Embrapa Instrumentação chega aos 25 anos embalada pela inovação

10.12.2009 | 21:59 (UTC -3)

A tentativa de unir a física à agricultura resultou em pesquisas que, Brasil afora, reduzem as dificuldades dos produtores rurais, ajudam a gerar renda e emprego. É assim que a Embrapa Instrumentação Agropecuária comemora 25 anos segunda-feira (14/12).

As comemorações terão início a partir das 10 horas, com homenagens e lançamentos de tecnologias.

A Unidade, uma das 43 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi criada em 1984, num momento de efervescência política, econômica e social – o movimento pelas Diretas Já - pelos pesquisadores Silvio Crestana, Paulo Cruvinel, Sérgio Mascarenhas e Paulo Henrique Valim, com o apoio do então presidente da Empresa, Eliseu Alves. Nesses 25 anos muita coisa mudou, mas a Embrapa Instrumentação continua perseguindo sua missão de viabilizar soluções sustentáveis de pesquisa, desenvolvimento e inovação em instrumentação agropecuária para o benefício da sociedade brasileira. Em duas décadas e meia foram muitos os desafios, mas também muitas conquistas, como a inauguração do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, inaugurado em maio deste ano.

Atuação

Com um orçamento anual estimado em R$ 13 milhões, a Embrapa Instrumentação Agropecuária é responsável por um terço das patentes da Embrapa depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). As tecnologias patenteáveis têm sido transferidas para a produção em série por empresas privadas e, a partir de produtos gerados na Unidade, novas empresas de base tecnológica foram criadas, especialmente em São Carlos, gerando empregos e apoiando o desenvolvimento sustentável do agronegócio. Atua em pesquisas de temas básicos com uma equipe interdisciplinar formada por engenheiros eletrônicos, eletrotécnico, agrônomos, mecânicos e de materiais, físicos e bioquímicos, que trabalham integradamente com agrônomos, veterinários, biólogos e outros profissionais da Embrapa, do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) e de outras instituições de pesquisa. Conta com uma equipe de 72 pessoas, sendo 25 pesquisadores e 48 de apoio.

Pesquisas de grande impacto social e econômico, de interesse da ciência mundial, que estão na fronteira do conhecimento, são destaque entre as linhas de pesquisa do Centro, como a aplicação de novos materiais, novos sensores, agroenergia, nanotecnologia, agricultura de precisão e meio ambiente para a pesquisa e o desenvolvimento da agropecuária. Em conjunto com universidades brasileiras desenvolve pesquisa, visando à inovação em células a combustível (CaC) de óxidos sólidos (SOFC) e do tipo membrana protônica (PEM) que terão como fonte a biomassa e outras fontes renováveis. Com centros internacionais trabalha para quantificar o conteúdo de carbono no solo e sua estabilidade usando técnicas ópticas de espectroscopia, que podem ser usadas em diferentes ecossistemas, estabelecendo estratégias para que a agricultura possa contribuir positivamente com a mitigação dos efeitos causados pelo aumento da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera. Essa pesquisa está sendo apresentada na COP 15.

Pioneirismo

Tecnologias que permitem enxergar um átomo, ver o interior das frutas sem destruí-las ou ainda medir a degradação de pesticidas, tomógrafos computadorizados para estudos inéditos em solos, que antes eram disponíveis apenas na medicina, foram introduzidas pioneiramente nas pesquisas do Centro. O tomógrafo permite, em escalas milimétrica e micrométricas, estudos de solos ou rochas e análises físicas da germinação de sementes ou crescimento de plantas. O uso do ultrassom para detecção de prenhez é outra técnica emprestada da medicina para ser empregada na pecuária. Cerca de seis mil aparelhos estão nas mãos de pecuaristas de todo o Brasil e de países da América Latina desde que foi transferido para a iniciativa privada fabricar e comercializar.

Futuro

Com a visão de futuro de ser um dos líderes mundiais na geração de conhecimento, tecnologia e inovação em instrumentação agropecuária, o Centro tem antecipado tendências, apontando oportunidades para a competitividade e sustentabilidade da agricultura brasileira. Desponta na agricultura de precisão com tecnologia que permite o monitoramento a distância de culturas e recursos ambientais. Outra pesquisa nesta linha indica que num futuro não muito distante será possível monitorar automaticamente sistemas de irrigação, pondo fim ao desperdício de água e minimizando impacto ambiental e custos com insumos. Pesquisas por fontes de energia alternativa e renovável é outra preocupação da Embrapa Instrumentação Agropecuária. Por isso, criou o Laboratório de Agroenergia e, em colaboração com a Embrapa Amazônia Oriental está desenvolvendo um projeto, cujo objetivo é fazer a prospecção e a seleção de fungos produtores do complexo de celulases do bioma Amazônico e avaliar a eficiência da produtividade enzimática dos selecionados no processamento do etanol celulósico.

Embrapa Instrumentação Agropecuária encara os desafios científicos e tecnológicos focando em pesquisas que contribuam para o aumento de produtividade, melhoria da qualidade dos produtos visando a sustentabilidade e competitividade da agricultura brasileira.

Joana Silva

Embrapa Instrumentação Agropecuária

(16) 21072901 /

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