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A Embrapa realiza consulta a mais de 2 mil representantes de diferentes instituições para subsidiar a produção do seu VII Plano Diretor, com a participação de integrantes do setor agropecuário e da ciência, tecnologia e inovação do país. Também estão sendo entrevistados mais de trinta representantes de diferentes setores da agricultura nacional. Cerca de 2,5 mil empregados da Empresa já contribuíram. Uma comissão analisou aproximadamente 60 documentos de referência e realiza workshops em Campinas com mais de 80 participantes de diferentes unidades da Empresa e de setores do agronegócio. O objetivo é elaborar o novo Plano Diretor, documento que estabelece as orientações estratégicas para as atividades a serem desenvolvidas pela Embrapa, traçando os rumos da instituição no médio e longo prazos. O PDE também define as prioridades para o planejamento das ações de gestão, de pesquisa e de suporte à pesquisa.
O primeiro workshop ocorreu nesta quinta-feira (08/08), em Campinas, na sede da Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas, e reuniu, majoritariamente, representantes das regiões Norte e Nordeste do país. O segundo encontro está agendado para o dia 16, no mesmo local, com participantes do Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Entre as instituições externas presentes neste primeiro encontro estão: ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), BNDES, Banco Mundial, FINEP, Unicamp, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), Instituto de Economia Agrícola (IEA/APTA), Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, GSS Sustentabilidade e Bioinovação , Instituto Brasil a Gosto, Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, WWF Brasil, Reflore, Giral, Conservação Internacional.
O PDE é considerado um instrumento fundamental de gestão estratégica da Embrapa. É produzido a partir de diagnósticos e análises dos ambientes interno e externo, tendo em vista os desafios presentes e futuros para o desenvolvimento sustentável do espaço rural e para a competitividade do agronegócio. O PDE foi elaborado em 2014 e passou a vigorar em 2015 até hoje.
“A Embrapa sempre coloca muita energia na elaboração periódica de seu planejamento estratégico. Historicamente parece claro que tivemos uma evolução e um amadurecimento na construção dos planos diretores. Não se trata de um documento de prateleira, mas algo que estabelece diretrizes e rumos e nos ajuda a estar conectados às demandas do agro brasileiro e fundamental no nosso dia a dia”, enfatizou o presidente da Embrapa, Celso Moretti, que participou na abertura do workshop.
Moretti chamou atenção para a grande participação dos gestores e empregados da Empresa na construção do VII PDE e pelo apoio e envolvimento recebido do setor agrícola, por meio de representantes de cooperativas, entidades, extensão rural, produtores e seus representantes que contribuíram fortemente com as entrevistas e as pesquisas e também com a presença no workshop.
O presidente da Embrapa lembrou que a agricultura brasileira tornou-se referência mundial em produção agrícola a partir do investimento em ciência. “E o Brasil seguirá demonstrando que é possível fazer uma agricultura que preserva e protege o meio ambiente”, afirmou, destacando, ainda, a enorme capacidade da Embrapa de gerar conhecimento capaz de dar base para a sustentabilidade da agricultura brasileira.
Dinâmica de construção do PDE
A construção do VII PDE se iniciou no primeiro trimestre e é conduzida pela Embrapa com o suporte metodológico do Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação do Instituto de Geociências da Unicamp (Geopi/Unicamp).
O PDE será resultado da análise coletiva de dois temas centrais: as transformações mundiais que resultarão em desafios da agricultura no Brasil e os papéis das organizações públicas de pesquisa agropecuária e seu posicionamento no sistema de inovação. A expectativa é que o novo PDE seja concluído ainda em 2019.
Um dos parceiros externos da Embrapa, Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, avaliou que a participação neste trabalho de planejamento é importante para o setor. “No nosso caso, a Embrapa têm sido muito importante para o desenvolvimento de tecnologias. Hoje, por exemplo, nós temos uma parceria com a Embrapa Gado de Leite no Ideas for Milk, que é um programa fantástico da Embrapa, no sentido de trabalhar com startups e desenvolver novas tecnologias que atendam aos anseios do setor de lácteos, tanto das indústrias quanto dos produtores”.
PDE representou um novo ciclo de planejamento estratégico
Desde a sua criação, em 1973, a Embrapa elabora documentos de planejamento estratégico a partir de estudos sobre o estado da arte da agricultura brasileira e das instituições de pesquisa agrícola. Nas suas duas primeiras décadas, esses planos orientaram a contratação e a formação de pesquisadores e a construção da infraestrutura de cada centro de pesquisa, ao mesmo tempo em que determinavam o foco estratégico da atuação da Empresa e, a partir desse, da atuação nos níveis tático e operacional.
Essa iniciativa é considerada pioneira entre organizações de pesquisa inclusive a nível internacional.
A primeira versão do PDE é de 1988. Ali, a Embrapa deu início a um processo sistemático de planejamento estratégico, concretizado nos seus Planos Diretores. Desde então, o PDE foi revisto e atualizado periodicamente, ganhando novas versões em intervalos regulares de tempo.
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