Embrapa Pecuária Sul completa 35 anos

11.06.2010 | 20:59 (UTC -3)

Neste domingo (13/06), a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé/RS, completou 35 anos de fundação.

A unidade desenvolve trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em bovinocultura (corte e leite), ovinocultura e forrageiras, com foco nos Campos Sul-Brasileiros, localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A equipe atual é formada por 19 pesquisadores, 11 analistas com diferentes formações de nível superior e 68 assistentes dos campos experimentais, laboratoristas, técnicos e administrativos, totalizando 98 empregados – com a recente realização de concurso público pela Embrapa, o quadro deverá chegar a 121 empregados. Os trabalhos atuais têm sido realizados não apenas na área de 2.783 hectares do Centro, mas também na região da Campanha, no Noroeste gaúcho e na região dos Campos de Cima da Serra, sempre em parceria com instituições de pesquisa, ensino, extensão e com organizações de produtores.

Os 30 projetos pesquisa atualmente em andamento, liderados ou com participação da Embrapa Pecuária Sul, se dividem nas áreas de Bovinocultura de Corte, Bovinocultura de Leite, Ciência da Carne, Desenvolvimento Rural e Agroecologia, Forrageiras, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Melhoramento Animal, Modelagem e Simulação de Sistemas, Nutrição Animal, Ovinocultura, Reprodução Animal, Sanidade Animal e Socioeconomia.

Com investimentos de mais de R$ 2,7 milhões em recursos do Tesouro Federal e do Programa de Crescimento e Fortalecimento da Embrapa (PAC Embrapa) nos últimos dois anos, a infraestrutura do Centro tem passado por uma importante requalificação. Laboratórios estão sendo construídos, reformados e ampliados, e os campos experimentais revitalizados para atender às novas e crescentes demandas do produtor rural e da sociedade brasileira.

História e Contribuições

A presença do centro de pesquisas no sistema pecuário brasileiro, na verdade, começou há mais tempo. Em 1937, a então Fazenda Cinco Cruzes, onde hoje está instalada a Embrapa Pecuária Sul, foi adquirida foi adquirido pelo Banco do Brasil, como pagamento de dívida hipotecária do ex-proprietário. O imóvel foi vendido à União, passando a se chamar Fazenda Experimental de Criação (FEC) “Cinco Cruzes”, que teve a instalação iniciada naquele mesmo ano.

O período que vai até 1954 representa a fase de fomento da produção animal do Rio Grande do Sul. Entre os fatos de destaque, estão a importação de reprodutores da Argentina, a premunição dos touros importados, a compra de plantel da raça Jersey e de outros reprodutores, a execução de um extenso plano de obras, a aquisição de máquinas agrícolas e a contratação de diaristas. Os principais trabalhos experimentais foram a produção de cordeiros de corte, a inseminação artificial em ovinos e o cruzamento entre as raças bovinas Nelore e Aberdeen Angus, dando início ao sintético Ibagé, hoje Brangus.

Em 1956, a FEC passou a funcionar como Estação Central de Zootecnia do Rio Grande do Sul. Teve então início a fase inicial da pesquisa, com a adequação às futuras funções da FEC como instituição de pesquisa. Foram criados os Setores de Gado de Corte, Gado de Leite, Ovinos e Agrostologia. Devido aos baixos índices de produtividade alcançados na pecuária de corte, leite e ovinocultura, o trabalho objetivava diagnosticar, equacionar e solucionar estes problemas.

A FEC dedicou-se ao estudo das espécies forrageiras de ocorrência natural no Estado e à introdução e avaliação de espécies exóticas. Os primeiros culminaram na recomendação de uma pastagem cultivada (consorciação) capaz de produzir forragem de alto valor no período crítico do inverno e na primavera. A consorciação de azevém anual, trevo-branco e cornichão, após repetidos ensaios de formação, manejo, e avaliação de produção, foi difundida entre os criadores, e desde então tem sido utilizada em todo o Estado. Em relação ao campo natural, a mistura forrageira comprovadamente melhorou as produções de carne, lã e leite.

Foram também conduzidos trabalhos em seleção e melhoramento de gado Jersey e Vermelho da Dinamarca. Apesar da formação do gado Ibagé ter sido iniciada em 1945, foi somente após 1955, quando nasceram os primeiros animais 3/8 Nelore - 5/8 Aberdeen Angus, que esse trabalho passou a ser uma das metas prioritárias da FEC. Com a comercialização de gado de leite e de reprodutores Ibagé a produtores, a "Cinco Cruzes" iniciou a difusão do novo sintético entre os pecuaristas.

Após a reestruturação do Ministério da Agricultura em 1962, a FEC "Cinco Cruzes" entra em nova fase, sendo integrada à rede do Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária do Sul (IPEAS), com sede em Pelotas. Com a criação de um setor de Veterinária em 1964, foram iniciadas pesquisas que objetivavam o controle de endoparasitos, que tomaram um grande impulso e apresentaram resultados de grande repercussão. Em 1968, a FEC passou a ser chamada de Estação Experimental de Criação de Bagé (EEC), vinculado ao Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária (DNPEA), que funcionou até a criação da Embrapa, em dezembro de 1972.

A partir de 1972, a EEC “Cinco Cruzes” colaborou com o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa, servindo como base física e apoio material e humano no início dos experimentos a campo para testar uma vacina anti-aftosa com coadjuvante oleoso. A vacina oleosa tem produzido resultados bem superiores ao das vacinas convencionais, o que motivou o uso pela maioria dos produtores em vários municípios do Estado.

Em 1975, a EEC foi transformada em uma Unidade da Embrapa, com o nome de UEPAE de Bagé. Em 1987, a UEPAE foi elevada à categoria de Centro Nacional de Pesquisa de Ovinos (CNPO). Finalmente, em 1993, a Unidade recebe a denominação atual – Centro de Pesquisa Pecuária dos Campos Sul-Brasileiros (CPPSUL) –, mais conhecida como Embrapa Pecuária Sul.

Os 35 anos da “fase Embrapa” são marcados por uma dinâmica mais moderna, com grande injeção de recursos materiais, financeiros e humanos. A Unidade pode contar com corpo técnico com maior capacitação e treinamento. Inúmeros fatos marcam o período, como as pesquisas incluídas em programas nacionais de bovinos de corte, de leite e ovinos; o início dos programas de recursos genéticos em forrageiras e de saúde animal, a instalação de um banco ativo de germoplasma de forrageiras, o lançamento da cultivar de trevo-branco BR-1 Bagé e a estruturação do setor de Difusão de Tecnologia, nas décadas de 1970 e 1980. Nos últimos anos, a Unidade ampliou a carteira de projetos e o quadro de empregados, o que somado aos investimentos em infraestrutura tem possibilitado a geração de mais conhecimento e tecnologias.

Mais detalhes desses 73 anos de história podem ser conhecidos na página da Embrapa Pecuária Sul na Internet (

), no link “Memória Embrapa Pecuária Sul”.

Breno Lobato

Embrapa Pecuária Sul

(53) 3240-4660

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