Embrapa discute projeto para inserir a pesquisa agrícola no metaverso

Inicialmente a aplicação da nova tecnologia terá como escopo inicial, capacitações e cursos sobre abelhas nativas sem ferrão

09.08.2022 | 14:17 (UTC -3)
Embrapa
Inicialmente a aplicação da nova tecnologia terá como escopo inicial, capacitações e cursos sobre abelhas nativas sem ferrão. - Foto: Divulgação Embrapa
Inicialmente a aplicação da nova tecnologia terá como escopo inicial, capacitações e cursos sobre abelhas nativas sem ferrão. - Foto: Divulgação Embrapa

Os gestores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna – SP), se reuniram no dia 3 de agosto, com o presidente do Polo de Inovação do Interior Paulista, Daniel Pellegrini, para discutir as aplicabilidades do metaverso, visando instrumentalizar um projeto de parceria entre as instituições, para inserir a pesquisa agropecuária no ambiente dessa tecnologia.

Basicamente, o metaverso é um conceito que mistura realidade aumentada, realidade virtual e ambientes imersivos. Pode ser entendido como uma experiência em um espaço virtual, mas com influências da vida real. Uma oportunidade enorme para o setor agrícola, que já se articula para utilizar a tecnologia em leilões, fazendas e simuladores de safras.

Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente explica que em breve esse movimento em torno da tecnologia irá permitir o desenvolvimento de soluções disruptivas para o setor produtivo, capaz de testar e experimentar ativos em diferentes níveis de maturidade tecnológica. Paula ressalta que se considerarmos todo o cenário, este é um momento oportuno para se avançar na discussão do enorme potencial dessa nova realidade. “Há uma infinidade de aplicações, algumas inclusive desconhecidas, mas reconhecemos inicialmente o grande potencial para incrementar as capacitações à distância, por exemplo, ” disse.

Daniel Pellegrini, presidente do Polo de Inovação concorda. Para ele, com os diversos recursos presentes neste ambiente possibilitará realizar capacitações muito mais imersivas. Conforme ele, seguramente os testes e avaliações de novas tecnologias poderão ser testadas neste ambiente com uma proximidade do real nunca imaginada, fato que deverá contribuir para acelerar processos de pesquisa e desenvolvimento. “Imagine que técnicos, pesquisadores, parceiros possam estar em um mesmo ambiente, como se fosse uma sala de reunião presencial e sair dela, ainda no ambiente do metaverso para testar ou validar teorias discutidas e projetos, em um ambiente de simulação do mundo virtual”, projeta ele.

Janaína Tanure, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Meio Ambiente, explica que a ideia de construir um metaverso vocacionado para o agro já estava sendo amadurecida nas discussões internas e agora está se materializando, com a chegada de parceiros estratégicos capazes de tornar essa ideia em realidade. “Criar um metaverso na temática do agro não será por si uma finalidade, mas um meio para explorarmos as potencialidades que esse ambiente imersivo e interativo pode proporcionar e agregar valor à nossa missão. O metaverso tem potencial de revolucionar a maneira como as pessoas podem vivenciar e conhecer o ambiente rural, por meio de experiências realísticas onde as fronteiras entre o mundo físico e digital se tornam tênues. Queremos trazer como elementos norteadores desse projeto, a difusão de conhecimentos sobre uma agricultura sustentável, inovadora e baseada em ciência”, disse.

Já o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Cristiano Menezes destacou que a ideia é começar o projeto com as abelhas nativas sem-ferrão. Para Menezes, a nova ferramenta vai ajudar nas capacitações e criar experiências diferenciadas para os usuários.

"A demanda por esse tema tem crescido muito, por isso escolhemos as abelhas como piloto. Já oferecemos cursos e vídeos didáticos online, mas o metaverso oferecerá uma experiência muito mais real e efetiva do que conhecemos atualmente. Vale ressaltar que isso é apenas o começo. A tecnologia abrirá um universo de possibilidades que ainda desconhecemos."

Janaína Tanure, acredita que falar de metaverso não é falar de futuro, mas do presente, que já está aí, permeando diferentes áreas da atuação humana. “É considerado como o próximo paradigma da computação, e promete desbloquear novas maneiras de interagir virtualmente, adquirir conhecimento, e consumir produtos e serviços.  E o agro não pode e não vai ficar de fora desse processo”.

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