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A equipe do Projeto Cooperativo do Programa de Proteção Florestal (Protef) do Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais (Ipef) participou de reuniões de trabalho sobre o programa e de desafios das novas tecnologias de proteção florestal, de 27 a 29 de novembro, em Três Lagoas, MS.
Maria Conceição Pessoa, pesquisadora e José Roberto Silva, técnico da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), membros do Projeto Monitoramento da pragas exóticas (psilídeo-de-concha, percevejo bronzeado e vespa da galha) e de introdução de seus parasitóides exóticos bioagentes de controle, bem como do monitoramento daqueles já introduzidos e liberados em hortos de eucalipto nos estados de São Paulo e Minas Gerais, participaram das reuniões. Esse projeto, liderado por Luiz Alexandre Sá, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, é integrante do Projeto de Cooperação Técnica da Embrapa com o Protef/Ipef.
Em 27 de novembro, Pessoa apresentou os resultados das ações do projeto envolvendo métodos computacionais em apoio às estratégias de estabelecimento das criações dos bioagentes de controle em laboratório e de monitoramento por cartões-armadilha adesivos amarelos em hortos de eucalipto. Nessa oportunidade também ressaltou aspectos relacionados às solicitações do Protef/Ipef para introduções dos bioagentes exóticos psilideo-de-concha e percevejo bronzeado realizadas pelo Laboratório de Quarentena Costa Lima (LQC) da Embrapa, bem como as ações conduzidas pelo projeto “Desenvolvimento de métodos e aplicativos para sistemas quarentenários em apoio à defesa agropecuária nas culturas de citros, cana-de-açúcar, eucalipto e flores/plantas ornamentais no Estado de São Paulo“ liderado também por Sá e de fonte de captação externa do Edital 68 Mapa/CNPq), cujos resultados foram apoiadas pelo Protef/Ipef.
Pessoa abordou os resultados gerados pela observações dos percevejos e dos psilídeos nas criações do LCQ, que subsidiam as pesquisas de métodos numéricos e computacionais que permitiram o estabelecimento de longevidades e sobrevivências de machos e de fêmeas do psilídeo-de-concha em condição de laboratório de criação, como também elaborar simuladores para avaliar cenários diferenciados da dinâmica hospedeiro-bioagente em condição de gaiola de criação em laboratório, cujos resultados identificaram condições propicias ao aumento de parasitismo do bioagente exótico do psilideo e de momentos mais propícios a introdução de Cleruchoide noackae, biaogente do percevejo, em gaiolas de criação do percevejo.
Também foram apresentados os resultados do sistema informatizado SysRiskQuarantine, particularmente aqueles resultantes da identificação de pragas A1 (pragas exóticas ausentes do país) da IN 41 do Mapa com potencial para atacar o cultivo de eucalipto, assim como o sistema MonitCartão de controle informatizado do monitoramento das pragas e dos bioagentes exóticos já existentes nos hortos por cartão armadilha adesiva amarelo distribuídos em hortos florestais de São Paulo e Minas Gerais.
Os resultados decorrentes de analises de correlações dos tamanhos das concha do psilídeo-de-concha com seus respectivos instares (ou estádios) ninfais de desenvolvimento do inseto, essencial para a identificação rápida de momentos mais propícios para a liberação do parasitoide exótico de ninfas P. bliteus, que tem preferência por instares ninfais específicos desse inseto, foram relatados pela pesquisadora.
Pessoa falou sobre as ações iniciadas, pela observação das criações do percevejo bronzeado no LQC em 2012, voltadas à prospecção de novos produtos naturais com potencial de atração e repelência do inseto, viabilizadas em caráter exploratório pela elaboração de extratos macerados de espécies de eucaliptos oferecidas ao inseto no LQC e pela posterior extração de óleos essenciais da espécie potencialmente atrativa pelo LPN.
“A atividade de extração do óleo essencial contou com a participação da pesquisadora Lilian Salgado e do técnico Rodrigo Catanha do Laboratório de Produtos Naturais (LPN) da Embrapa Meio Ambiente para a extração do óleo da espécie de eucalipto potencialmente atrativa do percevejo bronzeado, a ser mais bem estudada em ações futuras do LPN e LQC”
A pesquisadora ressaltou que “a criação do percevejo no LQC também possibilitou a identificação de um já conhecido predador de ninfas dessa praga como potencial bioagente predador de ninfas do psilídeo de concha, o que será também mais bem investigado em 2013 no âmbito das ações do projeto cooperativo”.
Outro ponto demonstrado foram os estudos de flutuações populacionais do psilídeo-de-concha, percevejo bronzeado e do bioagente liberado P. bliteus resultantes dos monitoramentos dos hortos de Minas Gerais e de São Paulo, conduzidos a partir da identificação e contagem dos insetos capturados em cartões amarelos, realizadas pelo LQC.
“Esse trabalho também correlacionou a presença das pragas e do biaogente analisados aos dados climáticos diários para o período de uma ano. Os resultados identificaram fatores climáticos associados à espécie de eucalipto cultivada que propiciam hortos com maior potencial de ataque do percevejo bronzeado”, enfatiza Pessoa
Os dados foram apresentadas na reunião técnica de trabalho, onde estiveram presentes empresas, pesquisadores e estudantes de pós-graduação conveniados ao Protef/Ipef, que manifestaram apoio para a continuidade das ações previstas pelo projeto cooperativo do LQC para 2013.
“Na 20° reunião técnica sobre desafios das novas tecnologias de proteção florestal, realizada em 28 e 29 de novembro, foram identificadas necessidades dos produtores e empresas, bem como de entraves relacionados s tecnologia de aplicação e registro de agrotóxicos para uso no controle das principais pragas e doenças do cultivo, alem de uma visita técnica ao horto da empresa Eldorado”, finaliza Pessoa.
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