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“Avançamos muito. Somos o terceiro país em comércio mundial na agricultura, mas temos um longo caminho a percorrer para avançarmos na produção de grãos. E o que o Brasil apresenta como diferencial, em termos de áreas para a agricultura, é que temos condições plenas de ocuparmos um lugar entre os maiores países produtores de alimentos do mundo”. Com essa afirmação, o diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França, fez uma análise sobre o tema “O papel das empresas nacionais de pesquisa no melhoramento genético”, palestra proferida no 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo.
Segundo ele, a posição de destaque ocupada pelo Brasil nessa conjuntura se deu, principalmente, pelos avanços em produtividade. “Hoje, quem paga as contas desse país chamado Brasil é a atividade agropecuária, são as cadeias produtivas das carnes, da soja e do milho”, reforçou, se referindo também às pesquisas que possibilitaram incrementos significativos na produtividade das principais culturas agrícolas, de commodities como o milho e a soja. E nesse contexto, o secretário de Política Agrícola do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Silvio Farnese, destacou a necessidade de foco na questão estrutural da agricultura. “Somos eficientes, a safrinha já não pode ser denominada dessa maneira, já que se transformou em safra de inverno. No entanto, persiste a deficiente infraestrutura”, disse.
Farnese apontou a urgência de se investir em logística, oferecendo condições de minimizar os custos de transporte para escoamento do milho produzido em Mato Grosso. “Grande parte das ações do Governo, como o Prêmio de Escoamento de Produto e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor, são para compensar esses gargalos. No entanto, estamos perdendo esforço e competitividade no agronegócio mundial se não priorizarmos essa questão estrutural”, defendeu. A mesma opinião foi defendida pelo presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), Odacir Klein. “Deve haver políticas públicas para evitar o estrangulamento da safra, oferecendo condições reais para aumento do consumo de milho em Unidades da Federação, como incentivos fiscais e à criação de atividades de avicultura e suinocultura”, defendeu.
Os temas foram debatidos no último dia da programação do 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado em Goiânia-GO de 29 de agosto a 02 de setembro. Em reunião realizada na tarde da última quarta-feira, 01, pela ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo) foi definido o local do próximo evento, realizado de dois em dois anos: Campinas-SP. Participaram da eleição as cidades de Teresina-PI e Araxá, em Minas Gerais. “Em votação, os associados definiram a cidade de Campinas para sediar o próximo congresso, que terá à frente o IAC, Instituto Agronômico de Campinas, na organização”, disse Ivan Cruz, presidente da ABMS e pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG).
Segundo Cruz, o balanço feito em relação ao 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo é muito positivo em relação ao número de participantes e a competência dos palestrantes e temas abordados. “Esses foram os diferenciais. Poderia citar ainda a realização do curso sobre sistema de produção de milho, que teve lotação máxima em todos os dias de sua realização”, apontou o pesquisador. “Agradecemos a todos os parceiros e aguardamos com ansiedade a realização do próximo congresso em Campinas”, finalizou.
O 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado pela Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Transferência de Tecnologia, Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Universidade Federal de Goiás, acontece até a próxima quinta-feira em Goiânia-GO. A promoção é da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo).
Evento: 28º Congresso Nacional de Milho e Sorgo
Local: Centro de Convenções e Eventos da Universidade Federal de Goiás (Goiânia/GO)
Data: de domingo (29) a quinta-feira (02)
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG)
(31) 9212-2063
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