológicos na criação e seleção de variedades de citros, com ênfase em porta-enxertos adaptados a estresses bióticos e abióticos”, liderado pelo pesquisador Walter dos Santos Soares Filho. Para ele, a premiação é um incentivo ao trabalho. “É um estímulo para que continuemos nos esforçando na obtenção de soluções relacionadas aos inúmeros problemas com os quais o agronegócio dos citros se defronta, contornando os obstáculos que surgem”, afirma Walter Soares.

Líder mundial, a citricultura brasileira tem no limoeiro ‘Cravo’ (Citrus limonia Osbeck) a base de sustentação, graças à sua adaptação a distintas condições edafo-climáticas. Mas a concentração no uso desse porta-enxerto constitui situação de grande vulnerabilidade, face aos riscos de surgimento de fatores adversos. Assim, o desenvolvimento de novos porta-enxertos adaptados às condições brasileiras de cultivo trará importante contribuição à sustentabilidade de nossa citricultura. Em parceria com diversas Unidades e instituições de pesquisa, o projeto teve início em outubro de 2007 e termina em outubro de 2010.

Léa Cunha

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

(75) 3312-8076 /

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025