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Vinte pessoas, incluindo estudantes de pós-graduação e profissionais das áreas de agronomia e biologia de empresas públicas e privadas, participam do 16º Curso de Controle Biológico de Pragas, promovido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, no período de 9 a 20 de abril. O curso conta com aulas práticas e teóricas com o objetivo de capacitar os participantes no conhecimento de agentes de controle biológico e sua aplicação contra pragas agrícolas e insetos vetores de doenças tropicais.
O controle biológico tem como objetivo controlar as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais. É um método de controle racional e sadio, pois se baseia no estudo da relação entre os seres vivos no meio ambiente, que é reproduzida pelos cientistas em condições experimentais.
Esses inimigos naturais podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitóides, e micro-organismos, como fungos, vírus e bactérias, específicos para controlar os insetos-alvo. Mais recentemente, os semioquímicos, que são elementos da comunicação entre os insetos, também têm se mostrado muito eficientes para o monitoramento e controle biológico de pragas da agricultura.
O objetivo final das pesquisas é usá-los no desenvolvimento de produtos biológicos que não deixam resíduos nos alimentos e são inofensivos ao meio ambiente e à saúde da população.
Segundo a coordenadora do curso, a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rose Monnerat, o curso é disciplina obrigatória para os alunos de pós-graduação de agronomia e biologia molecular da Universidade de Brasília – UnB, mas conta com a participação de outras universidades brasileiras. “Este ano, temos alunos da UFLA – Universidade Federal de Lavras; Unipar- Universidade Paranaense; Unifran – Universidade de Franca e UFC- Universidade Federal do Ceará”, explica a pesquisadora.
O curso é voltado também para profissionais que atuam em empresas públicas e privadas. Segundo Monnerat, o desenvolvimento e uso de produtos biológicos para controle de pragas e doenças vêm aumentando muito no Brasil, especialmente para atender às demandas da sociedade atual, que é cada vez mais exigente em relação à utilização de produtos saudáveis e alimentos livres de resíduos de agrotóxicos. “Por isso, é importante que esses profissionais conheçam os aspectos teóricos e práticos envolvidos na formulação e utilização desses produtos”, complementa a pesquisadora.
É o caso, por exemplo, de Gunther Blank, um dos alunos do Curso de Controle Biológico de Pragas, que trabalha na Gerência Geral de Saneantes da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Blank atua diretamente no registro de produtos saneantes, que englobam inseticidas químicos, produtos de limpeza e produtos biológicos, entre outros.
Segundo ele, o curso é uma excelente oportunidade para atualizar e ampliar o conhecimento sobre os produtos biológicos. “O conhecimento sobre os produtos químicos já é consolidado no Brasil, o que não acontece com os produtos biológicos”, explica.
O pouco conhecimento que existe hoje acerca desses produtos no país resulta, muitas vezes, em impactos negativos nos processos de registro e fiscalização. “Hoje, a legislação é a mesma para produtos químicos e biológicos, o que é um equívoco, pois são essencialmente muito diferentes”, ressalta Blank.
Por isso, na visão dele, é fundamental investir na capacitação de profissionais que atuem no registro de produtos biológicos para que conheçam melhor o seu desenvolvimento. “Esse conhecimento é a base para a aplicação da legislação no Brasil”, conclui. Além de Blank, outros três profissionais da ANVISA participam do curso.
O conteúdo programático do Curso de Controle Biológico de Pragas inclui conhecimentos teóricos, como: bases ecológicas do controle biológico; criação e variabilidade genética de insetos; ecologia molecular como uma ferramenta para o controle de pragas; legislação de acesso a agentes de controle biológico; além de segurança e regulamentação de agentes microbiológicos para controle de pragas, entre muitos outros.
Como práticas demonstrativas, destacam-se: técnicas de isolamento, preservação e identificação morfológica de agentes de controle biológico; análises sobre aspectos biológicos e comportamentais, entre outras.
Mais informações sobre o Curso de Controle Biológico de Pragas podem ser obtidas no link:
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