Mudanças na direção do Grupo Agroceres
Contribuir para o aprimoramento da atividade agrícola no Haiti pode ser definido como um dos principais objetivos de projeto desenvolvido em conjunto pelos governos brasileiro e daquele país centroamericano.
Isso do ponto de vista agronômico. Sob outro aspecto, pode-se dizer que é uma tentativa de mostrar que é possível, num país que tem atravessado há vários anos instabilidades políticas e sociais, melhorar o padrão de renda e de vida dos agricultores locais.
O projeto pretende criar uma UVD (Unidade de Validação e Demonstração) de tecnologia agrícola em uma fazenda do Ministério da Agricultura, dos Recursos Naturais e do Desenvolvimento Rural haitiano. A fazenda estava praticamente abandonada e fica na cidade de Fond-des-Nègres, no departamento (o equivalente a estado, no Brasil) de Nippes. Nessa empreitada, não poderia faltar a participação da Embrapa.
A duração prevista é de 24 meses, indo até o final de março de 2011. São quatro as culturas agrícolas a serem trabalhadas: milho, arroz, feijão e mandioca; todas fazem parte da dieta básica do povo do Haiti. O ministério haitiano considera o aumento da produção e da produtividade dessas culturas o eixo prioritário a ser trabalhado. Para que isso seja viabilizado, a capacitação dos técnicos e dos produtores rurais locais será incentivada.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Manoel Ricardo de Albuquerque Filho, são duas propostas. A primeira é de revitalização da fazenda, transformando-a em um centro de capacitação técnica, e a segunda é a transferência de tecnologia propriamente dita. É importante, lembra ele, respeitar as características e as peculiaridades locais. Nesse sentido, foi contratado, para acompanhar o desenvolvimento das lavouras integrantes do projeto, um agrônomo do Haiti.
Manoel Ricardo programa a quarta viagem ao país para novembro. Nas outras, foram feitas ações como preparo do solo, plantio e colheita do milho (BR 106, variedade desenvolvida pela Embrapa e uma das mais plantadas no Brasil). Segundo ele, os agricultores ficaram positivamente impressionados com a possibilidade de aumentar consideravelmente sua produção (no caso do milho, no mínimo mais do que quadruplicar) com a adoção de técnicas simples, como espaçamento adequado e manejo bem feito.
O pesquisador ressalta a contribuição dos colegas José Carlos Cruz e Israel Alexandre Pereira Filho, também pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, no direcionamento dos trabalhos. Além da Embrapa Milho e Sorgo, outras três unidades de pesquisa da empresa (Hortaliças, de Brasília-DF, Arroz e Feijão, de Santo Antônio de Goiás-GO, e Mandioca e Fruticultura Tropical, de Cruz das Almas-BA) e a ARI (Assessoria de Relações Internacionais) participam do projeto no Haiti.
São também parceiros no projeto a Emater-DF (Empresa de Assistência Técnica e de Extensão Rural do Distrito Federal), a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), a ABC (Agência Brasileira de Cooperação) - órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores, o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) e a Direção Departamental Agrícola de Nippes.
Mais informações:
Embrapa Milho e Sorgo:
Embrapa Hortaliças:
Embrapa Arroz e Feijão:
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical:
Assessoria de Relações Internacionais:
Emater-DF:
ABC:
IICA:
Clenio Araujo
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
/ (31) 3027-1272
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