Embrapa Café disponibiliza Portfólio de Tecnologias na Internet

06.01.2011 | 21:59 (UTC -3)

Uma novidade mostra que a Embrapa Café está investindo ainda mais em transferência de tecnologia. A unidade acaba de disponibilizar em sua página na Internet seu Portfólio de Tecnologias. O trabalho foi iniciado com a disponibilização de duas tecnologias em biotecnologia (sistemas para expressão dirigida de genes em raízes e folhas) já protegidas e uma em pós-colheita (sistema para purificação e limpeza de águas residuárias). O portfólio traz uma descrição resumida da tecnologia, pontos fortes, oportunidades, estágio de desenvolvimento, instituições responsáveis e contato para negócio.

 

“O portfólio será um instrumento importante para a transferência de tecnologia, tanto para divulgação e, principalmente, para negócio. O formato está bastante atrativo e a linguagem direta, apresentando de forma resumida as vantagens de sua aplicação para o público interessado. O fato de estar disponível no ambiente web potencializa os efeitos dessa comunicação, cumprindo nossa missão social de levar informação pública para a sociedade. A iniciativa é estratégica para a pesquisa em café”, explica a gerente de transferência de tecnologia, Isabel Penteado. O material pode ser acessado em www.embrapa.br/cafe

 

Todas as três tecnologias disponíveis para o mercado foram qualificadas para compor o portfólio. “Para desenvolver esse olhar de mercado sobre as tecnologias geradas pelas instituições do Consórcio Pesquisa Café, formamos multiplicadores com uma visão mais completa do processo científico, tecnológico e de mercado, a partir da realização de dois treinamentos - Diligência de Inovação: Metodologia para Análise e Avaliação de Tecnologias e Avaliação de impactos sócio-econômico-ambientais de inovações tecnológicas. Participaram também da capacitação representantes das instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa”, detalha Isabel.

 

Segundo a gerente, a Unidade já tinha a intenção de disponibilizar algumas de suas tecnologias de forma sistematizada, mas, em 2011, pretende dar um salto além, inserindo mais tecnologias da Embrapa Café e estendo o trabalho de qualificação e medição de impactos às tecnologias desenvolvidas no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, que reúne instituições de pesquisa, ensino e extensão de todo o País. “Estamos avaliando a carteira de projetos do Programa Pesquisa Café para identificar novas tecnologias que têm potencial de mercado para comporem o portfólio. As expectativas são promissoras. Estamos confiantes em um excelente retorno tanto em termos financeiros, como da aplicação e divulgação das soluções tecnológicas para o agronegócio café do Brasil”, diz.

 

Sobre as tecnologias disponibilizadas – Em biotecnologia, o Portfólio de Tecnologias traz os sistemas para expressão dirigida de genes em raízes e em tecidos foliares. São dois promotores obtidos de plantas de café que permitem direcionar e controlar a expressão de genes a eles associados: o Promotor CalsoR, que atua nas folhas, e o Promotor Caperox, que age nas raízes. Os promotores atuam de forma específica na região da planta, no caso as folhas e as raízes, e sempre em resposta a um estímulo externo, oferecendo total controle do tipo de OGM (Organismo Geneticamente Modificado) produzido. Esse trabalho foi desenvolvido em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas – IAC e com a Universidade Estadual Paulista – UNESP.

 

“É acoplado ao promotor um gene determinado para o que se pretende melhorar na planta, não afetando as demais partes, muito menos o fruto do café. E esse mecanismo só é ativado em caso de necessidade, ou seja, em resposta a um estímulo externo, o que representa mais segurança para os consumidores”, explica a pesquisadora da Embrapa Café Mirian Maluf. Em outras palavras, o gene só será ativado se tiver algum ataque de agente biótico, que no café é o nematóide da raiz e o fungo das folhas. Outra vantagem é que a técnica também pode ser usada para o melhoramento de várias espécies vegetais de interesse econômico, além do café.

 

Na área de pós-colheita, o portfólio traz o sistema para limpeza de águas residuárias, que possuem elevada carga orgânica, com grande potencial para poluir o meio ambiente. O sistema visa à remoção de resíduos sólidos na água proveniente do processamento de frutos, viabilizando sua reutilização. “Esse sistema é constituído caixas de decantação interligadas e peneiras estáticas. Após a remoção dos resíduos sólidos, a água é novamente conduzida para a caixa de abastecimento para reutilização no processamento ou direcionada à fertirrigação da cultura. Os resíduos sólidos retirados poderão ser utilizados na produção de adubos orgânicos. A tecnologia além de contribuir para a preservação do meio ambiente, reduz custos com o gasto de água”, explica o pesquisador da Embrapa Café Sammy Fernandes. O trabalho foi desenvolvido em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural – Incaper e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig.

 

Flávia Bessa

Área de Comunicação & Negócios da Embrapa Café

(61) 3448-4566

comunicacao@sapc.embrapa.br

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