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Isso dá negócio? É essa a primeira pergunta do empreendedor diante de uma oportunidade de mercado. Com tecnologia também é assim, especialmente na perspectiva de agregar valor - seja econômico, social, ambiental ou cultural - a produtos ou serviços. Essa lógica tem sido incorporada à atuação da Embrapa e contribuiu para o resultado divulgado na última terça-feira, 26, quando a empresa comemorou 38 anos: um lucro social de R$ 18,16 bilhões em 2010. Para cada real investido na Embrapa no ano passado, a empresa devolveu à sociedade R$ 9,35.
Parte desse resultado foi construída em Fortaleza, nos laboratórios da Embrapa Agroindústria Tropical. A unidade descentralizada, que está completando 24 anos nesta semana, tem criado oportunidades de negócios por meio da geração e da transferência de tecnologias para diferentes públicos.
Uma das ferramentas para o fomento de novos negócios é o Programa de Incubação de Agronegócios da Embrapa (Proeta), que promove a criação de empresas a partir de tecnologias geradas ou adaptadas pela Embrapa, com apoio de incubadoras. Por meio do Proeta, a Embrapa Agroindústria Tropical celebrou convênios com nove incubadoras no Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Em quatro anos de atividades, foram incubadas cinco empresas.
Para além da incubação de empresas, a construção de parcerias tem sido um exercício incessante para multiplicar a transferência de tecnologia. Assim, a unidade de Fortaleza fez chegar à sociedade avanços como novos clones de cajueiros (mais produtivos e adaptados), boas práticas agropecuárias, alternativas para processamento de frutas tropicais e diversos outros avanços, que culminam na geração de bons negócios.
Através de projetos como “Programa Fome Zero” e “Mais alimentos” muitas famílias foram beneficiadas com a realização de treinamentos e com a implantação de equipamentos. Passou a compor a realidade dessas famílias o trabalho em minifábricas de processamento de castanha de caju, de derivados de frutas tropicais, de derivados lácteos, entre outros.
Via Unidade Móvel de Transferência de Tecnologia Agroindustrial – um caminhão adaptado com uma minifábrica de processamento de frutas - conhecimentos chegam a todo o semiárido nordestino. Outro bom exemplo de ação são cursos ministrados para técnicos de nível superior, alguns em parceria com a Rede Norte e Nordeste de Fruticultura (Renofrut).
Apesar do esforço empreendido, o potencial de geração de lucro social da Embrapa, e de geração de negócios, é muito maior do que o concretizado atualmente. Um ponto chave dessa equação é a necessidade de maior articulação entre a pesquisa e as redes oficial e privada de assistência técnica e extensão rural. Assim, será mais fácil convencer o empreendedor: Sim, tecnologia dá negócio!
Vitor Hugo de Oliveira
Embrapa Agroindústria Tropical
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