Embrapa fará nova campanha contra a dengue no Distrito Federal

24.05.2013 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnolog

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades de pesquisa da Embrapa, preocupada com o avanço no número de casos de dengue no Distrito Federal (de acordo com a Secretaria de Saúde do DF, houve aumento de 680% no número de casos este ano) vai repetir a ação "Diga não à dengue" sexta-feira (24), a partir das 8h no auditório Assis Roberto De Bem (ponto de encontro). O objetivo da ação, que será realizada no campus da Unidade no final da Asa Norte, é inspecionar, remover e tratar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti utilizando o bioinseticida Bt-horus SC, desenvolvido pela própria Embrapa, em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia, do Distrito Federal. Esse produto é eficaz contra as larvas do mosquito transmissor da dengue e, por ser biológico, é totalmente inofensivo à saúde humana, de animais e ao meio ambiente.

A metodologia será a mesma adotada na campanha realizada em 2010 (foto): as atividades do dia serão iniciadas com uma palestra sobre a dengue e seu principal vetor (o Aedes aegypti) a ser proferida pela pesquisadora responsável pelo desenvolvimento do Bt-horus, Rose Monnerat. Em seguida, os empregados e colaboradores interessados em participar da ação serão divididos em 10 grupos e seguirão para uma inspeção em todas as dependências da Unidade em busca de possíveis focos de proliferação das larvas do mosquito, que podem ser pneus, caixas d'água, estruturas de cimentos e outros locais que acumulam água parada.

Caso seja encontrado algum foco, será aplicado o produto. Cada grupo ficará responsável por um espaço dentro da área total da Unidade, que abrange mais de 20 mil metros quadrados, e será coordenado por um membro do Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas (LBE). Para esta ação, a empresa Bthek Biotecnologia Ltda., fabricante do bioinseticida, doou à Unidade 120 frascos de Bt-horus.

No final da manhã, todos os participantes da ação se reunirão novamente no auditório Assis Roberto De Bem para compartilhar experiências. “Além de contribuir para reduzir a infestação do Aedes, o evento tem como objetivo aumentar a conscientização dos empregados da Embrapa sobre a importância de empreender ações preventivas em prol do combate à dengue”, ressalta a pesquisadora Rose Monnerat.

O inseticida biológico denominado Bt-horus foi desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com a Bthek Biotecnologia a partir de uma bactéria conhecida como Bt (Bacilus thuringiensis), amplamente utilizada em programas de controle biológico em todo o mundo. Essa bactéria é entomopatogênica, ou seja, específica para controlar o mosquito transmissor da dengue e borrachudos, e, portanto, o produto é inofensivo à saúde humana, de animais e ao meio ambiente, podendo ser utilizado em locais que acumulam água, como plantas, lagos e caixas d’água, entre outros. Basta uma gota do produto para cada litro de água e as larvas do Aedes aegypti morrem em 24 horas.

O Bt-horus foi usado com sucesso em 2007 na cidade de São Sebastião, no Distrito Federal, em uma campanha inovadora que uniu a Embrapa, as Secretarias de Saúde, Educação e de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Emater, a Administração Regional de São Sebastião e a empresa Bthek no combate ao mosquito transmissor da dengue, já que na ocasião aquela era a cidade com maior índice de infestação do mosquito por casa.

A campanha, realizada entre os meses de janeiro e junho de 2007, foi considerada inovadora, pois pela primeira vez no Brasil, um produto biológico foi usado em uma campanha de saúde pública. E os resultados foram excelentes: o índice de infestação, que era de 4% caiu para menos de 1%, o que é considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde. Durante a campanha, o Bt-horus foi distribuído gratuitamente em todas as cerca de 20 mil residências de São Sebastião por funcionários do SLU e líderes comunitários que atuaram como agentes de saúde na sua distribuição e aplicação. Para isso, eles foram treinados por pesquisadores da Embrapa e da Bthek.

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