Embrapa participou do lançamento de miniagroindústria em Mucajaí/RR

08.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

A Embrapa Roraima e a Associação de Preservação Ambiental do Apiaú (APAA) lançaram sábado (04/04), em Mucajaí/RR, uma miniagroindústria de beneficiamento de frutas.

O empreedimento inclui máquina de lavagem de frutas, mesa seletora, despolpadeira, dosador, seladora manual e três freezers.

A iniciativa faz parte do Projeto Agroflorestar da APAA, com apoio técnico da Embrapa. A miniagroindústria vai produzir polpas a partir de frutas como açaí, cupuaçu, graviola, goiaba, abacaxi e maracujá. A fábrica vai agregar valor aos produtos e aproveitar a mão de obra da região. As polpas produzidas serão vendidas para algumas prefeituras do Estado e para Manaus. Alguns acordos já foram fechados para garantir isso. “O mercado está aberto para o nosso produto, tudo que é produzido é comercializado”, disse Pedro Rodrigues da Silva, produtor há mais de 30 anos.

Silvio Levy Araújo, analista da Embrapa Roraima, que faz parte da equipe do projeto, explica a importância desse trabalho para os produtores da região. “O processo modifica a realidade deles em dois sentidos. Primeiro, evita a derruba e a queima. Depois, gera renda para famílias da região. É um modelo auto-sustentável, os produtores que utilizam o sistema agroflorestal mantêm as árvores frutíferas mesmo plantando milho e feijão-caupi”, comentou Silvio.

O presidente da APAA, Carlos Augusto Gomes, está bastante satisfeito com essa implantação. "Ela vai estimular os produtores a utilizarem o sistema agroflorestal e preservar o meio ambiente. Afinal, antes eles não sabiam o que fazer com as frutas geradas dentro do modelo. Quando tentavam vender, chegavam a perder 50% delas no transporte. Agora eles podem transformar em polpa e vender. A capacidade da mini-agroindústria é de até 200 kg/dia, e está aqui para atender todos os produtores da região", disse.

Esse trabalho faz parte do processo de fixação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), mais voltado para árvores frutíferas. “A indústria é mais um passo dentro da associação para um salto maior, oferecer sustentabilidade socioeconômica para os produtores”, argumentou Liane Ferreira, pesquisadora da Embrapa.

Ivan Luis de Oliveira, engenheiro agrônomo e auditor do Programa Alimento Seguro (PAS), ministrou o curso sobre beneficiamento de frutas da Amazônia. Todos os produtores envolvidos no projeto participaram do curso, que teve duração de 40 horas. “Ao contrário da maioria das associações do Estado, a APAA está conscientizada e comprometida com a produção rural sustentável. Trabalham com produção de espécies madeiráveis, animais e frutíferas dentro da mesma unidade, formando uma mistura de produção sustentável. Produção sem o uso do fogo, que garante uma renda extra, com agregação de valores através da industrialização”, afirmou Ivan.

A equipe da Embrapa Roraima que acompanha esse projeto é liderada por Liane Ferreira, e conta ainda com os analistas Admar Bezerra, Paulo Tremacoldi, Silvio Araújo e Alcides Galvão.Eles esperam que, além dos benefícios já citados, a fábrica incentive os produtores a usar o sistema agroflorestal e, assim, tirar Mucajaí da lista das cidades que mais desmatam a Amazônia.

Fonte: Assessoria de Comunicação Embrapa Roraima - (95) 4009- 7144

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