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A tentativa de unir a física à agricultura resultou em pesquisas que, Brasil afora, reduzem as dificuldades dos produtores rurais, ajudam a gerar renda e emprego. É assim que a Embrapa Instrumentação Agropecuária comemora 25 anos segunda-feira (14/12).
As comemorações terão início a partir das 10 horas, com homenagens e lançamentos de tecnologias.
A Unidade, uma das 43 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi criada em 1984, num momento de efervescência política, econômica e social – o movimento pelas Diretas Já - pelos pesquisadores Silvio Crestana, Paulo Cruvinel, Sérgio Mascarenhas e Paulo Henrique Valim, com o apoio do então presidente da Empresa, Eliseu Alves. Nesses 25 anos muita coisa mudou, mas a Embrapa Instrumentação continua perseguindo sua missão de viabilizar soluções sustentáveis de pesquisa, desenvolvimento e inovação em instrumentação agropecuária para o benefício da sociedade brasileira. Em duas décadas e meia foram muitos os desafios, mas também muitas conquistas, como a inauguração do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, inaugurado em maio deste ano.
Com um orçamento anual estimado em R$ 13 milhões, a Embrapa Instrumentação Agropecuária é responsável por um terço das patentes da Embrapa depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). As tecnologias patenteáveis têm sido transferidas para a produção em série por empresas privadas e, a partir de produtos gerados na Unidade, novas empresas de base tecnológica foram criadas, especialmente em São Carlos, gerando empregos e apoiando o desenvolvimento sustentável do agronegócio. Atua em pesquisas de temas básicos com uma equipe interdisciplinar formada por engenheiros eletrônicos, eletrotécnico, agrônomos, mecânicos e de materiais, físicos e bioquímicos, que trabalham integradamente com agrônomos, veterinários, biólogos e outros profissionais da Embrapa, do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) e de outras instituições de pesquisa. Conta com uma equipe de 72 pessoas, sendo 25 pesquisadores e 48 de apoio.
Pesquisas de grande impacto social e econômico, de interesse da ciência mundial, que estão na fronteira do conhecimento, são destaque entre as linhas de pesquisa do Centro, como a aplicação de novos materiais, novos sensores, agroenergia, nanotecnologia, agricultura de precisão e meio ambiente para a pesquisa e o desenvolvimento da agropecuária. Em conjunto com universidades brasileiras desenvolve pesquisa, visando à inovação em células a combustível (CaC) de óxidos sólidos (SOFC) e do tipo membrana protônica (PEM) que terão como fonte a biomassa e outras fontes renováveis. Com centros internacionais trabalha para quantificar o conteúdo de carbono no solo e sua estabilidade usando técnicas ópticas de espectroscopia, que podem ser usadas em diferentes ecossistemas, estabelecendo estratégias para que a agricultura possa contribuir positivamente com a mitigação dos efeitos causados pelo aumento da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera. Essa pesquisa está sendo apresentada na COP 15.
Tecnologias que permitem enxergar um átomo, ver o interior das frutas sem destruí-las ou ainda medir a degradação de pesticidas, tomógrafos computadorizados para estudos inéditos em solos, que antes eram disponíveis apenas na medicina, foram introduzidas pioneiramente nas pesquisas do Centro. O tomógrafo permite, em escalas milimétrica e micrométricas, estudos de solos ou rochas e análises físicas da germinação de sementes ou crescimento de plantas. O uso do ultrassom para detecção de prenhez é outra técnica emprestada da medicina para ser empregada na pecuária. Cerca de seis mil aparelhos estão nas mãos de pecuaristas de todo o Brasil e de países da América Latina desde que foi transferido para a iniciativa privada fabricar e comercializar.
Com a visão de futuro de ser um dos líderes mundiais na geração de conhecimento, tecnologia e inovação em instrumentação agropecuária, o Centro tem antecipado tendências, apontando oportunidades para a competitividade e sustentabilidade da agricultura brasileira. Desponta na agricultura de precisão com tecnologia que permite o monitoramento a distância de culturas e recursos ambientais. Outra pesquisa nesta linha indica que num futuro não muito distante será possível monitorar automaticamente sistemas de irrigação, pondo fim ao desperdício de água e minimizando impacto ambiental e custos com insumos. Pesquisas por fontes de energia alternativa e renovável é outra preocupação da Embrapa Instrumentação Agropecuária. Por isso, criou o Laboratório de Agroenergia e, em colaboração com a Embrapa Amazônia Oriental está desenvolvendo um projeto, cujo objetivo é fazer a prospecção e a seleção de fungos produtores do complexo de celulases do bioma Amazônico e avaliar a eficiência da produtividade enzimática dos selecionados no processamento do etanol celulósico.
Embrapa Instrumentação Agropecuária encara os desafios científicos e tecnológicos focando em pesquisas que contribuam para o aumento de produtividade, melhoria da qualidade dos produtos visando a sustentabilidade e competitividade da agricultura brasileira.
Joana Silva
Embrapa Instrumentação Agropecuária
(16) 21072901 /
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