Economista do USDA visita Famato e apresenta dados inéditos

29.01.2013 | 21:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

A população dos países do BRIC, sigla formada pelas letras iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China, é a que mais gasta dinheiro com alimentação, segundo pesquisa do Departamento de Agricultura dos Estados (USDA, sigla em inglês). A classe média desses países, responsável pelo aumento do consumo de alimentos, crescerá consideravelmente nos próximos 10 anos. No Brasil, por exemplo, a expectativa de aumento é da ordem de 40%, informa o diretor e economista chefe do USDA, Mike Dwyer, que veio para Mato Grosso a convite da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-MT). Na última quinta-feira (24), Dwyer fez palestra no evento Show Safra, em Lucas do Rio Verde.

Segundo Dwyer, o aumento da demanda por alimentos nos próximos 10 anos será motivada, principalmente, pelo crescimento da população de classe média dos países do BRIC. "O que está acontecendo é que a classe média nos países já desenvolvidos deve se manter estável, enquanto a classe média dos países em desenvolvimento praticamente dobrará nos próximos anos, especialmente na China e na Índia", ressalta o economista.

Os dados mostram que para cada dólar a mais de receita gerada nos países em desenvolvimento, o consumidor gasta este recurso em alimentação. Os brasileiros investem aproximadamente 30% do dinheiro em comida, enquanto nos Estados Unidos a população gasta mais nas categorias transporte e comunicação, como os aparelhos eletrônicos.

Além de o fator classe social estimular o crescimento da produção agrícola, os biocombustíveis também serão responsáveis pelo aumento da demanda na agricultura. Como exemplo está a produção de álcool de cana de açúcar no Brasil e de etanol à base de milho nos Estados Unidos.

Produção agrícola - Outro dado interessante é que nos últimos 20 anos, dois terços de toda a produção agrícola mundial cresceu em virtude do bom desempenho da produtividade das lavouras e um terço em função do aumento de área. A América Latina ainda tem 123 milhões de hectares que podem ser aproveitados na produção de alimentos. Deste total, 75% estão em terras brasileiras.

"Em virtude do incremento de novas tecnologias no campo e do aproveitamento de áreas de pastagens para a agricultura, a produção cresce mais do que a abertura de áreas em Mato Grosso. Para nós, isso é uma realidade consumada e indiscutível", endossa o diretor executivo da Famato, Seneri Paludo.

Em 2021, segundo os dados, as negociações mundiais de commodities agrícolas passarão de 1 trilhão de dólares. "E quem será o mais beneficiado desse processo de melhorar as transações internacionais será o Brasil, que é o único país com capacidade de aumentar a produção e fornecer alimentos dos mais variados tipos, exceto trigo, para o mundo inteiro", avisa o americano Dwyer.

Além da palestra no Show Safra, o economista Dwyer conheceu a Embrapa Agrosilvipastorial, de Sinop, e uma propriedade rural que desenvolve o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), em Nova Canaã do Norte.

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