Diagnóstico do Programa de Boas Práticas Agropecuárias indica ajustes

05.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

Em julho de 2008, o Programa de Boas Práticas Agropecuárias em Bovinos de Corte começou a ser colocado em prática pela Embrapa na região sul do país.

O programa visa identificar pontos críticos que limitam a rentabilidade e a competitividade dos sistemas produtivos e disponibilizar tecnologias necessárias, e em tempo hábil, para promover o aumento da rentabilidade e das possibilidades de conquista de novos mercados. O projeto busca obter a adesão de produtores de gado de corte para que estes introduzam em suas propriedades rotinas destinadas às boas práticas agropecuárias e à melhoria da qualidade da produção, passando a ter preocupação com normas e procedimentos que permitam a sustentabilidade dos seus sistemas produtivos.

Para isso, o projeto conta com o envolvimento, além da Embrapa, da Emater/RS-Ascar, Sebrae, Senar, universidades, Associação dos Produtores Rurais dos Campos de Cima da Serra (Aproccima) e Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e do Trabalho. Devido à organização dos produtores da Aproccima e à convergência de interesses entre aquilo que o BPA se propõe e as ambições da entidade de criar para seus cortes de carne bovina uma identidade associada à segurança e qualidade, podendo chegar à certificação do produto (uma espécie de selo que possui a carne oriunda de propriedades que operam uma gestão comprometida com a qualidade e a sustentabilidade), 14 produtores desta associação integram o projeto.

Na manhã de quinta-feira (04/03), representantes das entidades envolvidas e produtores estiveram reunidos na sede da Associação Rural, em Vacaria, para apresentar os resultados do trabalho desenvolvido até agora e definir os próximos passos do Programa. Na primeira etapa, a Emater/RS-Ascar visitou os 14 estabelecimentos rurais, localizados em sete municípios dos Campos de Cima da Serra, para realizar um diagnóstico a partir da avaliação de 11 pontos de controle (check list de avaliação), que se referem a aspectos como controle sanitário, instalações rurais e gestão ambiental, entre outros.

O estudo revelou que os problemas mais graves de não conformidade residem na gestão econômica e financeira da propriedade (inexistência de planejamento e registro de dados de indicadores econômicos e desempenho zootécnico), na responsabilidade social (registro em carteira do empregado e existência do controle formal de trabalho, orientações aos empregados e suas famílias quanto às noções básicas de higiene e saúde, entre outros), na gestão ambiental (normas e procedimentos exigidos pela legislação) e nas instalações rurais. O ponto de controle manejo e formação de pastagens foi o que apresentou maior percentual de conformidade.

Para que esses produtores possam alcançar o nível de certificação proposto pelo BPA, deverão, nos próximos meses, realizar inúmeros ajustes nas rotinas dos estabelecimentos, corrigindo os pontos onde cada propriedade se encontra mais vulnerável. Nos itens de cumprimento obrigatório, nenhuma propriedade alcançou o percentual de 100% exigido pelo BPA.

Para isso, a atuação do Sebrae e do Senar será mais intensa na próxima etapa, no sentido de promover treinamento e consultoria em questões como gestão, planejamento e bem-estar animal, a fim de que os proprietários dos estabelecimentos participantes e seus empregados possam aperfeiçoar suas habilidades e competências e empregá-las na correção dos procedimentos apontados como inadequados ou na implantação de outros reconhecidos pelo BPA. O ajuste será acompanhado pelo Comitê Gestor do Programa.

Rejane Paludo

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional Caxias do Sul

(54) 3223-5633 /

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