Embrapa avança na pesquisa de biofortificação de hortaliças

Termo diz respeito ao aumento dos teores de vitaminas e minerais de alimentos, melhorando a sua qualidade nutricional

18.05.2023 | 14:22 (UTC -3)
Embrapa
Termo diz respeito ao aumento dos teores de vitaminas e minerais de alimentos, melhorando a sua qualidade nutricional; Foto: Gislene Alencar
Termo diz respeito ao aumento dos teores de vitaminas e minerais de alimentos, melhorando a sua qualidade nutricional; Foto: Gislene Alencar

Biofortificação: o termo diz respeito ao aumento dos teores de vitaminas e minerais de alimentos, melhorando a sua qualidade nutricional. Com relação às pesquisas, os trabalhos relacionados ao emprego da tecnologia em todo o mundo são relativamente recentes, visto que no passado maior ênfase era dada ao aumento de produtividade para o fornecimento de alimentos suficientes para atender as necessidades da população. Atualmente, embora esse requisito continue sendo importante, existe também uma preocupação maior no sentido de ampliar a oferta de alimentos que agreguem mais características funcionais.

Essa temática foi o fio condutor do seminário apresentado pelo pesquisador Giovani Olegário na Embrapa Hortaliças no dia 15 de maio último com o título “Hortaliças de raízes e tubérculos biofortificadas: melhoramento genético, importância e utilização”, onde ele disserta acerca do trabalho que vem realizando com algumas dessas espécies na Estação Canoinhas da Embrapa em Santa Catarina, em ações compartilhadas entre as unidades da Embrapa - Hortaliças e Clima Temperado.

Segundo o pesquisador, além da necessidade de disponibilizar quantidades suficientes de alimentos para a crescente população no mundo, há também uma preocupação com a chamada “fome oculta”, que é o consumo insuficiente de alguns nutrientes, condição presente mesmo em países desenvolvidos. “A deficiência de minerais e vitaminas pode causar ou agravar muitos problemas de saúde como anemia, doenças degenerativas, entre outras patologias, a depender do nutriente ausente no organismo”, sublinha.

Olegário chama a atenção para o fato de, apesar de sua apresentação ter como ponto central as espécies de hortaliças de propagação vegetativa e que produzem raízes, tubérculos e rizomas, foco das pesquisas na estação de Canoinhas - a exemplo da batata-doce, batata, mandioquinha-salsa, e da caracterização de algumas espécies de Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) -, todas as hortaliças podem ser biofortificadas.

“A Embrapa Hortaliças desempenha um papel importante e fundamental  quando tratamos da biofortificação, por agregar em seus estudos muitas espécies com potencial para serem biofortificadas, além disso o consumo de hortaliças é naturalmente associado a benefícios para a saúde, o que também favorece uma maior valorização do aspecto nutricional nesse tipo de alimento”, pontua.

PANC

No caso das PANCs, o pesquisador explica que não existe ainda o trabalho de biofortificação, mas a caracterização com relação aos micros e macronutrientes, vitaminas e aminoácidos presentes na composição de cada uma das espécies que são trabalhadas na Embrapa Hortaliças.

“As principais técnicas de biofortificação são baseadas em biologia molecular e no melhoramento tradicional, este o mais utilizado. No caso das PANCs, o primeiro passo envolve a caracterização para identificar os respectivos componentes e, a partir daí, com a variabilidade identificadas, será possível cruzar materiais com maior quantidade desses elementos com outras características agronômicas superiores”, resume Olegário.

Resultados

Uma mostra sobre o saldo positivo do trabalho com biofortificação na Embrapa Hortaliças pode ser conferido nas cultivares de batata-doce biofortificadas, desenvolvidas no âmbito da pesquisa de melhoramento genético coordenado pela pesquisadora Larissa Vendrame. Mas pode-se citar também as cenouras mais ricas em betacaroteno ou tomates enriquecidos com maiores teores de licopeno, dentre outros.

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