Syngenta e Embrapa anunciam parceria em tecnologia
O bioinseticida “Fim da Picada” para controle de borrachudos é uma das novidades apresentadas pela Empresa.
O inseticida biológico “Fim da Picada”, desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, será um das 15 tecnologias que a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária lança hoje à tarde, a partir das 16h30, em sua sede em Brasília, durante solenidade em comemoração ao seu 37º aniversário. O evento vai contar com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, do ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende e do ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin.
O novo inseticida biológico promete dar um fim às picadas de borrachudos que, além de doloridas podem causar alergias em seres humanos e animais. O produto é biológico e, portanto, inofensivo à saúde humana, de animais e ao meio ambiente e capaz de controlar os borrachudos, que são também vetores de doenças.
O produto foi desenvolvido em parceria com a empresa do Distrito Federal, Bthek Biotecnologia, e já está em fase de registro, o que significa que deverá chegar ao mercado até o fim deste ano.
Mais um sucesso da união entre os setores público e privado
O “Fim da Picada” é o quarto inseticida biológico resultante da parceria entre a Embrapa e a Bthek Biotecnologia. Em 2004, foi lançado o Sphaerus SC para controlar o mosquito da malária; em 2005 o Bt-horus eficaz contra o mosquito da dengue e em 2008, o “Ponto.Final” para combater lagartas que atacam culturas agrícolas, como a soja, o milho e as hortaliças. Os primeiros três bioinseticidas já estão no mercado e vem sendo usados com sucesso em campanhas de saúde de diversos municípios brasileiros.
Formulação do produto contém apenas uma bactéria específica para o inseto-alvo
O novo bioinseticida contém em sua formulação apenas a bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), específica para controlar insetos, o que o torna inofensivo à saúde humana, de animais e ao meio ambiente.
A bactéria utilizada no desenvolvimento do produto faz parte do Banco de Bacilos Entomopatogênicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que hoje conta com mais de 2.300 estirpes (ou raças) de bactérias com potencial para o controle biológico de pragas.
Para estudar os efeitos das bactérias sobre o mosquito alvo e selecionar a mais letal, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia coleta larvas de borrachudos para criá-las e estudá-las em laboratório. As larvas são coletadas em sacos plásticos colocados em córregos.
Animais de interesse agropecuário são vítimas dos ataques de borrachudos
Os borrachudos são insetos de hábitos diurnos que pertencem à família Simuliidae. São sugadores de sangue e, por isso, podem transmitir doenças para seres humanos e animais. Eles atacam qualquer animal de sangue quente e picam a vítima por várias vezes. Dependendo do número e da intensidade das picadas, podem ocorrer irritações locais ou generalizadas, muitas vezes levando à perda de sangue.
Animais de interesse para a pecuária, como bovinos e ovinos, por exemplo, estão entre as vítimas desse mosquito, o que leva à diminuição da produção de carne e leite e, consequentemente, a danos para a pecuária e prejuízos para o desenvolvimento econômico.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rose Monnerat, os borrachudos causam estresse em animais de interesse para a agropecuária, como bovinos e ovinos, já que eles picam qualquer parte do corpo que não tenha pêlo. “Muitas vezes, as suas picadas causam infecções, fragilizando o animal e possibilitando a entrada de outros microrganismos, como fungos, por exemplo,”, afirma.
Fernanda Diniz
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(61) 3448-4769 /
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