Depois de sucessivas quedas, glifosato termina maio estável
Os pesquisadores da Embrapa/RR e autoridades e agricultores da região de Mucajaí/RR juntam esforços na elaboração de projetos emergenciais e estratégicos de longo prazo para o desenvolvimento agropecuário do município.
O objetivo é tirar Mucajaí da lista dos municípios que mais desmatam no Brasil e promover a sustentabilidade econômica através da transferência da tecnologia. Ao todo, nos útimos 11 anos, o município desmatou 1.490 quilometros.
Na semana passada, o Chefe-Geral da Embrapa/RR, Joaci de Freitas, e o Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Marcelo Arco-Verde, participaram de uma audiência pública na Câmara de Vereadores do município e apresentaram direcionamentos e soluções para reverter a situação.“Queremos mudar não só o cenário atual, mas o rumo da agropecuária na região”, avisa Joaci.
Segundo o Chefe-Geral da Embrapa/RR, para tranformar áreas degradadas em produtivas é necessário mudar a referência em relação ao atual modelo de exploração e ter uma visão abrangente de desenvolvimento. “Antes, tínhamos o foco no produto. Agora, devemos focar, em primeiro lugar, no meio-ambiente”.
As discussões sobre o desenvolvimento sustentável de Mucajaí também encontram eco na Assembléia Legislativa do Estado, principalmente por meio do deputado Édio Lopes, que participou ativamente da reunião no município. A audiência pública ainda foi acompanhada pelo prefeito de Mucajaí,Gordo Lopes, que demonstra interesse em encontrar novos caminhos para o desenvolvimento da região.
A união de esforços deve acelerar a efetivação dos projetos. Nas ações emergenciais, a estimativa é de que sejam atendidas cerca de 3 mil famílias, num trabalho que vai exigir investimentos de cerca de 25 milhões de reais.
Projetos diversificados
As estratégias de trabalho devem contemplar o uso de sistemas agroflorestais, apicultura, fruticultura, piscicultura,ovinocultura, inajá para biocombustíveis, manejo de capoeiras, recuperação de passivos ambientais,turismo rural/ecológico, unidades demonstrativas, projeto piloto de microbacias, capacitações tecnologica /gerencial e agroindústria.
Os resultados esperados passam pelo fim do desmatamento e queimadas, utilização de práticas conservacionistas de água e solo, capacitação profissional, fortalecimento e regularização de associações e cooperativas de produtores rurais, geração de emprego e renda, agregação de valor à produção e implantação de logistica e infraestrutura adequadas.
Casos de sucesso
Há dez anos a Embrapa e os produtres rurais da Associação de Proteção Ambiental do Apiaú implantaram, em algumas áreas da região, o Sistema Agroflorestal, que desenvolve concomitantemente culturas de ciclo curto, como a do feijão, com culturas perenes-espécies frutíferas e florestais.As árvores garantem frutos, sombra para os animais e produtos madeiráveis, tudo sem a utilização de queimadas. O sucesso desses casos aponta que o modelo é a base fundamental para o desenvolvimento e a sustentabildade de Mucajaí.
Liliane Cronemberger
Embrapa Roraima
(95) 4009-7107 /
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