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Uma nova plataforma reúne informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente 100% digital e de acesso público. Trata-se da Plataforma “Saúde do Solo BR: solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis”, apresentada pela Embrapa, nesta semana, na Agrizone - Casa da Agricultura Sustentável na COP30, em Belém (PA).
A plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município, reunindo atualmente informações de cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. “Essa ferramenta foi construída a partir da geoespacialização dos dados da BioAS – bioanálise de solos”, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes.
O sistema permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes culturas agrícolas. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Durante o lançamento, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou que a tecnologia reforça o protagonismo do Brasil como líder global em soluções sustentáveis para a agricultura e os sistemas alimentares.
Os primeiros mapas produzidos apontam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis com solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde e apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Entre os estados, o Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação foi Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração de dados da BioAS com índices de produtividade do IBGE revelou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”, avaliou.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não mostraram correlação com a produtividade atual, sinal de que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à saúde biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores rurais na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, comemorou. Segundo ela, a expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de fornecer relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios comerciais e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida a partir dos dados gerados pela Bioanálise de Solos (BioAS), tecnologia lançada em 2020 e desenvolvida pela Embrapa Cerrados em parceira com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica). O banco de dados é resultado de uma parceria inovadora com 33 laboratórios comerciais de análises de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia BioAS.
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